Problemas do Corporativismo

A Folha de São Paulo informou ontem, 6 de julho, que o Senado Federal aprovou projeto no sentido de regulamentar atividades que exijam diploma de jornalismo, tais como repórteres fotográficos, repórteres cinematográficos e comentaristas.
Muito bem que pessoas que estudaram, procurem fazer prevalecer seus pontos de vista. E é natural que uma corporação tente regulamentar seu mercado para conseguir salários mais altos. Mas, no caso de jornalismo, o que impede que um bacharel em letras, por exemplo, seja jornalista? E por que uma pessoa que faça uma série de cursos livres, ou seja autodidadata, deve ser impedida de trabalhar como fotógrafo de uma publicação qualquer?
O grande problema deste projeto é que ele realmente fere a liberdade de expressão, e o país já tem assinado tratados internacionais, se não me engano na OEA, que, em tese, deveriam impedir o Brasil de criar regulamentações que dificultem a atividade de repórteres.
Não devemos entrar pelo caminho que foi noticiado dias atrás da China, que talvez venha a impor multas de 5 a 10 mil dólares por "divulgação de notícias não autorizadas" (http://voltasnoporto.blogspot.com/2006/06/china-pode-multar-quem-divulgue-noto.html).
A regulamentação pode inclusive ser utilizada contra blogueiros, como acontece em alguns países.
Lembrando, repórter vem do inglês reporter, aquele que produz reports, rapport em francês, ou seja, relatório. Repórter é apenas aquele que divulga relatórios, isto é, notícias. Não me parece necessário um diploma de certo tipo de educação superior para que a profissão seja exercida, embora o diploma seja bem-vindo. Se o repórter for semi-analfabeto, provavelmente ninguém o lerá.