Trinta Anos Esta Tarde
Era uma tarde muito quente, naquele domingo, parecia verão sob aquele sol ainda de primavera.
Era a primeira vez que um clube gaúcho chegava a uma final de Campeonato Brasileiro. A previsão era que o Beira-Rio lotasse. O conselho chegar cedo. E cedo fomos para o estádio. Isso significava ficar quarando no sol, desde o início até quase o final da tarde, nas arquibancadas inferiores, que ficavam diretamente expostas.
Mas, quando começou, foi um jogo eletrizante.
Já tinha sido meio inacreditável chegar àquela final, após ter derrotado o Fluminense de Rivelino, em pleno Maracanã, com um gol inesquecível de Paulo César Carpeggiani (no Maracanã o placar final havia sido Internacional 2, Fluminense 0).
E veio o jogo para o Beira-Rio, em uma partida que prometia ser encardida, contra o Cruzeiro, de Belo Horizonte, de Palhinha e outros que tais.
No início do segundo tempo, em cruzamento de Valdomiro, a partir de falta que o próprio Valdomiro "cavara", o capitão Figueroa subiu, e cabeceou para o fundo das redes de Raul, no único gol da partida, que eu, piá de quase 10 anos de idade, não vi, não enxerguei, pois no momento do lance, todo mundo levantou.
Mas não foi tudo. O gol foi no início do segundo tempo, e o Cruzeiro não iria deixar barato. Pressionou boa parte do jogo. Mas o Manga, o "Manguita Fenômeno", mesmo machucado não iria deixar passar nem a mãe dele sob a meta que ele guardava naquela tarde. Defendeu tudo.
Um a zero! Internacional Campeão Brasileiro de 1975!
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