sábado, novembro 29, 2008

Morte e vida

Morte e vida

COMPAREÇO A um funeral. Um desses funerais a que vamos por convenção social ou familiar, não por ligação pessoal ou sentimental. Conhecia mal o defunto.
A minha família conhecia-o bem. E sempre se espantou com a longevidade do senhor: 97 anos. Uma proeza que só a medicina moderna é capaz de produzir na sua busca pela imortalidade possível? Sem dúvida.
Mas é preciso olhar para o outro lado da questão: os últimos 20 anos foram passados na cama ou na cadeira de rodas, em frustração ou agonia crescentes. O homem morreu aos 97. Em rigor, morreu talvez pelos 80. O resto foi desperdício.
Estou sendo cruel? Talvez. Mas a vida é cruel. Sobretudo quando a prolongamos excessivamente. E, em minha defesa, cito um artigo recente: a revista britânica "The Lancet" resolveu fazer um estudo sobre a qualidade de vida a partir dos 50 anos. Porque viver mais não significa viver melhor. A partir dos 50 anos, que esperança boa de vida têm os habitantes da União Européia?
Os homens podem contar com nove a 23 anos de vida saudável. As mulheres, com dez a 24. Em outras palavras: até aos 73/74 anos, no máximo, homens e mulheres podem viver com dignidade. A partir dos 73/ 74, entramos em período de prorrogação. Como no futebol.
A Dinamarca leva a Copa como o país onde os velhos vivem melhor a partir dos 50. A Estônia é o pior país.
Portugal fica algures pelo meio, invertendo apenas a tendência entre homens e mulheres: a partir dos 50, os homens podem contar, em média, com 14 anos de vida saudável. As mulheres, com 12.
Duas conclusões da revista.
A primeira é que o investimento nos cuidados geriátricos melhora a qualidade de vida a partir dos 50. Lógico. O meu defunto, aliás, é a prova disso: a partir dos 50, a medicina deu-lhe uma ajuda, ano após ano, para ele ir derrotando as maleitas todas que atacavam a sua carcaça: diabetes, hipertensão e, antes do derrame cerebral que o levou ao tapete, operações cirúrgicas várias em várias zonas do corpo que ameaçavam entrar em greve. Pequenas batalhas que a medicina foi vencendo.
Mas existe uma segunda conclusão no estudo: a medicina vence batalhas, mas não vence a guerra. Ela não derrota a mortalidade do corpo.
E, se a "Lancet" está certa, a partir dos 73 (para os homens) e dos 74 (para as mulheres), o prolongamento da vida pode confundir-se com um inútil e tantas vezes doloroso adiamento do fim. Que fazer?
Regresso ao funeral. Eu, caminhando atrás do carro fúnebre, olhando em volta. Pessoas, poucas.
Velhos, alguns. Crianças ou jovens, nenhum. Curioso: o homem tinha netos e bisnetos. Nenhum deles está presente.
Eu próprio, com os meus 32 anos, sou talvez a personagem mais nova desse filme. Comento o fato com alguém. Dizem-me que é normal: nos funerais modernos, é importante "proteger" (atenção ao verbo) as crianças e os jovens da morte. "Proteger". Da morte.
Admirável. Durante séculos, a civilização soube acomodar a morte entre os vivos, porque uma vida feliz implicava, como Montaigne dizia, aprender a morrer: aprender que a finitude da vida revaloriza a própria vida. Porque só a consciência plena do fim nos permite uma entrega total aos entretantos. Como dizia um conhecido historiador francês, a morte estava no centro da vida como a igreja no centro da vila.
Tudo mudou. Conheço casos de gente que, por questão de princípio, não vai a funerais (exceto, presumo, ao próprio). Hoje, a morte é um embaraço que se intromete entre uma festa de juventude permanente.
Mesmo que essa festa tenha prazo: 73 ou 74 anos de saúde boa para homens ou mulheres. O resto é desperdício.
O resto é pó, como o pó que cai sobre o caixão. Olho para a cova, ouço a terra que cai sobre a madeira. Tenho um céu de chumbo sobre mim. Irá chover, não tarda. Mas, antes que os céus se abram em choro sobre o mundo, dou por mim numa oração íntima em frente ao meu destino. E então peço a esse Deus desconhecido que me dê a graça e a sabedoria de partir na altura certa.
Meu Deus, faz com que eu morra vivo. Não me dês a eternidade ilusória nem suspendas o meu pobre corpo no limbo dos homens. Ensina-me a morrer, a única forma de eu aprender a viver com a consciência de que todos os dias da minha vida são frágeis e temporários, e, por isso, valiosos. Concede-me essa dádiva, e eu prometo que não irei estragá- la com a ganância própria dos desesperados.

Texto de João Pereira Coutinho, no caderno Ilustrada, na Folha de São Paulo, de 25 de novembro de 2008.


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Vaticano beatifica mártires japoneses do século XVII

País vê pela 1ª vez beatificação de católicos

DA ASSOCIATED PRESS

Cerca de 30 mil pessoas lotaram ontem um estádio em Nagasaki, no Japão, para assistir a uma cerimônia, inédita no país, de beatificação de 188 mártires católicos, vítimas da perseguição promovida contra os cristãos entre 1603 e 1639. O grupo, que inclui samurais, donas-de-casa e crianças, fica agora a um passo da canonização.
O evento destaca uma página trágica da história do Japão, que durante o século 17 se fechou para o mundo externo e proibiu o contato com o Ocidente, inclusive o cristianismo.
Os cristãos são 1% da população japonesa -majoritariamente budista e xintoísta-, mas o país hoje tem em Taro Aso seu primeiro premiê católico.

Texto da Folha de São Paulo, de 25 de novembro de 2008.


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sexta-feira, novembro 28, 2008

O clima em Porto Alegre - 27/11/2008

Fazia tempo que não se falava do tempo neste blogue.
Pois Porto Alegre tem tido alguns dias interessantes neste final de primavera. Dias quentes, noites nem tão quentes (ainda bem!), e pouca chuva. Quando chove acabam sendo garoas esparsas que nem chegam a recarregar plenamente os mananciais.
E hoje, o relógio-termômetro da Sete de Setembro com a Caldas Júnior, às 3 h 33 min., marcava 33º Celsius, como é possível acompanhar pelas fotos.
O Canal do Tempo informava, mais ou menos no mesmo horário, 31º C, e umidade relativa do ar de 49%, e índice ultra-violeta de 8, o que significa que está alto, e que é melhor se proteger do sol com filtros solares e óculos escuros.
Contudo, devido a esta relativamente baixa umidade do ar, o calor não está sufocante, com aquela conhecida sensação de derretimento que costumamos sentir quando a tal umidade passa dos 70%.
Mas está calor!
E confirma que se comenta sobre o clima neste blogue quanto o clima está incomodando...


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quinta-feira, novembro 27, 2008

Paranóia e redes sociais

Paranóia é alimentada em rede social

DO "NEW YORK TIMES"

A proliferação de sites que reúnem pessoas que se dizem vítimas de controle da mente e de perseguição 24 horas tem preocupado especialistas.
Se antes elas eram tratadas como loucas, medicadas ou eventualmente isoladas, agora elas se encontram em comunidades que possuem muitos outros com experiências iguais.
Cresce o número de sites recheados com relatos paranóicos de perseguição e controle mental, identificados por alguns especialistas como "comunidades extremas".
Alguns especialistas dizem que esse tipo de rede amplifica o problema e atrapalha o tratamento.
O professor de Yale Ralph Hoffman, psiquiatra que estuda delírios, afirmou que um número crescente de pacientes disse visitar tais comunidades -em um ciclo perverso. "Se você não alimenta o delírio, ele irá morrer ou diminuir. Ele precisa ser reforçado repetitivamente."

Texto do caderno de informática da Folha de São Paulo, de 20 de novembro de 2008.


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Fernando Gonsales, em tempos de Natal...

Uma leitura interrompida

Uma leitura interrompida

UM FILHO, diz Cristovão Tezza no romance mais premiado deste ano, "é a idéia de um filho; uma mulher é a idéia de uma mulher. Às vezes as coisas coincidem com a idéia que fazemos delas; às vezes não".
A frase aparece nas primeiras páginas de "O Filho Eterno" (ed. Record), que ganhou os prêmios Jabuti, Bravo! e Portugal Telecom de 2008. Premiações nem sempre dizem muita coisa, mas a consagração de Cristovão Tezza é merecidíssima.
Eu tinha começado a ler "O Filho Eterno" há vários meses. Só que o meu plano de escrever sobre o livro ia sendo adiado. Tentei ler o romance três vezes. E paro sempre no mesmo ponto, aí pela página 40. Não porque o livro seja ruim. Ao contrário: é tão bom, tão maduro e verdadeiro que estremeço e não consigo prosseguir.
"Um filho é a idéia de um filho." Quem formula esse pensamento é o personagem principal do livro, abertamente autobiográfico. Trata-se de um rapaz de 28 anos, que naqueles finais da década de 70 guarda um bocado do ideário hippie. Acredita-se predestinado à literatura, há quatro anos é sustentado pela mulher e consegue arranjar alguns trocados fazendo a revisão gramatical de teses universitárias.
"Alguém provisório", define-se; "alguém que ainda não começou a viver". O livro começa com uma frase da mulher: "Acho que é hoje". Ela está no último mês da gravidez. Pai e filho, de certo modo, começarão a viver no mesmo dia.
Na sala de espera da maternidade, o protagonista mantém a atitude desligada e humorística que o caracterizou até ali. Se um filho é apenas "a idéia de um filho", a realidade daquele momento (o futuro pai fumando na sala de espera) também é apenas "a idéia" de um futuro pai fumando na sala de espera. Uma cena meio cômica, "um cartum", resume o autor.
A arte de Cristovão Tezza se assemelha à de uma cobra que se encolhe antes de dar o bote. O leitor simpatiza com esse pai cuca-fresca e reconhece a sua sensação de que, em qualquer acontecimento importante da vida, existe algo de engraçado e irreal. É como se participássemos de um roteiro repleto de lugares-comuns, como se a idéia pré-fabricada que temos das coisas tirasse delas o seu significado mais profundo.
Quem lê compartilha esse olhar humorístico, de "cartunista", do narrador. Mas logo se percebe uma diferença entre o "modo de ver" e o "modo de falar" empregado nas primeiras páginas do livro. As cenas e pensamentos são delineadas com leveza, como se feitas a lápis; mas a elocução, a sintaxe, a ordem das frases, é compactada e densa.
O narrador cochila no sofá. O recém-nascido chega: um "pacotinho suspirante". A mãe "vê o filho ser depositado diante dela ao modo de uma oferenda, mas ninguém sorri".
Um médico dá início à preleção.
"Observem os olhos, que têm a prega nos cantos, a pálpebra oblíqua... o dedo mindinho das mãos, arqueado para dentro... achatamento da parte posterior do crânio..."
O pai, que pouco tempo antes fizera a revisão de uma tese sobre síndrome de Down, entende na hora do que se trata. Mas como entender? "Ele recusava-se a ir adiante na linha do tempo; lutava por permanecer no segundo anterior à revelação, como um boi cabeceando no espaço estreito da fila do matadouro; recusava-se mesmo a olhar para a cama, onde todos se concentravam num silêncio bruto, o pasmo de uma maldição inesperada."
Copiando este trecho, vejo que talvez tenha sido uma atitude semelhante a que me impediu de continuar o livro. Leio e releio essas páginas iniciais. Depois, digo para mim mesmo, eu continuo.
Enquanto isso, descubro novas belezas em "O Filho Eterno". Por exemplo. Antes da revelação terrível, o pai brinca com os parentes, que lhe perguntam com quem se parece o recém-nascido. Ele o vira apenas através dos vidros do berçário.
Repete a piada clássica: o filho parece um joelho. Pensa também, ao ver tantos bebês juntos: "Somos de fato todos irmãos, tão parecidos uns com os outros!"
Nem todos.
Antes ainda, enquanto transcorria o parto, o protagonista se lembra (é muito distraído) de avisar a família.
Compra umas fichas de telefone. Na calçada, fora do hospital, há uma fileira de telefones públicos, "um deles com o fone arrancado e um patético fio solto".
Uma ligação eterna se fará, sabemos, entre pai e filho. Mas interrompo a leitura, e este artigo também.

Texto de Marcelo Coelho, na Folha de São Paulo, de 12 de novembro de 2008.


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Um sacerdote africano do século 19

Um sacerdote africano do século 19

SÓ PODE ter sido trabalho de santo. Na semana em que Barack Obama elegeu-se presidente dos Estados Unidos, chegou às livrarias no Brasil "Domingos Sodré - Um Sacerdote Africano", do professor João José Reis autor do magistral trabalho sobre a revolta de 1835 dos escravos malês.
O livro conta a história da vida e da prisão de um sacerdote do candomblé que vivia em Salvador na segunda metade do século 19.
Vizinho de Castro Alves, foi acusado de feitiçaria e receptação de objetos roubados. Vestiu o uniforme de veterano da Guerra da Independência para ser levado à cadeia. Ficou cinco dias na cana e morreu em 1887, com uns 90 anos de idade.
Se a vida dos barões desfila em discursos, festas e panegíricos de um império de macaquice, a dos escravos sobrevive nos inquéritos policiais, nos arquivos eclesiásticos e, em alguns casos, nos inventários. Esse foi o mundo de Sodré desenterrado por Reis. A grandeza do trabalho está na reconstrução da vida e da cultura dos negros de Salvador. O professor teve paciência e sorte, pois apesar de tudo o sacerdote deixou mais rastro que Jim Robinson, o tataravô de Michelle Obama, que nem túmulo tem.
Domingos nasceu na Nigéria nos últimos anos do século 18 e chegou escravizado a Salvador no início do Oitocentos. Um viajante descreveu o movimento da cidade à época: "Tudo o que corre, grita, trabalha, tudo que transporta e carrega é negro".
Alforriado em 1836, Domingos viveu num sobrado da ladeira de Santa Tereza. Ao longo da vida comprou, vendeu e alforriou seis escravos. Lá foi preso, acusado de ser "o principal da ordem dos sortilégios e feitiços". Na sua casa foram confiscados objetos de culto, búzios e um exu. Entre as mágicas, sempre demonizadas pela imprensa, estavam receitas para "amansar patrão". (Um chocalho com ervas maceradas e um dente de onça, numa composição benigna, ou arsênico, na maligna.)
Além dos rituais, Domingos foi um operador da "juntas de alforria", uma caixa de poupança mantida pelos escravos. Eram fundos alimentados por contribuições semanais que complementavam a compra da liberdade.
Quando o negro sacava acima dos seus depósitos, ressarcia a junta com juros de 20% ao ano. Quitada a dívida, o alforriado podia continuar na junta, como investidor.
No Brasil do século 19 o preconceito e a violência da escravidão eram apenas uma parte da paisagem. Havia ainda restrições à propriedade e ao trabalho, bem como um sistema tributário concebido para escorchar os negros livres. Os sobrados onde viviam os libertos eram chamados de "quilombos".
A arqueologia de Reis socorre o Brasil do século 21, ensinando-o a olhar para o do 19. Felizmente, a história de hoje é conhecida em tempo real. A repórter Márcia Vieira revelou a existência de uma tese de doutorado da professora Andréia Clapp Salvador, da PUC-Rio, com uma comovente descrição das alegrias e vicissitudes dos alunos que entraram naquela universidade com o benefício de uma política de ação afirmativa. Alguns deles moravam longe e alugaram uma quitinete na vizinhança. Nela chegaram a pernoitar dez estudantes. Dividiam a comida do bandejão, as ofertas de emprego e os livros didáticos.
Tomara que a história dos negros da PUC não demore mais de um século para ser contada em livro.

Texto de Elio Gaspari, na Folha de São Paulo, de 12 de novembro de 2008.


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Holanda punirá "insultos" e "declarações ofensivas" vinculadas à religião

Holanda punirá "insultos" e "declarações ofensivas" vinculadas à religião

Jean-Pierre Stroobants
Correspondente em Bruxelas


As autoridades holandesas vão retirar do seu arsenal penal um artigo que sancionava a blasfêmia. Contudo, este será substituído por um dispositivo que condena a discriminação, os "insultos graves" e as declarações "inutilmente ofensivas" dirigidas a indivíduos, relativas "à sua raça, à sua orientação sexual e à sua religião". Em última instância, a reforma conduz a prever um provável aumento das restrições da liberdade de expressão, num país que já vivenciou diversos episódios tumultuados neste campo, no decorrer dos últimos anos.

Em 2004, o cineasta Theo Van Gogh foi assassinado em Amsterdã por um militante islâmico radical, por ter realizado o filme "Submission" (2004). Ele havia sido taxado de blasfemador pelo seu assassino. Ayaan Hirsi Ali, uma ex-deputada de origem somali, que foi co-roteirista do filme e que desde então vive exilada em Washington, havia sido alvo da mesma acusação. Em 2006, o caso das caricaturas dinamarquesas de Maomé teve uma repercussão particular na Holanda, onde os observadores temeram que ele desencadeasse outros atos de violência.

Censura

Há alguns meses, foi a difusão do filme anti-Islã "Fitna", do deputado populista Geert Wilders que focalizou as atenções. O governo havia mencionado então a idéia de proibir este panfleto. Na esteira deste caso, um caricaturista da imprensa havia sido preso, uma vez que alguns dos seus desenhos haviam sido considerados como "ofensivos" para com os muçulmanos. Era a primeira vez desde 1945 que uma medida de censura desta gravidade era tomada.

Movidas pela preocupação de apaziguar as relações entre os holandeses de origem e a importante comunidade muçulmana, as autoridades haviam acenado em diversas oportunidades com a idéia de restaurar na lei o delito de blasfêmia. Entretanto, o projeto havia se revelado politicamente complexo demais. Isso porque o governo de centro-esquerda, composto por um partido cristão majoritário - o CDA, liderado pelo primeiro-ministro Jan Peter Balkenende -, por protestantes rigoristas, e ainda pelo partido trabalhista PVDA, estava dividido.

Um complicado compromisso, elaborado por Ernst Hirsch Ballin, o ministro democrata-cristão da justiça, foi então negociado. Ele acabou resultando no abandono de um artigo de lei adotado em 1932, e que na origem se destinava supostamente a proteger os cristãos contra uma campanha anti-religiosa lançada pelos setores comunistas. Este dispositivo havia sido abandonado em 1968, em decorrência de um processo cujo alvo era um escritor que havia alardeado a sua atração sexual por um deus que ele comparava com um jumento.

Em contrapartida, Ernst Hirsch Ballin propôs ampliar daqui para frente o alcance da noção de discriminação, de maneira a proteger melhor as crenças religiosas. Simultaneamente, ele assegurou que os humoristas e os jornalistas não deveriam "estar com medo". "Com a exceção de Deus, ninguém tampouco poderá insultar daqui para frente Alá ou Karl Marx", ironiza um dirigente do partido ecologista GroenLinks. "Não há razão alguma que justifique que os crentes devam ser mais bem protegidos do que os não-crentes", considera, por sua vez, um porta-voz do Socialistische partij (partido da esquerda radical). A reforma tem sido igualmente uma causa de preocupação para numerosos juristas.

Texto do Le Monde, no UOL.

Ou seja, com esta lei, a liberdade de expressão será restringida nos Países Baixos. Eu sou crente, em tese parte privilegiada na lei, e não estou certo se ela torna a sociedade melhor ou pior, porque este tipo de restrição provavelmente também restringirá o debate de idéias.


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quarta-feira, novembro 26, 2008

Vc já ouviu falar em 'slow blogging'? Paginas atualizadas sem urgência

É um movimento lançado em 2006 que prega a rejeiçao ao imediatismo, ao excesso de informaçao e velocidade. O New York Times tem uma matéria sobre o assunto - diz que o movimento é inspirado em outro, o 'slow food', que critica o fast food por destruir tradicoes locais e hábitos alimentares saudáveis. Assim como o pessoal do slow food acredita que a comida deve ser local, orgânica e sazonal, o pessoal do slow blogging vê blogs de noticias que publicam 50 posts por dia como um restaurante de fast food. Ou seja, acham que é bom para o consumo ocasional, mas nao sustentam a longo prazo. Os que praticam o slow blogging atualizam suas páginas com pouca frequência, publicam pensamentos, ensaios - sem pressa, sem urgência. Clique aqui para ler no NYT, em inglês.

Texto do Blue Bus.

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segunda-feira, novembro 24, 2008

Ops! Olha esta manchete...

Crianças usam cérebro direito para ver cores

DA ASSOCIATED PRESS

Quando uma pessoa aprende o nome de uma cor, sua área cerebral que processa informações sobre objetos coloridos muda de lugar. Em estudo publicado ontem na revista "PNAS", cientistas mostraram que bebês usam o lado direito do cérebro para reconhecer cores, enquanto adultos o fazem no lado esquerdo.
Num experimento, os pesquisadores registraram essa mudança de fase em crianças pequenas que estavam aprendendo a falar. Os cientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA), mediram quanto tempo cada voluntário levava para entender uma figura colorida que era apresentada em seu campo visual esquerdo ou direito. O lado em que as pessoas eram mais rápidas revelava o viés de "lateralidade" associado à aquisição da linguagem.
Segundo o estudo, isso acontece porque o discernimento de cores fica mais rápido quando o cérebro o processa em termos de categorias. O modo de ver muda mesmo numa tarefa sem atividade verbal.

O texto é da seção de ciências da Folha de São Paulo, de 19 de novembro de 2008.

Mas eu garanto que quando eu vi de relance a manchete pensei que tinha que estar errada. Fica parecendo que as crianças têm dois cérebros, o “direito” da manchete e o esquerdo. E talvez um deles sucumba no decorrer do desenvolvimento para a vida adulta, pois é sabido que os seres humanos têm apenas UM cérebro, dividido em dois hemisférios.

Claro que a leitura da notícia mostra que a manchete na verdade se referia ao lado direito do cérebro. Mas que ficou estranho, ficou...

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sábado, novembro 22, 2008

Negro Mundo


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A foto acima, de um encontro nos anos 1960 entre Martin Luther King e Malcolm X, foi publicada no UOL.

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quinta-feira, novembro 20, 2008

Dia da Consciência Negra - 2008

Repito aqui um "post" de 2006:

A coluna Toda Mídia do jornal Folha de São Paulo, de ontem, 21 de novembro, informou que o Dia da Consciência Negra foi ignorado na TV Globo pelo Fantástico e pelo Bom Dia Brasil, ganhou duas frases no jornal Hoje, e notícia no Jornal Nacional.
Mas teve ampla cobertura da Folha de São Paulo.
Eu acrescentaria que o jornal Correio do Povo, aqui de Porto Alegre, também deu ampla cobertura à data.
E o blog Animot (http://animot.blogspot.com/) relembra, citando o Correio do Povo de 20 de novembro de 2003, que quem entrou na justiça contra a decretação dos feriados municipais em Porto Alegre, Alvorada e Pelotas foi a Fecomércio - Federação do Comércio de Bens e Serviços do RS. E os desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul acataram a argumentação da Fecomércio que não cabia aos municípios estabelecer feriados cívicos.
O tópico do Animot que aborda isso se chama "O Dia da Inconsciência Branca" (http://animot.blogspot.com/2006/11/o-dia-da-inconscincia-branca.html), para quem quiser dar uma olhada.

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quarta-feira, novembro 19, 2008

"Anima Heroes" em Porto Alegre - 16/11/2008

Neste domingo, dia 16 de novembro, enquanto boa parte de Porto Alegre se reunia ao redor da 54ª. Feira do Livro, em seu último dia, fui convidado/convocado pelo meu filho para visitar o evento, digamos assim, Anima Heroes, que se realizou neste final de semana no Colégio Rainha do Brasil, no morro Santo Antônio. O colégio fica atrás da Igreja Santo Antônio.

Este tipo de evento reúne entusiastas da parte da cultura japonesa ligada aos mangás, histórias em quadrinhos com um traço bem típico; animes ou animês, desenhos de animação japoneses, baseados ou não nos mangás, e videogames. Muitos dos participantes comparecem a estes eventos fantasiados como personagens dos mangás ou dos animes. Também vale ir vestido como personagens da indústria cultural para além dos mangás, animes e games. Eu pude ver, por exemplo, o Coringa (é, ele mesmo, o inimigo do Batman), e Chávez (o mexicano, não o venezuelano), e o Capitão Cueca (não pergunte).

Você pode escolher como se sentir num evento destes. A minha cabeça vacilou entre lúdico, surreal e psicodélico, se bem que este último adjetivo não se encaixa muito bem.

A maioria dos participantes são adolescentes ou pós-adolescentes, algumas crianças, e alguns adultos, estes em geral são pais ou mães acompanhando seus pimpolhos. E a maioria da turma está fantasiada. De uma maneira mais rica ou mais pobre.

Por obra e graça de meu filho acabei acompanhando e gostando da série de TV japonesa (“anime”) Naruto. Quem acompanha a série, como eu, encontrou por lá belas réplicas do Chouji, do Jiraya, do Shimo, e da Tsunade. Enquanto eu estava numa fila, uma cópia do Rock Lee me chamou de “tio”, e me pediu para segurar umas folhas de papel para ele.

Também estiveram por lá, os dubladores Elcio Sodré e Miriam Ficher. Para quem conseguiu ver Naruto na TV, Elcio Sodré é o atual dublador de Hataki Kakage, ou o Kakage sensei, mestre das artes ninjas do Naruto. Ele já foi a voz de Shiryu, o cavaleiro do dragão, nos Cavaleiros do Zodíaco. Miriam Ficher foi dubladora da Sara, a personagem principal do desenho Cavalo de Fogo, que passava (ainda passa?) no canal do SBT séculos atrás. Atualmente é a voz da Vicki, a “babá do mal” de Timmy Turner, no desenho dos Padrinhos Mágicos.

E aí é que a coisa deixa de ser psicodélica. A turma está fantasiada, mas em comportamento estas crianças, adolescentes e jovens não fariam feio frente a um retiro religioso promovido por alguma igreja. Bebidas só refrigerantes. Poucos fumavam (e daqueles cigarros que passarinho fuma). Então as panelinhas se reuniam, comentavam os mangás, as séries, faziam pose para fotografias. E embora alguns desses adolescentes segurassem plaquinhas informando quem quisesse ler que estava dando “abraços grátis”, ou vendendo “selinhos a 0,50”, ou um grande aforismo como “virgindade é uma doença que dá e passa”, não pude ver nada de acintoso. Enfim, uma grande brincadeira. Lúdico. Surreal porque parece estranho ver aquela gente vestida como o herói, ou o vilão, da série de TV.

E este tipo de evento se desenvolve mais ou menos à revelia do braço principal da indústria cultural. Embora seja relativamente fácil encontrar mangás nas bancas de revistas brasileiras, os principais animes estão mais nas televisões por assinatura. Bom, claro que os videogames tem ampla penetração entre praticamente todas as faixas etárias nos dias de hoje, mas ainda é mais comum as pessoas conversarem sobre a novela de ontem, do que sobre o que acontecerá com o menino órfão que tem o demônio da raposa de nove caldas selado dentro de si (este é o Naruto). E não. Não há eventos, ou convenções em que as pessoas vão se reunir para discutir as novelas e se vestirem como as personagens da novela.

Acho que este tipo de evento merecia uma reflexão de um etnólogo para buscar mais significados sobre o comportamento desta tribo. Isto é apenas um pequeno relato.


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A 54a. Feira do Livro acabou...

Acabou domingo passado, dia 16, por sinal.
Não sei se eu já disse isto. Se já disse, vou repetir.
Infelizmente a Feira do Livro só dura duas semanas.
Felizmente ela acontece todo ano.



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Dallegrave se foi...

Não tenho muito o que dizer do dirigente do Inter, Arthur Dallegrave. Muitos terão muito o que dizer dele, principalmente aqueles que o conheceram pessoalmente.

As minhas lembranças de Dallegrave são ligadas à minha infância, e àquele mítico time do Internacional de meados da década de 1970. Aquele que foi Octa-Campeão Gaúcho, e Bi-Campeão Brasileiro em 1976. Um time treinado por Rubens Minelli, e que tinha Figueroa, Falcão, Carpeggiani e Valdomiro entre outros. Dallegrave integrava a diretoria do Internacional de então, junto com o também já falecido Frederico Arnaldo Balvée (se é que este é o nome correto, e com a grafia correta do antigo dirigente do Internacional).

Dizem as notícias que ele continuou um dirigente ativo do clube, e que atuava ali há mais de 50 anos. Uma lenda!...


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terça-feira, novembro 18, 2008

Véu



É uma curiosidade interessante. As mulheres que acompanhavam o presidente Lula no encontro que este teve com o Papa Bento XVI estavam com a cabeça coberta por véu.

A foto, publicada na Folha de São Paulo, é do Osservatore Romano.


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quinta-feira, novembro 13, 2008

Insônia

Insônia

CANSEI da filosofia. Essa é uma frase comum de se ouvir.
Denota um certo cansaço chique, quase blasé. No meu caso é uma mentira porque não sei fazer outra coisa além da filosofia. A opção pela filosofia não foi fruto de nenhuma virtude especial (afora a disciplina e o gosto da leitura), mas sim fruto da incapacidade de fazer qualquer outra coisa. Eu seria um médico preguiçoso.
Mas, por outro lado, essa frase descreve uma certa verdade. Explico-me: interessa-me mais falar com pessoas reais do que discutir "questões filosóficas".
Há uma certa impostura na filosofia pura. Quanto mais impura e suja, mais a filosofia me interessa. Quanto mais suja, mais precisa ela é. Suja como as pessoas. Isso não quer dizer que eu esteja interessado em filosofia como forma de fazer a vida melhor. Deixo isso para os charlatães da alma, que mentem por aí. Cuidado com eles, caro leitor.
Tampouco considero os seres humanos dignos em si mesmos. O pressuposto da dignidade "natural" do ser humano vale em guerras e misérias sociais (assim como uma ficção que combate a crueldade de que somos capazes), mas no pensamento tal pressuposto é infantil como a Cinderela. Muitas vezes somos apenas bestas banais. A paixão pela igualdade nos torna ridículos. Não somos todos iguais, alguns de nós são piores do que os outros.
Há algo no desespero comum que me comove. O medo nos humaniza, exatamente porque nos traz para perto da fraqueza que nos habita. Cansei do uso unicamente "profissional" da filosofia. Antes de mim, grandes filósofos disseram algo semelhante, por caminhos distintos: Montaigne, Pascal, Schopenhauer, Nietzsche, Cioran.
Muitas vezes penso que a literatura ou a crônica efêmera podem ser mais filosóficas do que a filosofia do "rigor". Por exemplo, o conhecimento exigido num comentário sobre, digamos, a segunda edição alemã da "Crítica da Razão Pura", de Kant, me parece excessivamente puro. Essencial, sem dúvida, na formação. Risco inevitável de cegueira sofisticada para o filósofo adulto.
Afinal de contas, a idéia de que possamos fundamentar a moral na razão sempre me pareceu uma brincadeira de crianças inteligentes. Ou de orgulhosos que tremem diante do fracasso da filosofia. A razão corre atrás da vida, mas nunca a alcança.
A mania da filosofia de salvar o mundo desde o século 18 é uma praga. Quando o pensamento se faz engenharia da vida, sempre fica idiota porque tem de mentir. Ou se transforma em assassino sistemático, como prova a história contemporânea.
Melhor tomar remédios, ir aos consultórios das psicólogas, ao confessionário ou aos centros espíritas e terreiros de candomblé. Há uma falta triste de bons sacerdotes.
E as ciências sociais, caro leitor? Essas foram parceiras irmãs de toda forma de violência ao longo do século 20 quando decidiram salvar o mundo. Sua objetividade já foi tão cruel quanto a fissura do átomo, a publicidade racista ou a fabricação de gazes letais pela química industrial. Seu olhar sobre as pessoas é inevitavelmente violento porque elas só vêm grandes quantidades. Sua pretensa santidade é sempre perigosa.
A cegueira das ciências sociais já foi objeto de reflexão por parte de sociólogos como Norbert Elias e Zygmunt Bauman. No Holocausto, o marketing e a sociologia tiveram um importante papel científico. Eles trabalharam na construção dos campos de concentração com sua precisão na análise dos comportamentos que geram medo e resignação.
Como diz a escritora portuguesa Agustina Bessa-Luís no seu maravilhoso livro "Contemplação Carinhosa da Angústia", hoje em dia todos querem agradar e salvar-nos: o professor, o metafísico, o artista, todos querem agradar. Como crianças, querem nossa atenção. Mas a criança quer atrair a atenção dos adultos porque no fundo sofre do terrível trauma da fragilidade de sua condição de criança. Devemos abraçar as crianças, mas não roubar o medo delas.
Aliás, a fragilidade das crianças deveria nos ensinar qual é nosso lugar no mundo. Somos obrigados a agir sem certezas, amar sem sermos sempre correspondidos, trabalhar sem justiça, responder sem saber as respostas. Enquanto elas dormem, ficamos acordados, atentos aos seus pesadelos. A contemplação de pesadelos é uma atividade insone. A boa filosofia é feita da mesma matéria da insônia.

Texto de Luiz Felipe Pondé, na Folha de São Paulo, de 27 de outubro de 2008.


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terça-feira, novembro 11, 2008

Britânica de 13 anos ganha direito de morrer

Uma menina britânica de 13 anos em estado de saúde terminal conquistou o direito de morrer depois que o hospital onde ela está internada desistiu de obrigá-la a se submeter a uma operação cardíaca.

O Herefordshire Primary Care Trust, que administra o hospital no condado inglês de Herefordshire, desistiu do caso na Suprema Corte da Grã-Bretanha depois que um assistente social atestou que Hannah Jones estava segura na sua decisão de não ser operada.

Hannah, da cidade de Marden, recusou-se a ser operada do coração porque a cirurgia tinha poucas chances de sucesso e, mesmo se bem-sucedida, exigiria cuidados médicos intensivos. A menina disse que preferia morrer com dignidade.

O hospital chegou a entrar com um processo em um tribunal em fevereiro para obrigá-la a ser operada. Mas a instituição mudou idéia quando ela foi entrevistada por um assistente social. Hannah disse que quer interromper seu tratamento e passar o resto da vida em casa.

Quando mais jovem, Hannah sofreu de leucemia e seu coração foi enfraquecido por remédios fortes que ela tomou desde os cinco anos de idade.

Os pais de Hannah disseram que apóiam a filha e que estão muito orgulhosos dela.

"É revoltante que as pessoas do hospital possam presumir que nós não pensamos no que é melhor para a nossa filha", disse o pai de Hannah, Andrew, ao jornal britâncio The Daily Telegraph.

"Hannah já passou pelo suficiente e mais uma audiência jurídica ou sendo forçadamente levada ao hospital seria humilhante."

A notícia é da BBC Brasil.


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Cerimônias marcam 90 anos do fim da 1ª Guerra


Cerimônias em diversos países do mundo estão sendo realizadas nesta terça-feira para marcar o 90º aniversário do fim da Primeira Guerra Mundial.

O conflito entre as potências mundiais se estendeu de 1914 a 1918, matou mais de 20 milhões de pessoas e redesenhou as fronteiras da Europa.

Na França, a principal cerimônia foi realizada em Verdun, no nordeste do país, onde tropas francesas e alemãs travaram um combate de oito meses. Mais de 130 mil pessoas morreram no local.

A batalha foi a mais longa da guerra. Desde então, Verdun tornou-se um dos símbolos da reconciliação entre França e Alemanha.

Participam do evento o príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy.

A cerimônia não contou com a presença de veteranos da guerra, já que não há mais nenhum soldado vivo que lutou na batalha de Verdun.

Na Grã-Bretanha, três dos quatro veteranos da Primeira Guerra que ainda estão vivos vão representar a Aeronáutica, o Exército e a Marinha em uma cerimônia no Cenotáfio de Londres.

Herry Allingham, de 112 anos, Harry Patch, de 110, e Bill Stone, de 108, observarão, junto com os presentes, 2 minutos de silêncio.

Na Austrália, uma cerimônia no Memorial da Guerra de Canberra lembrou a morte de 60 mil soldados.

O armistício que deu fim à Primeira Guerra Mundial entrou em vigor às 11h, do 11º dia do 11º mês de 1918.

A Primeira Guerra levou ao fim de impérios europeus, à criação da União Soviética e ao fim da hegemonia européia no mundo. É também considerado o primeiro conflito do mundo industrializado.

Texto da BBC Brasil.

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domingo, novembro 09, 2008

Barack Obama tem conta no Flickr

Nota nada importante: o senador, presidente eleito dos Estados Unidos da América possui perfil no Flickr.

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quinta-feira, novembro 06, 2008

Ano Negro

Ano de afirmação da negritude.

Neste ano da Graça de 2008, o britânico Lewis Hamilton se tornou campeão mundial de pilotos de Fórmula 1, e Barack Hussein Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos da América.


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quarta-feira, novembro 05, 2008

Michael Crichton, morre aos 66 anos

Vi a notícia na BBC, e logo ela estava na capa dos principais portais de Internet.

Se começamos a prestar muita atenção nos produtos da indústria cultural, eles passam a fazer parte de nossa vida. E neste aspecto, Crichton era um “invasor” muito bem sucedido.

Me encantei com o primeiro filme da série Parque dos Dinossauros (“Jurassic Park”), o que me levou a ler o romance original, e a seqüência escrita por Michael Crichton. Obviamente também os dois filmes seguintes da série.

E também sou fã da série televisiva Plantão Médico (ou “E.R.”, no original), também criação de Crichton.

No filme Runaway, Fora de Controle, dirigido por ele, e estrelado por Tom Seleck (o Magnum), se criava um futuro verossímil, com carros que podiam se autoguiar, robôs que realizavam atividades domésticas, e munição para pistolas que funcionavam como pequenos mísseis, seguindo as vítimas pelo calor do corpo.

Ou seja, Michael Crichton foi um autor bastante profícuo na indústria cultural. Vai fazer falta.

Faleceu aos 66 anos, relativamente jovem para os dias de hoje, em decorrência de câncer.

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terça-feira, novembro 04, 2008

Mulher é presa no Japão por matar marido virtual em jogo

Mulher é presa no Japão por matar marido virtual em jogo

DA REDAÇÃO

Uma japonesa de 43 anos foi presa na semana passada sob acusação de "assassinar" o ex-marido virtual, de 33 anos, no jogo on-line MapleStory.
Em um momento de raiva, após o rompimento da relação, a mulher entrou no programa para excluir o perfil do companheiro, segundo um oficial da polícia de Sapporo.
No MapleStory, internautas usam avatares para interagir com outras pessoas, participar de atividades e lutar contra monstros e outros obstáculos.
"Eu estava divorciada de repente, sem um aviso prévio. Isso me fez ficar com muita raiva", disse ela no depoimento.
O policial também explicou que, apesar do crime virtual, a mulher não tinha qualquer plano de vingança no mundo real -não se sabe se os dois se conheciam pessoalmente.
Ela foi presa por acessar um computador ilegalmente e manipular informações -usou o login e a senha do marido virtual para acessar o MapleStory e deletar o avatar dele.
A japonesa ainda não foi formalmente acusada, mas, se condenada, pode pegar até cinco anos de prisão ou uma multa de US$ 5.000.
O homem reclamou à polícia quando descobriu que o avatar havia sido deletado. A mulher foi presa na quarta-feira passada, durante uma viagem pelo país -ela saiu de Miyazaki, onde mora, e foi para Sapporo.
O policial não soube informar se a professora é casada no mundo real.
Em agosto, uma mulher de Delaware (EUA) foi acusada de planejar o seqüestro real do namorado que conheceu por meio do Second Life.

Texto do caderno de informática da Folha de São Paulo, de 29 de outubro de 2008.

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Religiosos mostram Bíblia como história natural no Museu da Criação no Kentucky

Atraente, local recebeu quase 600 mil visitantes, dizem fundadores.
Criacionistas dizem não negar ciência, mas divergir na interpretação.

Daniel Buarque Do G1, no Kentucky


Crianças e dinossauros brincam juntos em um bosque, tiranossauros se alimentam de frutas, e as teorias evolucionistas que dizem que o universo foi criado há milhões de anos são enfaticamente rejeitadas em um museu do norte do estado norte-americano do Kentucky.

Assista ao lado imagens do museu

Contrariamente às exibições de história natural espalhadas pelas maiores cidades do mundo, o Creation Museum (Museu da Criação) nega a principal corrente científica defendida por acadêmicos e apresenta as origens da vida de acordo com um livro: A Bíblia.

Como o nome já deixa perceber, o local defende o criacionismo, teoria cristã segundo a qual o livro do Genesis explica de forma literal o surgimento do universo, e que nega qualquer tese que fale em evolução. A instituição que criou o local, o grupo Answers in Genesis (Repostas no Genesis ou AIG), defende a religião como base da história do mundo desde o "princípio".

O G1 visitou o Museu da Criação na tarde desta quinta-feira (30), depois de duas horas de viagem desde Columbus, em Ohio. Localizado numa região de tríplice fronteira entre Kentucky, Indiana e Ohio, o museu tinha muitos visitantes, apesar de ser um dia de semana e de o prédio ficar afastado de centros urbanos (a cidade mais próxima, Cincinnati, fica a 30 minutos de viagem de carro). A apresentação é impressionante, atraente, e explica bem a primeira parte da Bíblia, atraindo crianças e adultos.

Usando vídeos cheios de efeitos especiais, apresentações quase interativas, robôs animados, estátuas que parecem pessoas, um planetário e explicações muito bem detalhadas, o museu tenta rechaçar críticas de que é radical e "não-científico". "Queremos mostrar uma caminhada história de acordo com a Bília", explicou o co-fundador do museu, Mark Looy, que conversou com o G1 durate a visita.

Sucesso

Fundado há pouco mais de um ano, em maio de 2007, o museu foi um sucesso surpreendente até mesmo para seus criadores. "Esperávamos receber no máximo 250 mil pessoas no primeiro ano, mas tivemos mais de 440 mil visitantes até o aniversário e quase 600 mil até hoje", disse Looy. "Excedemos todas as expectativas, e até evolucionistas elogiam nosso trabalho", completou.

"Deus destruiu o mundo", dizia uma criança de cinco ou seis anos enquanto assistia a um vídeo sobre o dilúvio. Dezenas delas se divertiam com os vídeos e com os robôs de dinossauros na tarde em que o G1 esteve no museu.

Parecendo um parque de diversões da Flórida, com 6.500 metros quadrados de área, o museu traz uma longa apresentação do surgimento do mundo, dos animais, dos seres humanos. Conta a história de Adão e Eva, do fruto proibido, de Matusalém e da arca de Noé – esta última, do grande dilúvio, é usada para explicar a extinção dos dinossauros e a existência de fósseis.

Fatos e interpretações

A principal tese usada pelo museu é de que criacionistas e evolucionistas partem das mesmas evidências para interpretar o passado, mas que chegam a conclusões diferentes. "Raramente discordamos dos evolucionistas em relação às evidências, a separação está na interpretação. Queremos mostrar que a evidência científica leva ao criacionismo", disse Looy.

"Do ponto de vista científico, o que o museu mostra é simplesmente ridículo", rebateu, enfático, Steven Newton, um dos diretores do National Center for Science Education (Centro Nacional para Educação em Ciência – NCSE) , uma das instituições que mais fazem oposição ao trabalho do AIG. "Essas pessoas acreditam que a terra tem apenas 6.000 anos de idade, o que não faz nenhum sentido e pode ser provado como equivocado", disse ao G1.

Questionado sobre a crítica científica, o co-fundador do museu disse não ligar. "Muitos nos ridicularizam, mas isso não incomoda. Essas pessoas têm uma visão diferente, e não acreditam no que defendemos", disse, lembrando que no passado ele próprio era uma dessas pessoas críticas do criacionismo.

Educação

O principal trabalho do NCSE em oposição ao grupo que fundou ao museu diz respeito a educação de crianças, tentando evitar o fortalecimento do ensino do criacionismo nas escolas. "Estes grupos estão cada vez mais fortes e querem que o ensino religioso entre nas escolas como se tivesse alguma base científica", disse Newton. "Queremos que a religião fique de fora do ensino de ciência, pois isso atrapalha e confunde os estudantes, o que é ruim para o país como um todo."

As escolas públicas norte-americanas não podem atualmente ensinar o criacionismo como uma teoria, mas o debate em estados mais conservadores como o Texas e a Louisiana debatem a possibilidade de permitir que a tese religiosa seja apresentada junto com os estudos.

Segundo Looy, o grupo que ele representa de fato produz material didático para ensino do criacionismo nas escolas, negando teorias evolucionistas. "Mas apenas em instituições privadas", disse. Segundo ele, o AIG não defende o ensino forçado do criacionismo nas escolas públicas, apenas pede a liberdade para que os professores também possam apresentar o criacionismo às crianças.

"Isso é um objetivo político disfarçado", respondeu Newton. "Nenhum desses grupos admite defender o ensino do criacionismo, mas eles fazem campanha tentando se passar por grupos sem interesses, como se estivessem defendendo a liberdade", completou. científico.

Política

Durante as entrevistas dos representantes dos dois grupos ao G1, eles negaram defender um ou outro candidato à Presidência nas eleições da próxima terça-feira (4). Por serem grupos sem objetivos lucrativos, eles recebem doações e não podem se envolver em disputas políticas.

"Podemos defender a proibição do aborto, e incentivar as pessoas a votarem em quem seja contra o aborto, mas não podemos citar nomes", disse Looy em relação ao grupo que criou o museu, indiretamente indicando favorecer John McCain.

Texto do G1.


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A Glória Vã e Efêmera de um Blogue

Nesses dias de outubro este blogue teve um sensível aumento de visitas e “page views”.

De uma média de cerca de 100 visitantes ao dia, o número passou para um pouco mais de 200, com mais de 300 “page views”.

O blogueiro achou que estava abafando. Finalmente estava sendo reconhecido...

Mera ilusão!

Conferindo as informações pelo Site Meter, foi possível constatar que a maioria dos novos visitantes chegavam ao blogue via Google, através de um “post”, cujo título era “A greve dos bancários acabou”. Conclusão: desde o final de setembro passado até 23 de outubro, os bancários estiveram em greve nacional, pois a Federação dos Bancos não havia oferecido nenhuma proposta satisfatória para a categoria. Muita gente chegava a este blogue pelo Google, para tentar saber algo da greve dos bancários, e o Google remetia este pessoal para o tal post acima. A data do “post” era de 2006. Naquele ano também houve uma greve nacional dos bancários, e, quando ela terminou, e blogue comentou. Assim muita gente chegou aqui por engano.

Coisas da Internet.


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Natal 2008 já Chegou

As imagens do Shopping Rua da Praia, aqui de Porto Alegre.





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