quinta-feira, setembro 30, 2010

Tony Curtis morre aos 85 anos



O ator americano Tony Curtis morreu aos 85 anos, informou nesta quinta-feira sua filha, a atriz Jamie Lee Curtis, ao site "Entertaiment Tonight".

Protagonista de várias comédias de Hollywood das décadas de 50 e 60, como "Quanto Mais Quente Melhor" (1959), Curtis foi hospitalizado em julho em Las Vegas (EUA) por conta de problemas respiratórios. Segundo o jornal "New York Times", Curtis morreu de parada cardiorespiratória. Ele estava em sua casa em Las Vegas ao lado da mulher e morreu em sua cama, à meia-noite, segundo o administrador de seus negócios e porta-voz da família, Preston Ahearn.

Bonito e talentoso, Curtis foi um dos grandes astros de Hollywood nos anos 1950 e também um conhecido playboy naquela época. Ele se tornou famoso em grandes sucessos de bilheteria, como "A Embriaguez do Sucesso".

Curtis desempenhou um papel memorável no clássico "Spartacus", em 1960, e foi indicado para o Oscar em 1958, por sua atuação em "Acorrentados". Atuou em mais de 140 filmes, mas parte de sua carreira foi prejudicada por problemas com cocaína e álcool.

Curtis foi casado seis vezes. Seu primeiro casamento foi com a atriz Janet Leigh, com quem teve dois filhos -- incluindo a atriz Jamie Lee Curtis.

Ele teve mais dois filhos de seu casamento com Leslie Allen. Um dos filhos de Curtis e Allen, Nicholas, morreu de overdose de heroína em 1994.

Seu último casamento foi com Jill Vandenberg, 42 anos mais jovem. Eles estavam casados desde 1998.


Notícia da Folha.com . A foto tem crédito apenas para a AP - Associated Press.

Num outro texto, a manchete é "Vida de Tony Curtis parece ter saído de um roteiro de Hollywood".

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segunda-feira, setembro 27, 2010

Biblioteca Britânica coloca manuscritos gregos na internet

A Biblioteca Britânica, em Londres, colocou na internet mais de um quarto dos seus manuscritos gregos, totalizando 280 volumes, em mais um passo rumo à digitalização completa desses importantes documentos antigos.

Os manuscritos, disponibilizados gratuitamente no site www.bl.uk/manuscripts, são parte de uma das mais importantes coleções localizadas fora da Grécia para o estudo de mais de 2.000 anos de cultura helênica.

A biblioteca detém um total de mais de mil manuscritos gregos, mais de 3 mil papiros e uma abrangente coleção de impressos arcaicos gregos.

As informações ali presentes interessam a acadêmicos que trabalham com literatura, história, ciência, religião, filosofia e arte do Mediterrâneo oriental durante os períodos clássico e bizantino.

"Isso é exatamente o que todos esperávamos da nova tecnologia, mas raramente tínhamos", disse Mary Beard, professora de cultura clássica da Universidade de Cambridge.

"Isso abre um recurso precioso para qualquer um --do especialista ao curioso-- em qualquer lugar do mundo, gratuitamente."

Entre os destaques do acervo digitalizado estão os Salmos de Theodore, altamente ilustrados, produzidos em Constantinopla em 1066, e as fábulas de Babrius, descobertas em 1842 no monte Atos, que contêm 123 fábulas de Esopo corrigidas pelo grande acadêmico bizantino Demetrius Triclinius.

A iniciativa, financiada pela Fundação Stavros Niarchos, se soma a outros projetos da biblioteca para ampliar a divulgação de documentos antigos, frágeis e raros.

Outros projetos digitais incluem um caderno de Leonardo da Vinci, do século 16, e o Codex Sinaiticus, do século 4, contendo a mais antiga cópia completa do Novo Testamento.


Notícia da Reuters vista na Folha.com .

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quinta-feira, setembro 23, 2010

Tipos do Twitter




Joy of Tech, de Nitrozac & Snaggy, no caderno Tec (informática), da Folha de São Paulo.


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quarta-feira, setembro 22, 2010

Dia Mundial sem Carro

Hoje, 22 de setembro, é para ser chamado de “dia mundial sem carro”.

Aqui em Porto Alegre não pude notar. Parecia que havia tantos carros quanto qualquer outro dia, ou até mais.

Talvez eu tenha tido esta impressão porque o trânsito sofreu alguns gargalos por conta de manutenções no Largo da Rodoviária, e instalação de uma nova sinaleira na Avenida Farrapos. Ou talvez houvesse mais carros na rua mesmo. Ou as duas coisas.

Uma coisa me parece certa, o tal do dia sem carro, para usar um chavão comum, “não pegou”. Pelo menos, até agora. Pelo menos, em Porto Alegre.


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sábado, setembro 18, 2010

Filhote de leão com sua mãe no zôo de Zurique




Imagem da Reuters, no UOL.

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quinta-feira, setembro 16, 2010

Aborto...

AS DISCUSSÕES sobre o aborto despertam o poeta que há em nós. Uma amiga disse-me hoje que era favorável ao aborto livre porque só existe vida, ser humano, "pessoa", quando existe um nome.
Entendo a metáfora: o feto converte-se em vida quando somos capazes de projetar uma identidade nele. Quando o feto deixa de ser feto e passa a ser, sei lá, Maria ou Manuel. Quando é, no fundo, desejado.
Em silêncio, ainda contemplei as vantagens de uma legislação que consagrasse essa espécie de "validade onomástica": os pais evitavam dar nome ao filho até os 12 ou 13 (anos, não meses) e esperavam para ver.
Se ele fosse um adolescente típico, com maus modos e péssima higiene, seria sempre possível despachar a "coisa", a inominada "coisa", para o outro mundo. E por que não?
Se o feto só é vida quando somos capazes de imaginar uma vida para ele e com ele, a própria noção de "vida humana" deixa de repousar nas mãos do mistério (evitemos referências ao patrão lá de cima) e passa a ser opção de cada um.
Como, na verdade, já é: podemos mascarar a discussão sobre o aborto com quilos de retórica social, feminista, criminal ou sanitária.
Mas a "liberalização do aborto" parte de uma atitude filosófica que consiste em "privatizar" a noção de vida humana.
Para uns, é Maria. Para outros, é um amontoado de células (benignas) que se remove como se removem as malignas. Caso encerrado.

Trecho da coluna de João Pereira Coutinho, na Folha de São Paulo, de 31 de agosto de 2010.

A coluna se chama “Abortos, Canibais e Peregrinos”, e como tal está dividida em três pedaços, o que está acima é sobre o aborto. Sobre canibais há um comentário sobre uma notícia (falsa) de um restaurante brasileiro em Berlim, que serviria carne humana aos clientes que se dispusessem a fazer uma refeição lá. Era “pegadinha”.

Sobre peregrinos ele relembra a comparação feita pelo historiador britânico Paul Johnson de que os fãs de ídolos pop de hoje são semelhantes aos crentes de outrora atrás de uma relíquia de santos e beatos. Ele comenta que um vaso sanitário de John Lennon recebeu oferta de 9.500 dólares em um leilão, e o vaso do escritor J. D. Salinger recebeu oferta de um milhão de dólares. Para Coutinho, isso ainda demonstraria a superioridade da literatura sobre a música pop no imaginário de seus fãs. Talvez, mas não penso que deva ser uma absoluta verdade...


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sábado, setembro 04, 2010

Katy Perry

Perry vê carreira como peregrinação

De jovem religiosa que sonhava em cantar gospel, americana se tornou estrela pop desbocada e irreverente

Aos 25, Katy Perry lança novo CD, tem agenda de divulgação incessante e se mostra adepta da atividade promocional


DO "NEW YORK TIMES"

Katy Perry estava afundando. Era uma festa para ouvir seu novo álbum, "Teenage Dream", e o tema era de praia, com palmeiras, pranchas e muita areia para decorar o evento, na Midtown.
Se ela fosse Lady Gaga, talvez tivesse pedido que fosse construída uma passarela com trepadeiras de bichinhos de pelúcia ou assistentes ajoelhados; em vez disso, porém, havia apenas modelos de biquíni, comendo algodão-doce e jogando bola.
Katy Perry não ficou feliz quando viu -"não quero areia no meu sapato salto agulha", falou, fazendo beicinho e ecoando uma de suas letras. Mas ela é apenas uma garota comum que ficou famosa, então encarou o desafio com espírito esportivo e atravessou a areia, afundando seu salto a cada passo.
Depois de apresentar algumas canções, ela posou para fotos e deu autógrafos.
Na manhã seguinte, em um evento promocional na Times Square, ela estava de volta em terreno familiar, sugerindo atos sexuais com o microfone para a plateia de turistas enquanto cantava e dançava, terminando em cima de um Volkswagen. Mas tirou os saltos dessa vez -nada de estragar o carro.
O que faz parte da agenda da popstar moderna: divulgação incessante, "crossover" corporativo, desenvolvimento de marca, persona pública irreverente, exagerada.
Nos últimos anos, Perry, 25, vem mostrando ser adepta nesse tipo de atividade promocional, tendo descrito uma reviravolta improvável de cantora gospel para estrela provocante e fazendo seu público ficar atento para rastrear a autenticidade das duas encarnações.
Agora é líder nas paradas de sucesso e personalidade da cultura pop, presença constante nas páginas de fofocas, graças a seu tom desbocado e seu noivado com o desbocado comediante britânico Russell Brand; você pode acompanhar o relacionamento deles no Twitter.

PEREGRINAÇÃO
"Estou em uma peregrinação, sem dúvida", ela diz. É claro que músicos que se engajam publicamente em uma busca por realização pessoal não constituem novidade.
Mas, para Perry, que foi criada como cristã evangélica e chegou ao estrelato em meio a uma cultura de celebridades que revelam demais sobre elas mesmas, a busca tem um peso diferente.
Os princípios de sua busca podem incluir a fé (nela mesma), a devoção a sua arte e um certo tipo de materialismo consciente do que é.
Perry não tem hesitado em revelar sua ambição. "Nunca vou querer entrar neste restaurante" -palavrão- "e ouvir pessoas dizendo: "o que é mesmo que ela faz? Quem é ela ?'". Ser memorável significa ser visível e extravagante, e Katy Perry sente-se à vontade com isso.
Perry diz que Brand a conserva estável e que seus pais ainda oram por ela. Mas não enxerga contradição em sua trajetória fora do comum. "Eu sou porque eu me fiz", disse ela, para então se corrigir: "Deus me fez, mas eu tentei fazer acontecer".
O que a Katy de 15 anos, cujo sonho adolescente era virar estrela gospel, pensaria de sua vida agora? "Ficaria espantada e emocionada. E diria: "vista uma roupa!"."

Tradução de Clara Allain

Do The New York Times, reproduzido na Folha de São Paulo, 01/09/2010.

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quarta-feira, setembro 01, 2010

O fantasma de Paulo Francis

O fantasma de Paulo Francis

PAULO FRANCIS queria ser o fantasma do Metropolitan Museum, em Nova York. Não sei, não. Estive no "Met" semanas atrás. Posso jurar que havia um espectro por lá, óculos de lentes grossas, a dizer "waaal" em todas as salas.
Mas se Francis não virou fantasma do Metropolitan, virou fantasma do jornalismo brasileiro. Basta consultar qualquer jornal, site ou blog para reconhecer o ritmo, a voz, os tiques de Francis. Ele foi uma espécie de blogueiro "avant la lettre", pela profusão de temas e pelo tratamento conciso e obsessivo das loucuras do mundo, e aqui concordo com Paulo Eduardo Nogueira.
Mãos amigas fizeram-me chegar "Paulo Francis - Polemista Profissional" (Imprensa Oficial, 154 págs.), que li com prazer. O livro é uma revisão da vida e obra ("just the facts, dear"), mas depois Paulo Eduardo Nogueira dá braçadas em alto mar e o melhor acontece.
Concórdias? Muitas. Discórdias? Algumas. Mas, primeiro, vamos às surpresas, que me deixaram como um fantasma de museu: a pairar sobre a realidade.
Desconhecia, juro, que o golpe de 1964 tinha embranquecido o cabelo do bicho. Aconteceu o mesmo com o pai de Tocqueville na Revolução de 1789. Será mito ou mera coincidência capilar? Nessas matérias, a minha filosofia é John Ford "vintage": imprima-se a lenda.
Desconhecia também a frase perfeita dita a Sérgio Augusto para justificar a opção Nova York: "Cheguei a uma idade em que preciso de um país com quatro estações definidas por ano". Meu Deus. Não sei quantas vezes pensei nisso ao olhar para Portugal, que em matéria sazonal é mais preciso que um relógio suíço. A minha gratidão não tem preço.
Por fim, ri bastante quando Lucas Mendes explicou o "modus operandi" de Francis para com certas personagens que lhe eram antipáticas. "Aí ele era complicado. Não ficava na mesma sala, ia embora e era até capaz de peidar alto perto da pessoa."
É o cúmulo da sofisticação anal, digno de uma ópera popular de Mozart. E imagino desde já as conversas de inveja entre os objetos do seu desafeto: "Por que motivo ele peida na sua presença e não na minha? Você pensa que é melhor que eu?"
Vamos às concórdias. Francis não tinha grande faro político? Verdade. Exatamente como Mencken, pai espiritual de nós todos, que foi decisivo na descoberta de prosadores mil (Hemingway, Dreiser, Fitzgerald etc.) mas que falhou politicamente e com estrondo: o desprezo pela democracia e a incapacidade de perceber a natureza sinistra do nazismo são manchas inapagáveis.
Mas cuidado: dizer que a África do Sul pós-apartheid e a China "Frankenstein" de hoje são casos de sucesso, contrariamente ao que profetizava Francis, implica uma confiança no futuro que está interdita a um cético. Como dizia um antigo primeiro-ministro chinês na década de 1970 sobre as consequências da Revolução Francesa, ainda é muito cedo para dizer.
A principal discórdia está com a interpretação "neoconservadora" de Paulo Eduardo Nogueira. Francis deu uma guinada para a direita. Mas seria essa guinada uma emanação do "neoconservadorismo" de Kristol e "tutti quanti"?
Duvido. Discordo. O "neoconservadorismo" é fenômeno exclusivamente norte-americano (e, em menor grau, inglês) que lida com o fracasso sentido por uma parte da esquerda liberal americana (e já não trotskista) que se confrontou com os fracassos econômicos, sociais e morais da "Grande Sociedade" de Lyndon Johnson; e que nunca olhou para a URSS com a complacência de outros "liberais" da Ivy League. O DNA trotskista (leia-se antistalinista) nunca os abandonou.
Paulo Francis, depois da virada, ganhou aquela carapaça anticomunista só possível em antigos clientes da casa, é um fato. Mas essa foi uma virada para um conservadorismo clássico, elitista (no sentido platônico) e não "neoconservador".
A costela libertária de Francis, em matéria de "costumes" (droga, pornografia, jogo, etc.) teria horrorizado qualquer um dos Kristol (pai, filho ou mãe Himmelfarb).
E, claro, a ideia "neoconservadora" (ou será antes "cripto-trotskista"?) de que a democracia americana é produto de exportação teria provocado no fantasma do Metropolitan gargalhadas sinistras.
O mundo é uma coleção de tribos, dizia Francis no final da vida. Um problema insolúvel. Se me permitem o excesso de metáforas zoológicas, foi o canto do cisne para o pequeno leãozinho Trotsky que ainda brincava dentro dele.

Texto de João Pereira Coutinho, na Folha de São Paulo, de 24 de agosto de 2010.


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