sexta-feira, janeiro 30, 2009

O Dia do Holocausto

O dia do Holocausto

RIO DE JANEIRO - Na última terça-feira, e por decisão da ONU, foi comemorado o Dia do Holocausto, uma celebração que toca a fundo não apenas aos judeus, vítimas da barbárie, mas a toda a humanidade. Há extensa literatura sobre o assunto, depoimentos de vítimas, algumas ainda sobreviventes. Conheci pelo menos umas cinco ou seis pessoas que ainda trazem no braço a marca dos campos de concentração.
Há fotos e filmes suficientes, além de documentos oficiais do regime nazista, que comprovam a insanidade da tentativa de exterminar os judeus da face da Terra. E há, sobretudo, o livro que Hitler escreveu na prisão, antes de tomar o poder e depois do fracassado "putsch" na cervejaria em Munique.
Neste livro, com brutal sinceridade, o autor anuncia tudo o que faria se chegasse ao poder. No varejo diplomático, Hitler mentia muito, mas o núcleo de seu pensamento (e de sua personalidade) está explícito sem subterfúgios naquilo que ele chamou de "Minha Luta". O ódio ao judeu é exposto em quase todas as páginas. Em sua demência racial, ele tinha um nojo físico por aqueles que não eram arianos.
No caso dos judeus, havia ainda o ressentimento econômico e cultural, que mais tarde desembocaria na "solução final" -o genocídio compacto e sistemático de milhões de seres humanos. Recorrentemente aparecem movimentos que negam o Holocausto. O último deles foi o de um bispo da igreja anterior a do Concílio Vaticano 2º, que, não se sabe como, afirmou que os mortos do extermínio em massa não foram seis milhões de judeus, mas "apenas" 300 mil. É evidente que números redondos podem ser contestados, mas há registros fidedignos que chegam a 5.933.000 vítimas em diversos países dominados pelo nazismo. Foi a pior mancha na história da humanidade.

Texto de Carlos Heitor Cony, na Folha de São Paulo, de 29 de janeiro de 2009.


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quinta-feira, janeiro 29, 2009

John Updike, cronista da cidade pequena americana, morre aos 76 anos

John Updike, cronista da cidade pequena americana, morre aos 76 anos

The New York Times

Christopher Lehmann-Haupt

John Updike, o escritor caleidoscopicamente dotado cujo quarteto de romances "Coelho" foi um destaque em um corpo de obra de ficção, poesia, ensaios e críticas tão vasto, multiforme e lírico a ponto de colocá-lo na primeira divisão dos autores americanos, morreu na terça-feira em Danvers, Massachusetts. Ele tinha 76 anos e vivia em Beverly Farms, Massachusetts.

A causa foi câncer, segundo uma declaração da Knopf, sua editora. Um porta-voz disse que Updike morreu no Hospice of the North Shore, em Danvers.

Entre as dezenas de livros de Updike, talvez nenhum tenha capturado a imaginação do público leitor mais do que aqueles sobre cidadãos comuns em ambientes urbanos e de cidade pequena. Seu protagonista mais conhecido, Harry "Coelho" Angstrom, apareceu pela primeira vez como um ex-astro do basquete colegial preso em um casamento sem amor e um trabalho de vendedor que odeia. Por meio dos quatro romances cujos títulos levam seu nome - "Coelho Corre", "Coelho em Crise", "Coelho Cresce" e "Coelho Cai" - o autor traça a vida engraçada, desassossegada e indagadora de seu americano de classe média tendo como fundo os grandes eventos do último meio século.

"Meu assunto é a classe média americana protestante de cidade pequena", disse Updike para Jane Howard em 1966, em uma entrevista para a revista "Life". "Eu gosto do cidadão de classe média", ele prosseguiu. "É no meio que os extremos entram em choque, onde a ambiguidade reina inquietamente."

Impressionantemente laborioso e prolífico, Updike produzia três páginas por dia de ficção, ensaios, críticas ou poesia, provando a máxima de que várias páginas por dia resultam em pelo menos um livro por ano -ou mais. Updike publicou 60 livros em sua vida; seu último, "My Father's Tears and Other Stories", será publicado em junho.

"Eu escreveria anúncios para desodorantes ou rótulos para frascos de ketchup se fosse preciso", ele disse à "The Paris Review" em 1967. "O milagre de transformar idéias em pensamentos, pensamentos em palavras e palavras em metal, impressão e tinta, nunca me cansa."

Philip Roth disse na terça-feira: "John Updike é o maior homem das letras de nosso tempo, tão brilhante como crítico literário e ensaísta quanto como romancista e escritor de contos. Ele é e sempre será um tesouro nacional tanto quanto seu precursor do século 19, Nathaniel Hawthorne. Sua morte representa uma perda imensurável para nossa literatura".

John Hoyer Updike nasceu em 18 de março de 1932, em Readind, Pensilvânia, e cresceu na cidade vizinha de Shillington. Ele foi o único filho de Wesley Russell Updike, um professor colegial de matemática descendente de alemães, e Linda Grace (Hoyer) Updike, que posteriormente também publicou ficção na revista "The New Yorker" e em outros lugares.

Após concluir o colégio como co-orador da turma e presidente da classe, Updike frequentou Harvard com uma bolsa de estudos. Apesar de se formar em inglês e ter escrito e editado o "The Harvard Lampoon", ele prosseguiu em uma carreira de desenhista. Em 1953, ele se casou com Mary Entwistle Pennington, formada em belas artes por Radcliffe.

Ao se formar com louvor em Harvard em 1954, ele obteve uma Bolsa Knox na Escola Ruskin de Desenho e Belas Artes, em Oxford. Em junho daquele ano, seu conto "Friends from Philadelphia" foi aceito, juntamente com um poema, pela "The New Yorker". Foi um evento, ele disse posteriormente, que permaneceu "a estréia extática da minha vida literária".

Após o nascimento de sua primeira filha, Elizabeth, o casal voltou para os Estados Unidos e Updike passou a escrever para a "The New Yorker".

Em 1959, Updike já tinha concluído três livros - um volume de poesia, "The Carpentered Hen and Other Tame Creatures", um romance "The Poorhouse Fair" e uma coleção de contos, "The Same Door"- e os publicou pela Alfred A. Knopf, que permaneceu sua editora por toda sua carreira. De 1954 a 1959, ele publicou mais de uma centena de ensaios, artigos, poemas e contos na "The New Yorker".

Em "Casais Trocados" (1968), seu quinto romance, Updike explorou as relações sexuais em uma comunidade de jovens casados. "Casais Trocados", que se tornou um best-seller, foi notavelmente franco sobre sexo para a época e se tornou conhecido por suas descrições longas e frequentemente líricas do ato sexual.

Com o quarteto "Coelho", Updike lançou seu olhar aguçado a um mundo ainda maior. Enquanto "Coelho Corre" apresenta sua narrativa no tempo presente da sordidez doméstica de classe operária, suas três sequências, publicadas em intervalos de 10 anos, abrangem a experiência americana da segunda metade do século 20: "Coelho em Crise" (1971), a turbulência cultural dos anos 60; "Coelho Cresce" (1981), os tempos de boom dos anos 70, a crise do petróleo e a inflação; e "Coelho Cai" (1991), situado em um tempo que Coelho chama de "Reinado de Reagan", com sua guerra comercial com o Japão, sua epidemia de Aids e o atentado terrorista a bomba ao vôo 103 da Pan Am, sobre Lockerbie, Escócia.

Em 1974, Updike se separou de Mary e se mudou para Boston, onde lecionou brevemente na Universidade de Boston. Em 1976, os Updikes se divorciaram e no ano seguinte ele se casou com Martha Ruggles Bernhard.

Além de sua esposa, Martha, ele deixa seus filhos David, de Cambridge, Massachusetts, e Michael, de Newburyport, Massachusetts; suas filhas Miranda, de Ipswich, e Elizabeth, de Maynard, Massachusetts; três enteados, John Bernhard, de Lexington, Massachusetts, Jason Bernhard, do Brooklyn, Nova York; e Frederic Bernhard, de New Canaan, Connecticut; sete netos por parte dos filhos e sete netos por parte dos enteados.

Tradução: George El Khouri Andolfato

Texto do The New York Times, no UOL.


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O escritor-padrão dos EUA

O escritor-padrão dos EUA

ANTONIO CALLADO
ESPECIAL PARA A FOLHA

De uma forma abrangente, geral, seria possível dizer que John Updike foi o escritor de maior êxito no mundo de hoje. Ele certamente não foi tão popular e lido em toda a parte quanto Gabriel García Márquez, nem foi tão prezado pelos cultores da arte literária quanto contemporâneos seus do calibre de Borges, Beckett ou Nabokov.
No entanto, como romancista, como poeta, como ensaísta e cronista, Updike chegou a um extraordinário e equilibrado nível de qualidade e popularidade. E, finalmente, passou a ser, na sua geração, o representante mais completo do intelectual americano. É o escritor-padrão da nação que é, de longe, a mais poderosa do mundo.
A geração imediatamente anterior à de John Updike produziu nos Estados Unidos três excelentes romancistas: William Faulkner, Ernest Hemingway e Scott Fitzgerald. Diferentes entre si, vigorosos e originais, os três ergueram a ficção americana ao nível das grandes do mundo. Faulkner absorveu o que havia na ficção do seu tempo para eternizar as angústias do Deep South. Quanto aos outros dois, refletiram e retrataram a totalidade da sua nação, Fitzgerald celebrando a riqueza crescente, o puro êxtase, meio arrogante, do homem que busca todos os triunfos, e Hemingway tentando manter viva nesse mundo hedonista a figura do herói. "Suave É a Noite", dizia Fitzgerald num título de romance, "Por Quem os Sinos Dobram", replicava Hemingway em outro. Ilustrando ambos as próprias ficções, morreu o primeiro num crepúsculo alcoólico, pobre, esquecido, e Hemingway enfiou na boca o cano de um fuzil de caça e apertou o gatilho.
A geração seguinte cresceu num império tranquilo, consolidado, que se reflete na obra culta, inteligente, e, digamos assim, caseira, de Updike. Sua série do personagem Harry Rabbit Angstrom ["Coelho Corre", "Coelho em Crise", "Coelho Cresce", "Coelho Cai" e "Coelho Se Cala"] vale quase por uma história dos Estados Unidos em nosso tempo. Updike abandonou esse herói, que o acompanhou durante tantos anos, mas não abandonou o dia-a-dia da vida do país. O romance que publicou em 1992 se chamou "Memories of the Ford Administration". O título não pode ser mais explícito.

Ensaio e crítica
Mas não foram só esses romances que Updike escreveu, e alguns dos outros são deliciosos, como "Couples", o das intrigas sexuais, ou "Roger's Version", em que o herói procura Deus no computador. John Updike é, além disso, um refinado contista e um poeta leve, despretensioso, mas frequentemente tocante, como os brasileiros podem ajuizar pelo poema "Rio de Janeiro", que ele publicou em "The New Yorker" ao regressar aos Estados Unidos, depois de visitar o Brasil em março de 1992.
No entanto, se tudo indica que os romances de Updike terão sempre uma posição honrosa na literatura dos Estados Unidos e que seus contos e poemas também figurarão em antologias vindouras, seu lugar, talvez o mais certo, no futuro é o de ensaísta e crítico de ideias, ao lado de contemporâneos eminentes como George Steiner ou de clássicos do gênero de William Hazlitt.
À segurança do julgamento crítico, ao invariável bom gosto, ao toque de malícia e elegância do texto, o ensaísta Updike aliou sempre os ingredientes fundamentais: a cultura vasta, a incansável disposição de pesquisa. Um ensaísta dessa estirpe é tão raro quanto um grande romancista, contista, poeta.

Texto publicado na Folha de São Paulo, de 28 de janeiro de 2009.

TEXTO INÉDITO DE CALLADO FOI ESCRITO EM 92

Em 1992, o escritor Antonio Callado (1917-1997) escreveu, a convite da Folha, um comentário sobre a obra e a trajetória do autor norte-americano John Updike -que a seu ver já teria chegado, naquele momento, "a um extraordinário e equilibrado nível de qualidade e popularidade". Na época, o jornalista e autor de romances como "Quarup" e "Reflexos do Baile" era colunista da Ilustrada. O texto, que permaneceu inédito, arquivado no Banco de Dados, é agora publicado postumamente.

Esclarecimento da Folha de São Paulo, sobre o texto anterior.


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Ônibus viram palco de 'guerra religiosa' na Espanha

Os pontos de ônibus de Madri deixaram de ser apenas paradas para quem entra ou sai de transportes públicos e estão se tornando centros de debates entre ateus e cristãos.

A razão disso é uma guerra publicitária entre grupos ateus e religiosos, estampada nos ônibus.

Primeiro foram os ônibus ateus. A campanha publicitária com cartazes mostrando a frase "Deus provavelmente não existe. Deixe de se preocupar e desfrute a vida" iniciada em Londres em 2008 chegou à Espanha em dezembro e teve logo resposta.

Em janeiro a propaganda cristã financiada por católicos e evangélicos, começou a ser divulgada nos ônibus municipais: "Deus existe sim. Desfrute a vida em Cristo".

Depois que a polêmica campanha publicitária religiosa chegou à Espanha, na chamada ‘guerra dos ônibus’, os fiéis entraram na disputa e há quem se recuse a entrar em veículos que neguem a existência de Deus.

Cartaz

A rivalidade saiu dos veículos e alcançou os pontos de ônibus. A católica Dolores Rubio Cospedal, de 69 anos, decidiu se manifestar contra todos os que viajem nos ônibus com propaganda contra Deus.

Com um abrigo de visom ela tem passado as tardes no ponto próximo à catedral de Madri coberta nos ombros e no peito por um cartaz onde se lê: "Deus existe sim".

Cada vez que um dos veículos com a campanha atéia circula por ali, Dolores se levanta, mostra o cartaz e recrimina motoristas e usuários. Como ela, outros passageiros têm levado cartazes às ruas e dizem que não aceitarão entrar em um ônibus que negue a existência de Deus.

"Eu não vou subir nesse ônibus de jeito nenhum. Fico aqui o tempo que for preciso para que vejam que nós cristãos estamos indignados. O que estão fazendo é uma imoralidade, uma blasfêmia. Tenho vergonha de ser espanhola", disse Dolores à BBC Brasil.

Alguns passageiros, fiéis ou não, respondem aos manifestantes cristãos lembrando que prevalece a liberdade de expressão.

"Isso é só publicidade, é uma polêmica estúpida, cada um diz o que quer, é um país livre. A senhora não fala de Deus aqui sem problema? Então por que outros não podem?", rebateu a estudante Rosario Flores, 23 anos, que se define como "católica não praticante".

Explicações

Na tarde da quarta-feira passada o motorista Francisco Gomez Aguilar teve que dar explicações aos manifestantes cristãos para deixar de ouvir reclamações no ponto da catedral.

Explicando que também é católico, o motorista disse que não queria dirigir o ônibus com a propaganda que nega a existência de Deus, mas foi obrigado pela empresa.

"Pedi para mudar de turno para não pegar este veículo, mas não me deixaram. Se fosse por mim, estaria proibido", disse Francisco, completando à BBC Brasil que em uma das viagens alguns passageiros evangélicos distribuíram cartões com a pergunta: "se você morrer esta noite onde passará a eternidade?".

A chamada guerra dos ônibus surgiu depois que a União de Ateus e Livres Pensadores da Espanha iniciou a campanha no país, inspirando-se no exemplo da propaganda britânica.

Os anúncios em duas linhas municipais em Madri custaram 4 mil euros (cerca de R$ 12 mil), mas a União prevê aumentar a campanha em mais cidades e já arrecadou mais de 30 mil euros (aproximadamente R$ 90 mil) por meio de doações.

Em janeiro chegaram os ônibus cristãos. Financiados pela organização católica E-Christians e pela evangélica Centro Cristão de Reunião, foram alugados espaços em três linhas municipais da capital espanhola.

Ao contrário dos manifestantes, ambas as instituições acreditam que não há ofensa, apenas rivalidade.

"Todos podem expressar livremente suas opiniões. Nós também. Respeitamos a todo mundo… opiniões, idéias e crenças. Eles usaram uma plataforma pública e nós também, só que para comunicar ao mundo que a única vida plena é a que segue a Jesus Cristo", disse à BBC Brasil o porta-voz do Centro Cristão de Reunião, Francisco Rubiales.

Sem ofensa

A União de Ateus respondeu à BBC Brasil apenas que "a campanha não é ofensiva, foi aprovada pelo Comitê de Controle da Publicidade dos Municípios Espanhóis" e continuará em Madri, Barcelona, Málaga e La Coruña.

Já a Conferência Episcopal Espanhola, que não participa da campanha nos ônibus, acha que há blasfêmia e que o governo deveria intervir.

Segundo o comunicado oficial emitido no dia 24 de janeiro, "insinuar que Deus é uma invenção e que não deixa as pessoas desfrutarem da vida é uma blasfêmia e uma ofensa aos que acreditam".

A nota recomenda aos católicos "respeitar o direito de expressão de todos" e "às autoridades competentes tutelar o exercício pleno do direito de liberdade religiosa".

Em outras cidades européias como Valencia, Zaragoza, Roma e Milão, os ônibus ateus não foram aprovados pelos governos locais.

O texto é da BBC Brasil. A nova guerra santa da publicidade. Mas, de fato, eu acho que eu me recusaria a andar em um ônibus com publicidade sacrílega.

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quarta-feira, janeiro 28, 2009

Morreu John Updike


E morreu o escritor norte-americano John Updike.


Eu recebi a notícia olhando o Jornal Nacional nesta terça-feira (27/01/2009), não muito depois de ter chegado em casa. Foi um certo choque, pois recentemente eu havia lido não me lembro onde que o escritor estava trabalhando em um novo livro, que na verdade, ele sempre iniciava o ano pensando em seu novo e próximo livro. Se uma pessoa está sempre pensando em novos projetos, eu imaginei que a saúde de Updike estivesse muito bem, obrigado. Engano. Os obituários informam que John Updike faleceu em decorrência de um câncer no pulmão. Bem, câncer de pulmão não é algo que se contraia num dia e se morra dias depois, como costuma acontecer com processos infecciosos.


Não li muita coisa de John Updike, embora a morte do escritor não tenha reduzido meu interesse pela obra dele. O primeiro livro de Updike que li foi “Roger's Version”, que aqui no Brasil saiu traduzido com o título de “Pai Nosso Computador”, uma obra sobre o Roger do título, um professor de teologia, de uma faculdade que resolve apoiar o desenvolvimento de um projeto de um aluno que pretende criar uma versão cibernética factível do processo da Criação descrito na Bíblia. Mas a ação é centrada em Roger, sua vida (vidinha?) rotineira, seus desejos sexuais reprimidos e manifestos, a maneira como lida com certas dificuldades.


Depois tive a oportunidade de ler os quatro capítulos da saga (?) de Harry “Rabbit”Angstron, da série “Coelho”: Coelho Corre, Coelho em Crise, Coelho Cresce, Coelho Cai. É realmente interessante acompanhar a trajetória de um personagem cujas histórias foram escritas com intervalos de 10 anos aproximadamente entre cada uma. E, de fato, pela série de livros sobre Harry Angstron, é possível se ter um certo panorama histórico, e talvez mental da história dos Estados Unidos entre a década de 1950 e 1990, segundo membros de sua classe média.


Por fim, minha experiência com Updike terminou com “Na Beleza dos Lírios”, um romance onde ele fala de três gerações de uma família americana, invariavelmente tocando nos assuntos religião e sexo, para finalizar com uma versão fictícia, mas que parece fortemente influenciada pelos incidentes que envolveram uma seita em Waco, Texas, que acabou num tiroteio com a polícia americana, com mortos e feridos, e o incêndio de parte das instalações da seita, em 1993. Updike transfere “seu” incidente para o Colorado, mas a inspiração me pareceu evidente. Destas que li, me pareceu uma obra menor, com este final que parecia que o escritor queria explicar / exorcizar, o incidente do Texas, no qual acabaram por morrer dezenas de pessoas.


Li ainda hoje, na Folha de São Paulo, um comentarista que disse que John Updike não era “brilhante”. Não sei se era necessário que fosse brilhante ou genial. Foi prolífico, e nos deu um pouco mais de conhecimento sobre o mundo em que vivemos. Talvez pudesse ser descrito como um buscador, ou um tradutor, da alma do homem de classe média suburbana dos Estados Unidos. Fará falta.


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Formatura de Gabinete - II



Imagem feita na formatura, pelo meu filho (captura digital – BenqC740i, com pequeno ajuste de níveis [“levels”] feito no GIMP).

Em primeiro plano pode ser vista a cabeça de quem sentava à frente de meu filho. Eu sou a figura principal à esquerda na foto. À minha esquerda, o Professor César Guazzelli, que dirigia a formatura, e à minha direita, o Professor Luis Dario, também presente.

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Formatura de Gabinete


Formatura de gabinete é aquela em que o aluno faz sua colação de grau sem a pompa e a circunstância da formatura, digamos, tradicional, realizada em salão de atos, e que hoje em dia assume cada vez mais ares de superprodução. Meu filho, corrosivo, afirma que a formatura de gabinete é “formatura de pobre”. Como se ele fosse rico, talvez.


Esta semana enfrentei a minha formatura de gabinete, do meu grau de licenciado em História. Aconteceu na terça-feira, iniciando às 15 horas.


Em tese, a formatura de gabinete é um momento menos formal que a formatura em salão de atos, como já dissemos acima, mas continua sendo uma formatura. Assim, eu apareci acompanhado pelo meu filho e por minha irmã. E havia dezenas de colegas na tal formatura de gabinete referente às colações de grau de licenciatura e de bacharelado em História e em Filosofia ali. Muitos dos colegas formandos vieram sozinhos. Mas vários outros vieram acompanhados de pais, mães, talvez avôs e avós, mais namorados, namoradas, cônjuges, todo um séquito de acompanhantes.


A sala, que poderia ter se mostrado adequada para o evento, logo se degradou. Os pequenos aparelhos de ar-condicionado não davam vencimento de renovar o ar e ventilar a sala. A temperatura aqui em Porto Alegre devia estar pouco acima de 30oC . A sala lotou, e alguns dos formandos e seus parentes ou acompanhantes foram obrigados a assistir a formatura em pé.


Felizmente era uma formatura de gabinete, e o vice-presidente do instituto que dirigia a cerimônia, dada a precariedade da situação, solicitou encarecidamente aos alunos que fizessem sua colação de grau que se retirassem da cerimônia.


E assim foi. Primeiramente foram chamados os alunos que faziam a colação de grau no bacharelado de História. A seguir os que faziam a colação de grau na licenciatura de História, o que me incluía. Como a letra inicial de meu primeiro nome é a 10a., às 15 h 30 min, a cerimônia já havia acabado para mim.


Saímos. Minha irmã foi para a casa dela, e eu e meu filho fomos jogar boliche.


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Retrato do Blogueiro em meia-idade



Eu, capturado pelo meu filho, em imagem digital – BenqC740i, em 17 de janeiro de 2009, num restaurante de um shopping na zona sul de Porto Alegre.

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terça-feira, janeiro 20, 2009

Ateus imbecis

Imbecis


Notícia da Deutsch Welle diz que alguns ateus resolveram lançar campanha pró-ateísmo em Londres, começando com algumas frases em ônibus. A frase citada no texto, colocada em um dos ônibus é “Provavelmente Deus não existe”.

Minha primeira reação foi de raiva. “Imbecis” tive vontade de dizer a estes ateus militantes, profetas da religião do não-deus, que como diria meu pastor, primeiro você afirma, para então negar “Deus não existe”. E me deu vontade de pixar, depois explodir os tais ônibus.

Nós e nossas emoções. Os ônibus, e seus funcionários, e seus passageiros, não têm culpa de qualquer imbecilidade que seja estampada sobre eles. Melhor pegar o próximo, ou usar outro meio de transporte para evitar o sacrilégio.




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“Pastor, por que o teto da igreja desabou?”

Pastor, por que o teto da igreja desabou?”


A pergunta foi disparada de repente. O pastor teve que parar, pensar. O que poderia dizer? Além disso ele nem tinha qualquer ligação formal com a denominação cujo teto desabara. Esta era uma igreja “nova”, fundada nos anos 1980, neo-pentecostal, com cânticos informais, assim como informal e mais ou menos espontâneo era o culto. O pastor liderava uma congregação de uma denominação histórica, como ele mesmo gostava de dizer. A denominação dele vinha dos rescaldos ainda da Reforma do século XVI.

O que dizer? Dizer que aquilo era um castigo do Senhor, por conta de pecados da liderança da igreja? Esta hipótese não podia ser descartada. Tempos atrás, um semanário denunciara que a igreja estava sendo processada por ex-membros. Estes alegavam que foram enganados pelos líderes da Igreja, ao servirem como fiadores de aluguéis da Igreja. Algumas vezes a igreja não pagava os aluguéis e deixava a questão para ser resolvida pelos fiadores. E é claro que havia o problema do contrabando de dinheiro, crime pelo qual líderes da igreja estavam agora, cumprindo pena nos Estados Unidos. Aqui no Brasil, além deste problema dos aluguéis, ainda havia acusações de lavagem de dinheiro, mas sobre este último caso, muito da acusação se confundia com maledicência, e o processo andava a passos de tartaruga. E o pastor lembrou do episódio de Datã e Abirão, no Velho Testamento, ainda na Lei, no livro de Números, no capítulo 16. Ali parte dos líderes de Israel que saíram do Egito junto com Moisés, resolvem se tornar, eles mesmos, sacerdotes do povo. E Deus manifesta sua ira contra esta tentativa de profanação do sacerdócio, fazendo com que a terra se abra sob os pés dos postulantes ao sacerdócio e de seus familiares, absorvendo-os, consumindo-os. Podia-se pensar nisso. Mas no caso dos revoltosos do Sinai, eles mesmos se tornaram as vítimas e foram punidos na sua rebelião. Aqui os líderes nem sequer foram feridos pelo incidente. Os mortos eram simples membros da congregação. Além disso, não é possível comparar o abrir-se do chão, com a degradação da estrutura que dava sustentação ao templo religioso. Se lá, a ira de Deus não podia ser contida, aqui uma manutenção mais atenciosa ao prédio poderia ter evitado a perda de uma dezena de vidas e de algumas dezenas de feridos.

Difícil isto. A própria pessoa que disparara a questão ao pastor se questionava sobre o porquê disso. A liderança da igreja, em nota distribuída, lembrou o versículo bíblico do Novo Testamento, onde o apóstolo Paulo afirmava que, para ele, “o viver era Cristo, e o morrer lucro”. Quem morre com Cristo, não morre de fato, é a esperança de quem de fato crê em Cristo. Mas esta morte ainda é sentida de duas formas. Uma é que, mesmo com a esperança da vida eterna, os vivos aqui ainda sentem falta dos entes queridos que morrem. A outra é que, como a ressurreição ainda não veio, a fé pode parecer pouco efetiva.

Bom. Pelo menos é de se esperar que centenas de líderes esclarecidos pelo país afora, cuidem da manutenção de seus templos, para que se algum dos membros daquelas comunidades tiver que deixar esta vida ali, que seja pela exaltação de suas emoções, por entender que efetivamente o Senhor o esteja chamando ali, e não porque a tesoura do teto precisava ser reforçada, ou a coluna que sustentava a parede precisava de reforço.


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Memória: Carlo Giorgio Strazza (1919-2009)

CARLO GIORGIO STRAZZA (1919-2009)

Preso pelos dois lados na Segunda Guerra

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Carlo Strazza, combatente da divisão aérea italiana, chegou a ser abatido duas vezes durante a Segunda Guerra (1939-1945). Na segunda, foi preso pelos russos. Assim como outros prisioneiros, passou frio e fome, teve de andar quilômetros, mas escapou com vida. Na volta para casa, foi preso pelos alemães, ex-aliados -a Itália mudara de lado. Carlo considerava-se um privilegiado por ter sobrevivido. Natural de Nápoles, ao chegar finalmente em casa, na cidade de Camogli, em 1946, pesava apenas 49 kg. Gostava de recordar o passado: não se dizia arrependido de nada e condenava as atrocidades cometidas pelos dois lados do conflito. Em 1949, conseguiu um emprego no Brasil, país quejá conhecia -aos 15, havia feito uma viagem de navio pela América. Exerceria funções administrativas numa companhia dos Matarazzo. Anos depois, ficou sócio numa empresa de estruturas metálicas, especializada na construção de torres de comunicação. Em 1960, viajou pelo mundo -conheceu mais de 30 países. Apaixonado pelo mar, tinha o sonho de cruzar oceanos num veleiro. "Ele era rebelde", brinca o enteado. Viúvo havia quatro anos, não teve filhos. Morreu no domingo, aos 89, em consequência de um AVC (acidente vascular cerebral). Lutava contra um câncer no pâncreas. A missa de sétimo dia será hoje, às 11h, na igreja São José, em SP.

Obituário da Folha de São Paulo, de 12 de janeiro de 2009.

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sábado, janeiro 10, 2009

Angelina e Maddox



A foto é de 2005, de Matt Cardy, para a Getty Images, segundo a Folha de São Paulo, de 9 de janeiro de 2009.

A atriz estréia neste final de semana nos cinemas brasileiros, o filme A Troca, sobre mãe solteira que tem seu filho raptado, na Los Angeles de 1928.

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quarta-feira, janeiro 07, 2009

Sobre o filme Na Natureza Selvagem

Na Natureza Selvagem


Cara colega,



Abaixo está texto que escrevi inspirado pelo filme Na Natureza Selvagem, homônimo ao livro de Jon Krakauer. Este mesmo texto eu pretendo copiar no meu blog, o Voltas em Torno do Umbigo, pois afinal, quase tudo dá para a gente registrar num blog.

Há um “caríssima” no início do texto, pois eu o pensei como um diálogo contigo. Era isso. Espero que gostes.



Zé Alfredo.



Sobre o filme Na Natureza Selvagem


Caríssima,


Não coloquei como uma prioridade a ser alcançada em breve ler o livro Na Natureza Selvagem (“Into the Wild”), de Jon Krakauer, mas tive oportunidade de ver o filme homônimo, dirigido por Sean Penn, e estrelado por Emile Hirsch, que vive Chris McCandless no filme.

E é um filme lindo, inspirador, o qual lamento muito não ter ido assistir no cinema.

Inspirador ver o jovem, que após cumprir seus deveres com sua família, ou seja, ser um razoável filho, estudar até completar a faculdade, sai pelos Estados Unidos, em uma busca de si mesmo.

E nesse caminho ele encontra um monte de gente. E ele traz sentidos para a vida destas pessoas que ele encontra ao longo de seu caminho. Seja o casal de hippies, seja a garota (belíssima) que ele encontra no acampamento na Califórnia mas com quem evita envolvimento maior, sendo ela ainda menor de idade. Seja o plantador que o contrata como trabalhador temporário, e que acaba preso sei lá porquê...O plantador comenta algo sobre a busca que ele, Chris-Hirsch está levando a cabo. E há ainda o soldado aposentado, que perdera a mulher e o filho em um acidente automobilístico, e que havia se tornado um artesão em couro, que gostaria de ter Chris como seu filho.

E há William Hurt como seu pai. E Hurt é um coadjuvante de luxo no filme. No decorrer do filme, e no passar do filme, sua impotência e sua incapacidade de reencontrar o filho vão como que desmanchando-o . Se a história dele com o filho não havia sido a da mais bela família, isso agora o fazia sofrer e muito.

E por fim há a “natureza selvagem”, o Alasca, ponto de chegada que Chris marcou para si próprio. A dificuldade que ele encontra para se alimentar e para se proteger do frio. Suas leituras e seus apontamentos. Gostei muito de um ponto em que ele diz que toda experiência vivida deve ser compartilhada, ou algo parecido.

E o filme termina com a paisagem do Alasca, e nós choramos.

E ficamos pensando o que aconteceria se a história tivesse continuado...



O comentário:


Legal teus comentários...realmente gostei muito da paisagem e dessa parte que fala de compartilhar experiências vividas. Também pensei no q aconteceria se a história tivesse continuado...mas talvez a continuação da vida dele não seria tão melhor ou tão intensa quanto foi aqueles meses "como foragido" e não estaríamos agora pensando e relembrando passagens do filme.. Li o livro faz muito tempo mas pelo q lembro "o filme parece estar fiel ao escrito" e também me arrependi de não ter ido ao cinema.


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terça-feira, janeiro 06, 2009

Dia de Reis - 2009


Hoje é Dia de Reis.

Dia de embrulhar os enfeites de Natal novamente.

Em alguns países, México, se não me engano também Rússia, é neste dia que se trocam presentes. Faz todo sentido!

Feliz Dia de Reis!

Imagem originária de Praia da Claridade.


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Um outro dia para morrer



Jinx aparentemente havia assumido o controle do velho Antonov da Força Aérea da Coréia do Norte, e pilotava o cargueiro, onde também estavam Bond e Gustav Graves (ou o coronel Moon). Contudo Miranda Frost veio para acabar com a tranquilidade de uma missão que se encaminhava para o sucesso. Depois de praguejar contra Jinx, reclamando da dificuldade de matá-la, Frost colocou a lâmina da espada que carregava junto à jugular de Jinx, mandou-a colocar o controle do avião no piloto automático, "com muita calma". Com muita calma Jinx colocou o Antonov no piloto automático, mas dirigindo-o para o raio de calor emitido pelo satélite Ícaro, que devastava o maior campo minado do mundo, na fronteira entre as duas Coréias, numa das últimas fronteiras da Guerra Fria.


Com o avião no piloto automático, Miranda Frost cortou a jugular direita de Jinx, que teve apenas alguns segundos, percebendo o jorro inicial de sangue que fluiu de sua garganta, e depois continuou correndo da garganta cortada em direção de deu peito até coagular. Jinx estava morta.


Mais para o fundo do avião um tiro da parte de Bond, causara uma descompressão violenta, jogando para fora da aeronave a maior parte de seus ocupantes. Apenas Bond e Graves permaneceram lutando. A atmosfera do Antonov havia se estabilizado. O dispositivo de eletrocussão e controle do Ícaro, que serviam como uma espécie de armadura para Graves, lhe deram uma vantagem suficiente, de modo que, após intensa luta, Bond estava inconsciente no chão do Antonov. Graves pegou um pistola e disparou duas vezes contra a cabeça do agente secreto britânico. A missão de Bond e Jinx falhara.


Logo Frost e Graves pegaram pára-quedas, e pularam do Antonov que acabou destruído pelo raio do Ícaro.


Em pouco tempo o campo minado estava destruído, bem como uma boa parte dos postos de controle daquela fronteira. A divisão do exército norte-coreana começou a usar sua artilharia contra Seul, e a infantaria começou a se mover para o sul.


Num ato de desespero, e combinado com o governo da Coréia do Sul, um míssil com uma ogiva nuclear é lançado de um submarino americano navegando próximo à costa da península da Coréia contra a área onde antes houvera um campo minado, e para onde se dirigia parte do exército norte-coreano.


Ato contínuo, outro míssil foi lançado pelo mesmo submarino em direção à Pyongyang... Seria o Ícaro capaz de neutralizar um ataque nuclear contra a capital da Coréia do Norte?


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Américo


Ele me encontrou na papelaria, onde eu havia ido em busca de alguma bugiganga sempre necessária. Chamou-me, e quando o olhei, o reconheci. Estava mais magro, barba de umas duas semanas, o mesmo sorriso aberto e franco.

Eu havia trabalhado pouco mais de dois anos com ele, numa empresa de previdência privada e seguro-saúde, há uns 20 anos atrás. Era um bom colega. Sempre rindo, sempre fazendo piadas. Foi um bom tempo de convivência. Em um dos periódicos momentos de redução de custos, eu acabei demitido da empresa. Ele permaneceu mais algum tempo.

Mais alguns anos, e o encontrei como porteiro de um cinema dos tantos que já fecharam suas portas. Após o fim do cinema, eu nunca mais soubera dele. Até este dia na papelaria.

Ele me disse que eu “estava bem”, e aí eu me lembrei de algumas palavras do finado Paulo Autran, quando foi entrevistado no Programa do Jô. Autran dissera que ele era desconfiado das pessoas que diziam que ele “estava bem”, pois, em geral, significava que talvez aquela pessoa achasse que ele estava melhor do que deveria estar. Pois ele me disse que eu “estava bem”. Não posso precisar se ele queria dizer que eu estava mesmo “conservado”, ou, talvez, gordo.

Eu disse a ele que continuava trabalhando na mesma empresa desde vinte anos atrás. E ele me disse que estava aposentado. “Aposentado?” “Pois é, aposentado.” Tivera dois AVC's – acidente vascular cerebral, também conhecido como derrame. A doença o incapacitara para o trabalho, e sua memória recente estava prejudicada, uma sequela da doença. Quando perguntei se ele tinha celular, ele me respondeu que sim, mas que não lembrava o seu prórpio número, e este número precisava estar anotado no próprio corpo do aparelho, para o caso de uma necessidade.

Meu amigo tem cerca de dois ou três anos mais que eu, pelas minhas contas. Como não sofri com nenhuma doença incapacitante, realmente, acho que “estou bem”.

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domingo, janeiro 04, 2009

I am the walrus



Foto de uma morsa junto com seu treinador em um aquário (?), em Istambul, Turquia, vinda de um álbum do UOL.

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