sexta-feira, agosto 18, 2006

A Revolução Bolivariana no Brasil - da Agência Carta Maior





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CARTAS ALCALINAS (Flávio Aguiar)


A Revolução Bolivariana no Brasil


Venha pro sul você também! Revolução Bolivariana chega ao Brasil através do Rio Grande do Sul! Nem podia dar outra!


Flávio Aguiar

Data: 18/08/2006

Inacreditável! A manchete de um tradicionalmente conservador jornal gaúcho, de Porto Alegre, dizia, em letras garrafais: “A América é Vermelha!”. Consta que a direção do conhecido periódico gaúcho, em processo súbito de conversão, após fazer uma radical autocrítica, decidiu mudar o nome do jornal para Zero Granma, um jornal a serviço das causas populares.

É que a capital do século XXI, berço do Fórum Social Mundial, tornou-se desde ontem o berço também da Revolução Bolivariana no Brasil. Mas não podia dar outra: que outra equipe que venceu a Libertadores (vejam o nome da taça!) ostenta a palavra Internacional no nome, tem a camisa da cor que distingue todas as revoluções, da Farroupilha à Federalista, da de 23 à de 30, e outras secundárias, como a soviética, a russa e a chinesa, e ainda, de quebra, tem um zagueiro central chamado Bolívar? Hein? Que outro time? E mais: o quarto zagueiro de ontem tem o nome de Índio!
Expondo as raízes de nossa revolução com os pequenos produtores da agricultura familiar, lá está o incansável Elder Granja! Com a industriosa indústria nacional, Perdigão! E o imprevisível Tinga, cujo nome, em dialeto restinguês, que dizer, justamente, o Libertador!

O setor especulativo do capital deu-se mal, justamente quando o goleiro adversário, Rogério Ceni, especulou: pego ou não pego (a bola), eis a questão! Resultado: pegou-a sim, mas só depois da redonda beijar o véu da noiva, num petardo de Fernandón, el Magnífico! E depois Tinga, o soberbo, acabou de vez com o superávit primário a que almejava o Athletic Club, vulgarmente conhecido pelo codinome de São Paulo, ao fazer baixar os juros de uma vez por todas dentro do gol adversário. Mais uma vez as forças da reação morderam a grama de uma derrota histórica diante das invencíveis forças populares em ascensão.

As bolsas, ao que parece, assimilaram o golpe. Ao contrário do que forças obscuras previam, não houve uma fuga de empresários para o exterior. Ao contrário, acorreram todos e mais alguns ao território pátrio, desejosos de investir nos valores nacionais, quero dizer, Internacionais. Em Nova Iorque, o risco Brasil caiu de vez, depois de estar numa alta desenfreada desde que a seleção canariosa absorveu investimentos portentosos para perder tudo no mar de lama em que pareciam correr, ou melhor, se arrastar, aqueles nossos jogadores sem brio nem pundonor.

O presidente Hugo Chávez lançou uma proclamação dizendo que nada, nem o Barcelona, nem o Ronaldinho, seguram a revolução vermelha que empolga as Américas e o mundo desde o Palácio de Inverno em que se transformou o majestoso Beira-Rio. O adversário chegou orgulhoso ao sagrado solo riograndense, acoitado inclusive pela quinta-coluna local, reconhecendo-se através da senha e contra-senha “tricolor”, disposto a humilhar o povo ribeirinho com os milhões de seus contratos opíparos. Mas viram os ribeirinhos virarem um ribeirão, um riozão, um Guaibaço intransponível que inundou a área adversária com suas vagas arrasadoras, numa tsunami de futebol arte, futebol espetáculo, futebol eivado de insumos motivadores, que os fez ir catar milho em outra freguesia.

O povo ergueu a cabeça, disposto a fazer história! TODOS AO JAPÃO!TOYOTA O MUERTE,
VENCEREMOS!


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