TV Digital
E o presidente Lula escolheu o padrão japonês para o Brasil entrar na era da televisão digital.
A competição estava aberta desde o governo do ex-presidente FHC, e competiam o padrão europeu, o japonês e o norte-americano. Como seria de se esperar num caso como este havia(há) muitos interesses em jogo. Os atuais radiodifusores, isto é, a TV Globo, a Bandeirantes, etc., que pretendiam que o modelo de televisão brasileiro permanecesse como é hoje, com a única mudança sendo a transmissão em alta definição; as empresas de telefonia, que gostariam de também distribuir conteúdo de televisão; os movimentos sociais que esperavam que, como a TV digital ocupa uma fração do atual espectro de transmissão, poderiam aumentar o número de canais de transmissão, com uma maior democratização da televisão. Esta definição também levará a uma mudança a médio prazo do parque de aparelhos receptores (as nossas tv's em nossas casas) dos telespectadores-consumidores.
Segundo o Ministério das Comunicações, o padrão japonês era o que mais se assemelhava ao atual modelo de televisão brasileiro, a concessão para transmissão de televisão é uma prerrogativa do estado, oferecida a agentes privados para difusão, com seus custos pagos através da publicidade que é veiculada entre os programas. Assim o ministro das comunicações, Helio Costa, achava que este também é o melhor para o Brasil.
O padrão europeu era apoiado pelas empresas de telefonia.
O padrão americano era considerado imaturo pelo Ministério das Comunicações, e francamente deixado de lado pelo ministro, que não o considerava viável.
A título de curiosidade, existe o padrão chinês, que está sendo constituído na China continental, e que deve estar disponível para os telespectadores chineses em 9 ou 10 anos. Como já há intercâmbio entre Brasil e China para desenvolvimento de tecnologia espacial, isto também poderia ser "esticado" para um desenvolvimento conjunto para a tv digital.
Se tudo correr sem maiores problemas, a partir de meados de 2007 deveremos estar recebendo transmissões de alta qualidade em nossas casas, o que nos incentivará a comprar mais novos e melhores aparelhos de tv. Não creio que venha a haver problemas, pois além do projeto ter apoio das principais redes de televisão brasileiras, há uma série de parlamentares que são concessionários de transmissoras de tv ou estão associados a concessionários.
Se uma das definições de poder é a capacidade de transformar os nossos desejos em realidade, eis aí uma bela manifestação de poder das nossas redes de televisão.
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