terça-feira, dezembro 13, 2005

Paulo Francis

Eu adorava as colunas do Paulo Francis, que eram publicados nos jornais brasileiros, duas vezes por semana. Em tempos pré-Internet, eu comprava o jornal nesses dias apenas para lê-las (as colunas). Tinha conteúdo. Paulo Francis tinha uma erudição invejável, e nos seus "Diários da Corte", banqueteava seus leitores com os traços de bon vivant que era.
Claro, que não era santo. De vez em quando, saía algum insulto realmente insultuoso, que lhe rendia algum processo. Mas no balanço de perdas e ganhos, o texto dele mais acrescentava que retirava.
No ano passado foi republicado seu livro, meio de memórias, meio de visão de mundo, que se chamava Trinta Anos Esta Noite, publicado originalmente em 1994, em que ele relembrava suas memórias após o golpe.
Faleceu em 1997, de um infarte fulminante, e não deixou nenhum sucessor intelectual digno deste nome. Em seu necrológio, a revista Veja, na época(sem trocadilho), dizia ele ia fazer falta. Está fazendo.