sexta-feira, novembro 11, 2005

"Chega de Tanto Imposto"

Nem todo mundo que monta banca na Feira do Livro de Porto Alegre, se estabelece para vender livros. Tem gente que está lá para divulgar o seu trabalho, ou as suas idéias, ou ambos.
É o caso da banca Chega de Tanto Imposto, promovida pela Associação da Classe Média - ACLAME, cuja idéia, parece, é alertar os cidadãos para o quanto de impostos e taxas estão embutidos nos produtos e serviços que são vendidos. A Associação tem um saite (www.aclame.com.br), onde explica melhor as suas idéias, e onde fornece um meio para um cálculo aproximado de quanto cada pessoa paga em impostos para todos os níveis de governo. Também patrocina um saite chamado Impostômetro (www.impostometro.org.br), onde informa, segundo a metodologia dele, quanto já foi arrecadado em impostos no Brasil, durante o ano de 2005 (às 19 h de 11 de novembro, o valor era de um pouco mais que 628 bilhões de reais, ou cerca de 285 bilhões de dólares ao câmbio de US$ 1 equivalente a R$ 2,20). A Associação também quer influenciar os políticos para que pensem mais em projetos de desenvolvimento do país, e menos em si próprios.
Questionado a respeito de dívida pública estadual ou federal, um dos atendentes da banca, informou que a idéia não era resolver os problemas da dívida pública, mas fazer com que os cidadãos tomem consciência de quanto imposto está embutido em tudo que se compra e vende no Brasil.
Como se sabe que a tributação evoluiu de cerca de 25% para algo entre 34% a 38% do PIB brasileiro nos últimos anos (embora cerca de 4% a 8% do PIB - Produto Interno Bruto sejam devolvidos à sociedade, isto é, para aquelas pessoas que tem disponibilidade em investir em títulos públicos), e isso não foi porque os governantes neste período tenham sido maus, querendo espoliar a população, mas em boa parte porque a dívida pública subiu de algo em torno de 20% a 25% para cerca de 50% a 55% do PIB, porque, segundo alguns, era o preço a ser pago para sair da inércia inflacionária, ou, segundo outros, por irresponsabilidade fiscal. E como se sabe que o governo deve honrar os seus contratos, ou seja, os valores da dívida pública, juros e principal, devem ser pagos, é de se perguntar como faremos para chegar a uma diminuição da carga tributária brasileira.