quinta-feira, setembro 28, 2006

Tambores da Guerra: Frota Americana é Enviada ao Golfo Pérsico

O repórter Sérgio Dávila, da Folha de São Paulo, informa nesta edição de quarta-feira, 27 de setembro, que os Estados Unidos estão enviando parte de sua frota para o Golfo Pérsico. Esta frota é composta pelo porta-aviões Eisenhower, um cruzador, um destróier, uma fragata, um submarino e um navio de reabastecimento. A frota sugestivamente é chamada de "Eisenhower Strike Group", que poderia ser traduzido por "Grupo de Ataque Eisenhower" ou "Grupo de Choque Eisenhower". E a sua ida para o Golfo Pérsico pode sinalizar uma pressão dos Estados Unidos sobre o Irã, em suas desavenças sobre o projeto nuclear deste país. A frota deve chegar ao Golfo Pérsico em meados de outubro, mas navios caça-minas devem chegar antes.
A notícia dá conta ainda que um deputado democrata afirma que há rumores de um ataque ao Irã antes de 7 de novembro. Já um ex-secretário da Marinha no governo Reagan afirma que a movimentação da esquadra não quer dizer necessariamente que haja um ataque em vista, pois há uma guerra na região, e por ali é um caminho para se chegar ao Iraque.
Assim, ficamos na expectativa e no aguardo. Só podemos especular.
Uma das principais usinas nucleares iranianas fica em Isfahan, que fica cerca de 300 km distante do Golfo. É uma distância curta para aviões percorrerem. Além disso, uma frota de guerra também pode lançar os tais mísseis de cruzeiro, os "tomahawk". Na década de 1980, o então presidente Reagan lançou ataque ao território líbio, onde morreu uma filha do ditador Kadafi, e derrubou pelo menos dois caças líbios, a partir de porta-aviões no Mediterrâneo. E na década de 1990, o então presidente Clinton lançou um ataque com os mísseis tomahawk contra o Afeganistão, então dominado pelo Taleban, como represália ao atentados contra embaixadas norte-americanas no Quênia e na Tanzânia.
Nos anos 1980, a Líbia era acusada de patrocinar o terrorismo, e com o ataque norte-americano, se retraiu. Não se sabe qual seria a reação iraniana, a uma tentativa, por parte dos Estados Unidos, de um, digamos, bombardeio estratégico. A Líbia é um país com 5 milhões de habitantes. O Irã possui 68 milhões. Além disso os Estados Unidos tem 150 mil soldados e mais 20 mil mercenários na fronteira oeste do Irã (no Iraque), e mais uns 10 mil na fronteira leste (no Afeganistão), um número desconhecido no Qatar. Todos eles poderiam se transformar em alvos de uma retaliação.
Esperemos que, como disse o ex-secretário da Marinha, seja apenas um deslocamento normal de parte da Marinha norte-americana.