"Tired of Dancing" - Vida Mais ou Menos
Do blog "Vida Mais ou Menos":
Tired of Dancing
Se conheceram, por acaso, num churrasco.
Conversaram um pouco, só pra passar o tempo.
Ele estava sozinho, ela não tinha mais ninguém.
Por conveniência, ele pediu para ela o telefone.
E ela, por conveniência, anotou o número em um papelzinho.
E, por conveniência, ele ligou no dia seguinte.
Ela não tinha nada para fazer e era domingo.
Então, por conveniência, foram ao cinema.
Ele continuava sozinho e ela ainda não tinha ninguém.
Por conveniência, continuaram saindo durante um tempo.
Faziam as coisas convenientes que os casais fazem.
Era mais conveniente, então ele a pediu em namoro.
E ela aceitou, claro, por conveniência.
Depois de uns meses, ainda estavam convenientemente juntos.
Parecia adequado, até valia a pena.
Trocavam palavras bonitas e convenientes.
Trocavam presentes quando convinha.
Concluíram que seria conveniente também - por que não? - que se casassem.
E se casaram.
Na igreja, por conveniência.
Tiveram algumas brigas, nada sério.
E, convenientemente, sempre faziam as pazes.
Depois de uns dois anos decidiram, por conveniência, planejar e ter filhos.
Tiveram dois filhos.
Um menino e uma menina, que era mais conveniente.
Um dia, ele sentado na sua poltrona, lendo o jornal.
Ela, lendo uma revista no sofá.
As crianças corriam uma atrás da outra.
Interromperam a leitura e, naquele momento, ela percebeu que estava feliz.
Mas só por conveniência.
http://daniell.blogspot.com/2006/11/tired-of-dancing.html
Tired of Dancing
Se conheceram, por acaso, num churrasco.
Conversaram um pouco, só pra passar o tempo.
Ele estava sozinho, ela não tinha mais ninguém.
Por conveniência, ele pediu para ela o telefone.
E ela, por conveniência, anotou o número em um papelzinho.
E, por conveniência, ele ligou no dia seguinte.
Ela não tinha nada para fazer e era domingo.
Então, por conveniência, foram ao cinema.
Ele continuava sozinho e ela ainda não tinha ninguém.
Por conveniência, continuaram saindo durante um tempo.
Faziam as coisas convenientes que os casais fazem.
Era mais conveniente, então ele a pediu em namoro.
E ela aceitou, claro, por conveniência.
Depois de uns meses, ainda estavam convenientemente juntos.
Parecia adequado, até valia a pena.
Trocavam palavras bonitas e convenientes.
Trocavam presentes quando convinha.
Concluíram que seria conveniente também - por que não? - que se casassem.
E se casaram.
Na igreja, por conveniência.
Tiveram algumas brigas, nada sério.
E, convenientemente, sempre faziam as pazes.
Depois de uns dois anos decidiram, por conveniência, planejar e ter filhos.
Tiveram dois filhos.
Um menino e uma menina, que era mais conveniente.
Um dia, ele sentado na sua poltrona, lendo o jornal.
Ela, lendo uma revista no sofá.
As crianças corriam uma atrás da outra.
Interromperam a leitura e, naquele momento, ela percebeu que estava feliz.
Mas só por conveniência.
http://daniell.blogspot.com/2006/11/tired-of-dancing.html
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