quarta-feira, dezembro 14, 2005

Pregador na Praça da Alfândega (Recomeçando Este Texto)

Pregador na Praça da Alfândega (Recomeçando Este Texto)

De um lado para o outro, com a Bíblia na mão ele prega aos que estão sentados e aos que passam:
"Por que Deus escolheu as coisas fracas deste mundo..."
O pregador provavelmente utilizava o seguinte trecho das Escrituras, na Primeira Carta Aos Coríntios, capítulo 1. Atenção para o verso 27.
17 Porque Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho; não em sabedoria de palavras, para não se tornar vã a cruz de Cristo.
18 Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.
19 porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e aniquilarei a sabedoria o entendimento dos entendidos.
20 Onde está o sábio? Onde o escriba? Onde o questionador deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?
21 Visto como na sabedoria de Deus o mundo pela sua sabedoria não conheceu a Deus, aprouve a Deus salvar pela loucura da pregação os que crêem.
22 Pois, enquanto os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria,
23 nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos,
24 mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.
25 Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte que os homens.
26 Ora, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos. nem muitos os nobres que são chamados.
27 Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para confundir os sábios; e Deus escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as fortes;
28 e Deus escolheu as coisas ignóbeis do mundo, e as desprezadas, e as que não são, para reduzir a nada as que são;
29 para que nenhum mortal se glorie na presença de Deus.

A igreja a que se destinava a carta, ficava em Corinto, cidade grega, ainda hoje habitada. Foi fundada pelo apóstolo Paulo, e após sua partida outros missionários estiveram por lá, o que acabou gerando um certo partidarismo entre os membros daquela igreja. Assim, alguns procuraram validar seus partidos, suas facções por erudição, por suposta piedade, pela manifestação de sinais e milagres, coisas que satisfazem o desejo humano de perceber coisas. Possivelmente, o apóstolo achasse que não era suficientemente bom nestas coisas para se sobressair.

Contudo, aqui, ele manifesta que o importante não é o quão bons, ou inteligentes os homens possam ser, pois não é pela manifestação de grande oratória que os homens sentirão a necessidade de Deus (e de Jesus) para suas vidas. Pelo contrário, a pregação a respeito de Jesus era uma loucura naquela época (talvez ainda hoje). Um prisioneiro político, ou dissidente religioso, crucificado, seria meio de expiação para os pecados dos homens? Loucura!
Por outro lado, o homem que se pensa inteligente, dificilmente tem humildade para reconhecer a necessidade de Deus (e de Jesus) em sua vida.

Não sei se o pregador queria dizer tudo isso que foi dito aqui. Acredito que possivelmente sim.