sexta-feira, abril 28, 2006

Elegância do Comportamento

O texto abaixo me foi passado, como seria de se esperar, pelo correio eletrônico. Quando comecei a lê-lo, pensei com os meus botões "afinal um texto da Martha Medeiros bonzinho!". Mas não era da Martha Medeiros. Pelo menos, não é atribuído a ela. No final há uma atribuição ao artista francês Toulouse-Lautrec, que realmente viveu no final do século XIX, em Paris. Eu não sei precisar se os anos referidos na base do texto são absolutamente corretos.
Há uma representação do artista no filme Moulin Rouge, com a atriz Nicole Kidman. Toulouse-Lautrec é vivido pelo ator John Lenguizano.
Como toda atribuição na Internet, deve ser visto com muita reserva. No final do século XIX, fotógrafos e fotografia eram raros. Eu creio que frentistas deviam ser mais raros ainda. Telefones também não eram muito comuns. "Brucutu" é um personagem de quadrinhos e animações da segunda metade do século XX, mas pode ter sido liberdade do tradutor. Também deve ser liberdade de tradução o uso da palavra "frescura" no final.
Enfim, aproveite o texto.

Elegância

"Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a Elegância do Comportamento.

É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.

É uma elegância desobrigada. É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca-a-boca.

É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

Oferecer flores é sempre elegante.

É elegante não ficar espaçoso demais.

É elegante, você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber que você teve que se arrebentar para o fazer...

É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.

É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.

É elegante retribuir carinho e solidariedade.

É elegante o silêncio, diante de uma rejeição...

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.

Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.

É elegante a gentileza. Atitudes gentis falam mais que mil imagens...

... Abrir a porta para alguém é muito elegante.

... Dar o lugar para alguém sentar... É muito elegante.

... Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...

... Oferecer ajuda.. É muito elegante.

... Olhar nos olhos ao conversar é essencialmente elegante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado "brucutu", que acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras".

Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os desafetos é que não irão desfrutá-la.

Educação enferruja por falta de uso! E, detalhe: não é frescura."

(Texto realmente é de Toulouse-Lautrec, pintor francês que viveu de 1864 a 1901 que retratava "mulheres despojadas de elegância", pois sua fascinação estava sobretudo, nas "mulheres".)