Parabéns, Colorados!
Este texto foi publicado pelo Paulo Sant'Ana, em sua coluna no jornal Zero Hora, em 18 de dezembro de 2006.
Parabéns, colorados!
Quando Adriano Gabiru fez o gol, nos estertores da partida, experimentei a mesma intensidade de emoção dos colorados, recordando aquele 11 de dezembro de 1983, quando o Grêmio viveu a mesma insuperável alegria hoje curtida pelos torcedores vermelhos.
Quando o capitão De León me estendeu a taça na pista do Estádio Nacional de Tóquio, cheguei a pensar em retirar-me para sempre das minhas atividades, nada mais compensaria continuar na imprensa, toda meta não seria mais desejável, todos os objetivos tinham sido cumpridos, nada mais havia que fazer nem idealizar.
Por isso é que avalio com muita exatidão toda a caudalosa torrente de emoções deliciosas que percorre os corações colorados, eu também usufruí.
O Internacional jogou o dobro do que sabia e podia. O Barcelona jogou a metade do que podia e sabia. Ronaldinho foi vigiado de longe e de perto.
Mas cada jogador colorado se desdobrou até o limite da sua capacidade. E como não veio o gol nas oportunidades raríssimas que o Barcelona teve, quis o destino que o estupendo Iarley, em insistência e esforço, vislumbrasse Gabiru entrando na área como um dardo e lhe concedesse o passe, numa sublime dádiva, com a conclusão abençoada.
O lance consagrou uma vitória merecida do Internacional, um título grandioso, pelo que nós, gremistas, nos orgulhamos de não colocar nenhum reparo na grande conquista colorada.
Assim temos que nos posicionar, sem a pequeneza de ficar apondo ao triunfo restrições que alguns, não mais que alguns, apuseram em 1983 ao título do Grêmio.
É indispensável nesta hora, como tinha sido em 1983, a grandeza do reconhecimento do rival. Só assim se justifica a devoção que temos pelo esporte e até o fanatismo que nutrimos pelo futebol.
Inter e Grêmio são os campeões mundiais eternos. E o Inter é o atual e rutilante campeão mundial, sendo merecidos os festejos de hoje da tribo colorada.
Só nós dois é que o sabemos.
O que gravita fora desse eixo não merece consideração.
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