segunda-feira, maio 01, 2006

Mais Uma do Culto de Domingo à Noite na Igreja Batista Central

Neste domingo, 30 de abril, esteve presente a missionária Terezinha Candieiro.
Na hora da pregação, não houve pregação, mas um testemunho por parte da missionária, de seu trabalho em Moçambique. E há trabalho cristão batista em Moçambique.
O que gera uma dupla ligação sentimental: com cristãos evangélicos batistas, e com um país que tem como uma de suas línguas oficiais, o português à moda lusitana. Em Moçambique, em lugar da Convenção Batista, temos lá a Convenção Baptista.
Foi uma rica apresentação, com slides das igrejas em que ela atuou, no norte do país. Como trilha sonora, um cântico cristão cujo ritmo era semelhante aos característicos da costa africana do Índico. Se você viu o desenho "O Rei Leão", dos estúdios Disney você conhece o ritmo.
Ela ainda declarou que perdeu o marido durante essa estadia em Moçambique, em um acidente automobilístico. O filho de ambos tinha 4 anos. Ela se abalou, ficou triste, mas recuperou forças, como ela disse "no Senhor".
Ela ajudou a implantar em Moçambique um projeto de educação infantil, que se chamou "Programa de Educação Pré-Escolar - Pepe". Na cidade ao norte de Moçambique em que ela trabalhava, o Pepe foi um sucesso tal que o secretário do bairro, uma espécie de chefe, resquício de quando o País era uma ditadura comunista, disse que este prejeto deveria ser implantado em todos os bairros do país.
Hoje a missionária coordena este projeto em uma série de países onde a Junta de Missões Mundiais do Convenção Batista Brasileira atua.
Candieiro nos iluminou!

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Samora Machel, líder e herói da independência de Moçambique, era filho de pequeno agricultor empobrecido e cedo uniu-se a luta pela independência de seu país. Graças à sua inteligência, coragem, capacidade política e identificação total com os destinos do seu povo logrou assumir as posições de liderança e comando na Frente para Libertação de Moçambique, a FRELIMO. Com a declaração de independência assume a presidência do país. Buscando construir um país justo e fraterno lidera uma caminhada no rumo do socialismo. Entre as muitas iniciativas neste sentido, figura a criação dos comitês de bairro, que passam a desempenhar importante papel na defesa dos direitos da população e na articulação de suas demandas ao poder central. Inspirados nos comitês de defesa da revolução cubanos, nada têm de resquícios ditatoriais, uma vez que seus líderes são livremente escolhidos em assembléia de moradores. O comitê de bairro é uma tentativa de criar estruturas de agregação e organização da sociedade civil, criando níveis intermédios entre a sociedade e o Estado e, com eles, níveis de autonomia e de relação dialética em face do poder central. Portanto, são o exato oposto de resquícios ditatoriais, e tentam transformar as estruturas herdadas do colonialismo, estas sim autoritárias. Mas como toda organização popular que se contrapõe à liberdade do capital de explorar o trabalho, obviamente foi considerado crime. Assim, à época, estando Moçambique inserido em um contexto de guerra fria, passa a sofrer todo tipo de sabotagens, ataques e finalmente guerra declarada. Para desestabilizar o nascente estado moçambicano, Estados Unidos e Inglaterra instrumentalizam o estado e o regime mais abjeto que a humanidade já criou: o apartheid da África do Sul. Submetido a 16 anos de guerra ininterrupta, Moçambique, como tantos outros um país pobre da África, não consegue fazer decolar o seu processo de desenvolvimento. No entanto, o pouco de dignidade que o povo possui foi obtido graças ao sistema implementado nos primeiros tempos da independência. Prova disso é que, após o abandono da experiência socialista, todas as eleições para presidente até hoje (foram três) foram vencidas pela FRELIMO que se tornou partido político.
Samora Machel foi traiçoeiramente assassinado em 1986 pela África do Sul, quando o avião em que viajava foi derrubado próximo da fronteira deste país com Moçambique.

3:52 PM  
Blogger José Elesbán said...

Caro Enio,
Acredito realmente que o governo de Frelimo queria o desenvolvimento justo e fraterno de Moçambique. Também sei que o governo recém liberto do colonialismo de Portugal foi sabotado e depois atacado, a partir do regime racista da África do Sul . E é bem provável que este mesmo regime racista esteja por trás da explosão do avião que causou a morte de Samora Machel. Por fim, creio também que os comitês de bairro foram formados para servirem de intermediários entre o povo moçambicano e seu governo. E certamente o governo conseguiu esta consolidação e identidade com seu povo para ter ganho três eleições seguidas.
Agora, comitês de bairro em regime de governo de partido único, me cheira a ditadura, pois não parece haver o espaço para a dissensão, e parece haver bastante lugar para delação, e agrados aos oficiais do governo. Acho que era isso.
De mais a mais, tenho muito simpatia por Moçambique como coloquei no "post". Principalmente pela sua língua portuguesa com sotaque lusitano.

6:35 PM  

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