quinta-feira, agosto 03, 2006

X-Men - Os Filmes


Tudo pode acontecer...
Já são três os filmes com os X-Men. Não há garantias de que não haverá mais no futuro.
Em matéria de filmes com super-heróis, tudo pode acontecer, como, aliás, acontece de maneira geral nas histórias em quadrinhos. Basta lembrar que nos quadrinhos da DC Comics (um dos grandes estúdios de super-heróis de histórias em quadrinhos dos Estados Unidos. O outro é a Marvel, a quem pertencem justamente os X-Men), o Super-Homem já morreu. Eu não tenho certeza, mas provavelmente já ressuscitou também. O Batman já esteve paralítico por obra do supervilão Bane, e foi curado por obra de magia.
Voltando aos X-Men. Eu tendo a ver os X-Men como a personificação de certos ideais da chamada "inteligência liberal" dos Estados Unidos. Aquele pessoal que crê piamente na evolução, mais ou menos, como ela é popularizada por Stephen Jay Gould e Richard Dawkins. Gostam da cosmologia de Carl Sagan. Juntamente com isso, parece que gostam de defender direitos de minorias, como homossexuais, ou minorias étnicas, ou, ainda, defendem uma intervenção um pouco maior do governo na economia. Trazendo para o Brasil, eu vejo uma pessoa típica no Dr. Dráuzio Varella, que nos vê como mais um dos grandes primatas, talvez bastante singular, mas um grande primata.
Só como contraponto, eu tendo a crer na criação especial divina, pois me convence mais do que a evolução arbitrária. Não sei se somos melhores do que os outros grandes primatas, mas certamente temos alguma singularidade com relação a eles, embora quanto mais eu aprenda com relação a eles, os outros primatas, mais os respeite. E não que eu ache que direitos de homossexuais devam ser desrespeitados, mas vejo a prática homossexual como pecado. E eu certamente sou a favor do envolvimento do governo na economia, embora eu não saiba bem até que ponto...
Então, o primeiro filme dos X-Men fala que os mutantes seriam o próxima passo na evolução da humanidade. A propósito, um parêntese sem parênteses: uma vez, eu li em um gibi dos X-Men, algum personagem falando da "bobagem das idéias de criação" ou algo assim. Findo o parêntese, e voltando, os mutantes seriam o próximo passo na evolução da humanidade, e o filme mostra uma animação com simulação de códigos genéticos. E a impactante imagem do então jovem Magneto "se agarrando" às grades de um portão de um campo de concentração / extermínio (?) nazista. O seu "dom" começando a se manifestar...
Como foi dito no início deste texto, já foram feitos três filmes sobre a série, e não há garantias de que não haverá outros. Se os produtores quiserem, e conseguirem juntar o elenco, certamente material há.
O primeiro filme apresenta os personagens, e demonstra o ressentimento dos "seres humanos normais" contra os mutantes, personificado na figura de um senador norte-americano. A reação de alguns dos mutantes é criar uma máquina que transforme um grande grupo de delegados da ONU, reunidos em Nova Iorque, em mutantes.
O segundo filme mostra os mutantes sendo tratados como um caso de segurança nacional, talvez mundial, com um militar norte-americano querendo exterminar a todos os mutantes.
O terceiro filme mostra que um laboratório farmacêutico, através de engenharia genética, consegue criar uma vacina contra o "gene mutante", aquele que permitiria habilidades extraordinárias aos mutantes. Esta vacina é oferecida a qualquer mutante que queira tomá-la. Contudo, alguns dos mutantes acreditam que a oferta é apenas o primeiro passo, no sentido de transformar os mutantes em seres humanos comuns, e que em breve ela será tornada obrigatória. Assim, resolvem destruir a fábrica onde a vacina é produzida, bem como a fonte de seu princípio ativo.
Por que eu vejo os X-Men como uma personificação dos ideais da inteligência liberal norte-americana?
1. Os X-Men são a evolução da humanidade, isto é, o próximo passo da evolução. Uma mutação genética lhes dá dons especiais, que lhes proporciona uma "vantagem competitiva" com relação aos seres humanos comuns.
2. Em todos os filmes, os mutantes são tratados como uma minoria, que luta pelos seus direitos, mas é odiada por muitos, simplesmente por ser "diferente" dos outros seres humanos. Ficam parecendo homossexuais ou imigrantes dos Estados Unidos, com a sua luta por direitos iguais para todos, o dilema de contestar ou integrar-se à sociedade, o dilema de assumir uma identidade de minoria ou tentar passar despercebido. Mesmo os mutantes "maus" podem ser vistos não como encarnações do mal em si, mas como pessoas lutando pelos seus direitos, o que significa basicamente que querem viver e serem deixados em paz.
Mas talvez seja tudo uma "viagem" minha. Talvez o filme seja só uma desculpa para comer pipoca e beber Coca-Cola em frente de uma telona (ou de uma telinha).