Férias
É algo para se pensar em tempos de globalização, ou mundialização como chamam os franceses.
Férias é um direito humano fundamental, ou um privilégio insuportável pela sociedade?
No Brasil temos 30 dias regulamentares de férias para cada ano trabalhado. Dizem que na França são 35 dias, e na Alemanha 6 semanas de férias, o que dá 42 dias a disposição de si mesmo.
Por outro lado, sociedades do extremo oriente possuem de 7 a 14 dias de férias (entre tais países incluem-se Indonésia, Coréia do Sul, China Nacionalista ou Taiwan, Malásia,...). E parece que nos Estados Unidos também são 7 dias regulamentares, que podem ser aumentados por acordo sindical, ou livre negociação entre patrão e empregado (será que isso funciona, quero dizer a negociação entre patrão e empregado, quando na maior parte das vezes esta é uma relação assimétrica em beneficio do patrão?).
Aqui no Brasil há pessoas que do seu direito de 30 dias de férias, "vendem" 10 em troca de uma bonificação em dinheiro. Há pessoas que querem desfrutar os 30 dias integrais de uma só vez. E há pessoas que gostam de dividir o seu período de férias, tirando, por exemplo, 15 dias em determinado período do ano, e outros 15 em outro período. Também conheço alguém que, se pudesse, compraria junto ao patrão a possibilidade de ficar mais 10 dias de férias. E, claro, há pessoas desempregadas que adorariam tirar férias se pudessem
Tempos atrás, li num livro, O Teorema do Papagaio (O Teorema do Papagaio, de Denis Guedj - Companhia das Letras), que, na França, a primeira regulamentação de férias para os trabalhadores foi alcançada durante o governo da Frente Popular, na década de 1930, sendo que os empregados, não chamavam este período de "férias", mas de "licença remunerada", pois só os ricos podiam se dar ao luxo de terem férias e viajar. Por outro lado, ouvi de um colega, que um antigo industrial gaúcho, também na década de 1930, dizer ao então ministro do trabalho que não deveria haver direito a férias, pois os empregados não ganhavam o suficiente para terem lazer.
Então? Direito ou privilégio?
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