A Lua e como ela nos fez
Virou a Lua. (Quem conta sua história é Bernard Foing, cientista-chefe da Agência Espacial Européia.)
A Lua é pesada e grande o suficiente para afetar a Terra. A gravidade gerada pela proximidade de planeta e satélite atrai as águas, por exemplo, afetando as marés. A Lua também interfere com o comportamento da placas tectônicas que cobrem a superfície da Terra. É que a aproximação e o afastamento da Lua em relação à Terra gera energia, esquenta, esfria, provocando dilatação e contração da crosta.
A Lua afeta o clima. Por exemplo, as correntes subterrâneas do Pacífico mantém frio o mar na costa de Chile e Peru. Como é muito frio, não há precipitação e, portanto, raramente formam-se nuvens. Mas a força gravitacional da Lua por vezes arrasta estas correntes frias para mais longe da costa, provocando um número grande de nuvens que geram tormentas pesadas.
Hoje, há mais água no Equador. Tire a Lua repentinamente e esta água se redistribuiria toda em direção aos pólos.
A presença da Lua mantém o eixo de rotação da Terra em torno de si mesma estável. Não fosse ela, o planeta giraria solto, como acontece com Marte. Com a contínua mudança de eixo, os pólos se deslocariam. Mas a Terra tem esta qualidade constante, estável – graças à Lua. Por conta, não há mudanças climáticas drásticas. É graças a esta estabilidade que a evolução teve tempo de preparar suas artimanhas, desenvolvendo seres multicelulares complexos no lento caminhar de muitos milhões de anos.
A luz que a Lua reflete vinda do Sol nos moldou. Se a Lua é cheia, nossos olhos têm mais do que o suficiente de luz para enxergar bem. A tênue iluminação da Via Láctea já nos permite ver bastante. (Varia, mas isto é mais ou menos verdade para boa parte dos mamíferos.) São olhos moldados para a luz da Lua que, por certo, nos garantiram a sobrevivência como espécie. Somos como somos porque a Lua está lá em cima.
E não saberíamos de nada disto não fosse, bem, a Lua. A Lua nos ensinou sobre mudança e constância, sobre os ciclos da natureza. Porque o dela é o ciclo mais evidente. Não há distraído que não o perceba. Se sempre numa semana ela se mostrava de um jeito, na semana seguinte de outro, se repetia suas quatro fases sempre e todo dia, nos alertou para o fato de que muda e que muda sempre da mesma forma, no mesmo passo. A partir dos ciclos da Lua percebemos os ciclos das estações e os ciclos vários da Terra; contamos os dias e aprendemos matemática para prever como seria daqui a um mês, daqui a dois.
Foi por causa da Lua que criamos ciência.
Texto do blog do Pedro Dória.
2 Comments:
Vou começar a prestar mais atenção ao meu horóscopo!!!!!
Acredito em certos argumentos...até agora não falharam .....
abraço
:)
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