Morreu Slobodan Milosevic

Slobodan Milosevic, ex-presidente da Iugoslávia morreu no sábado passado, 11 de março, na Holanda, onde estava preso, e sendo julgado por crimes contra a humanidade, crimes de guerra, e genocídio. Ele é acusado de ser um dos principais, senão o principal, responsáveis pelas guerras que mataram milhares de pessoas, durante a secessão da Iugoslávia, quando Croácia, Eslovênia, e Bósnia-Herzegovina se separaram da federação, e depois quando o território do Kosovo queria autonomia. Após os Estados Unidos terem feito uma série de bombardeios sobre a infraestrutura iugoslava, inclusive atacando uma emissora de tv, em Belgrado, um levante popular acabou depondo Milosevic. Tempos depois, ele foi entregue pelo novo governo para ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia, por seus crimes, ou supostos crimes.

Ele nunca se assumiu culpado por crimes de guerra ou genocídio. Achava que como ex-governante não deveria estar sendo julgado. Confiante nisso, também dispensou advogados, e tratava pessoalmente de sua defesa junto ao tribunal. Com a saúde debilitada, acabou tendo em enfarte, e faleceu.

É uma pena. Com a sua morte, o julgamento acaba, e não vai se saber se o tribunal tinha elementos para responsabilizá-lo por crimes contra a humanidade ou por crimes de guerra.

O tempo é inclemente.

Em 2002, eu escrevi um texto em que comparava Milosevic, com Ariel Sharon, ex-primeiro-ministro de Israel (http://www.zealfredor.pop.com.br/ReflexaosobreIsraelI.htm) , declarando que com o propósito de defenderem seus povos, ambos haviam lançado exércitos contra civis. Hoje Milosevic está morto, e Sharon padece sob estado de coma há dois meses, internado em um hospital de Israel, após um acidente vascular-cerebral (vulgo derrame).