domingo, novembro 27, 2005

Jornalista Premiado e Ameaçado

O texto a seguir foi publicado no boletim semanal do Observatório da Imprensa, e é copiado aqui com autorização. O texto original, com uma petição para que parem as perseguições, pode ser encontrado aqui:
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=356CID005 .

LÚCIO FLÁVIO PINTO
Jornalista premiado e ameaçado

Rede Cipó Comunicadores da Amazônia e Rede Rios Vivos

O jornalista paraense Lúcio Flávio Pinto, editor do Jornal Pessoal, necessita do apoio incondicional da opinião pública brasileira por ser vítima permanente de perseguições e injustiças em represália à sua determinação de buscar a verdade no cumprimento dos preceitos universais do jornalismo. Entre os que querem calar Lúcio Flávio encontram-se os dirigentes do grupo de comunicação Organizações Rômulo Maiorana (ORM) e representantes da Justiça do Pará.

A indignação se estende a entidades como a Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Organizações Globo e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção do Pará, pela omissão acerca das agressões, inclusive físicas, praticadas por integrantes do Grupo de Comunicação Organizações Rômulo Maiorana (ORM), que tem tentado de diversas formas calar a voz do jornalista Lúcio Flávio Pinto em defesa da terra e do povo da Amazônia. O Grupo ORM detém os direitos de retransmissão da Rede Globo no Pará.

Lúcio Flávio Pinto é um ícone da profissão no Brasil e no Pará, tendo recebido diversos prêmios, entre eles o Esso, o mais prestigiado da imprensa nacional. Este ano, ele foi um dos escolhidos para receber, em Nova York, o Prêmio Internacional da Liberdade de Imprensa, concedido pela organização Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ - Committee to Protect Journalists). O CPJ é uma organização dedicada a defender a liberdade de imprensa.

Por causa dos processos, Lúcio Flávio Pinto tem sido impedido de se ausentar do Pará. Na entrega do prêmio da CPJ, está sendo representado por sua filha, Juliana da Cunha Pinto. O jornalista responde a 19 processos na Justiça do Pará, decorrentes de informações publicadas no Jornal Pessoal, uma publicação quinzenal editada por ele há mais de dez anos. Se ele deixar a cidade de Belém, pode perder o prazo para algum recurso ou sofrer uma condenação, que, eventualmente, pode levá-lo a pagar uma multa ou, pior, à prisão.

A maioria desses processos é movida por integrantes da família Maiorana, da Rede ORM, que edita o jornal O Liberal (o maior do Pará) e dona da TV Liberal, afiliada da Rede Globo. Em janeiro, em um restaurante de Belém, Lúcio Flávio Pinto foi brutalmente espancado por Ronaldo Maiorana, com o auxílio de dois guarda-costas. Mesmo com queixa na delegacia e exame de corpo de delito, Maiorana abriu mais um processo contra Lúcio, dizendo ter sido o jornalista o agressor. Em outro processo, Maiorana quer impedir o jornalista de publicar qualquer informação acerca da família Maiorana, num ato de censura prévia.

Lúcio Flávio Pinto é o único jornalista brasileiro vítima da perseguição implacável de uma empresa jornalística, o grupo ORM, que é um dos financiadores do portal Liberdade de Imprensa, criado em parceria da Unesco e Associação Nacional de Jornais(ANJ). O diretor do grupo, Ronaldo Maiorana, que espancou o jornalista, preside a Comissão em Defesa da Liberdade de Imprensa da Ordem do Advogados do Brasil - Pará.