Ambiente escolar influi mais que o nível econômico no aprendizado de crianças latino-americanas
Ambiente escolar influi mais que o nível econômico no aprendizado de crianças latino-americanas
Cuba se destaca em prova de matemática e leitura realizada em 16 países
Manuel Délano
Em Santiago do Chile
Os resultados dos alunos de 16 países que participaram do estudo sobre capacitação educacional na América Latina (semelhante ao levantamento Pisa da OCDE, mas apenas na região e feito pela Unesco), voltaram a assinalar as enormes desigualdades que se registram no continente. Acima de tudo, destacam-se os resultados dos estudantes cubanos de 3º (8 anos) e 6º (11 anos) anos do primário. Poucos alunos receberam as notas mais baixa. Mais da metade obteve o nível mais alto (o 4) em matemática e 44% em leitura.
Bem atrás, também obtiveram resultados acima da média, Chile, Costa Rica, México e Uruguai. Já os piores resultados vieram do Paraguai, Equador e dos países da América Central. Em ciências, que foi avaliada em apenas 10 países, Cuba voltou a se destacar novamente, em 6º lugar.
Mas além das médias de pontuação, talvez o mais importante do estudo sejam suas conclusões, que dizem que o principal fator que incide sobre a aprendizagem dos estudantes do ensino básico é a existência de "um ambiente de respeito, acolhedor e positivo" nos colégios, acima inclusive do nível sócio-econômico e cultural médio das escolas, fator esse mais determinante segundo o informe Pisa, da OCDE.
Segundo o estudo, que avaliou entre 2004 e 2008, cerca de 200.000 alunos de 3.000 escolas de 16 países da América Latina, além do Estado mexicano de Nuevo Leon, a influência exercida pelas condições existentes no interior das escolas demonstra a importância dos colégios para diminuir as desigualdades relacionadas às diferenças sociais. O Segundo Estudo Regional Comparativo e Explicativo, realizado pelo Laboratório Latino-americano de Avaliação da Qualidade da Educação, com o apoio da Oficina Regional de Educação da Unesco para a América Latina e Caribe, foi apresentado na sexta-feira passada em Santiago do Chile.
Nele ficam evidentes as desigualdades quanto à qualidade da educação dos países, assim como no interior deles, de acordo com os estratos sócio-econômicos e o local de moradia. A igualdade na distribuição do aprendizado continua como uma disciplina pendente. Quanto maior a desigualdade na distribuição da renda, menor é o rendimento médio dos estudantes da América Latina e do Caribe, diz o estudo. Mas o fator que tem maior incidência no aprendizado é a qualidade das escolas de uma região, que explica entre 40% e 49% dos resultados, continua o estudo. Também influi sobre os resultados a localização da escola: os centros rurais obtêm em quase todas as provas resultados inferiores aos dos colégios urbanos nos mesmos países. É no Peru que tais diferenças entre as zonas urbanas e rurais são mais agudas.
Tradução: Claudia Dall'Antonia
Cuba se destaca em prova de matemática e leitura realizada em 16 países
Manuel Délano
Em Santiago do Chile
Os resultados dos alunos de 16 países que participaram do estudo sobre capacitação educacional na América Latina (semelhante ao levantamento Pisa da OCDE, mas apenas na região e feito pela Unesco), voltaram a assinalar as enormes desigualdades que se registram no continente. Acima de tudo, destacam-se os resultados dos estudantes cubanos de 3º (8 anos) e 6º (11 anos) anos do primário. Poucos alunos receberam as notas mais baixa. Mais da metade obteve o nível mais alto (o 4) em matemática e 44% em leitura.
Bem atrás, também obtiveram resultados acima da média, Chile, Costa Rica, México e Uruguai. Já os piores resultados vieram do Paraguai, Equador e dos países da América Central. Em ciências, que foi avaliada em apenas 10 países, Cuba voltou a se destacar novamente, em 6º lugar.
Mas além das médias de pontuação, talvez o mais importante do estudo sejam suas conclusões, que dizem que o principal fator que incide sobre a aprendizagem dos estudantes do ensino básico é a existência de "um ambiente de respeito, acolhedor e positivo" nos colégios, acima inclusive do nível sócio-econômico e cultural médio das escolas, fator esse mais determinante segundo o informe Pisa, da OCDE.
Segundo o estudo, que avaliou entre 2004 e 2008, cerca de 200.000 alunos de 3.000 escolas de 16 países da América Latina, além do Estado mexicano de Nuevo Leon, a influência exercida pelas condições existentes no interior das escolas demonstra a importância dos colégios para diminuir as desigualdades relacionadas às diferenças sociais. O Segundo Estudo Regional Comparativo e Explicativo, realizado pelo Laboratório Latino-americano de Avaliação da Qualidade da Educação, com o apoio da Oficina Regional de Educação da Unesco para a América Latina e Caribe, foi apresentado na sexta-feira passada em Santiago do Chile.
Nele ficam evidentes as desigualdades quanto à qualidade da educação dos países, assim como no interior deles, de acordo com os estratos sócio-econômicos e o local de moradia. A igualdade na distribuição do aprendizado continua como uma disciplina pendente. Quanto maior a desigualdade na distribuição da renda, menor é o rendimento médio dos estudantes da América Latina e do Caribe, diz o estudo. Mas o fator que tem maior incidência no aprendizado é a qualidade das escolas de uma região, que explica entre 40% e 49% dos resultados, continua o estudo. Também influi sobre os resultados a localização da escola: os centros rurais obtêm em quase todas as provas resultados inferiores aos dos colégios urbanos nos mesmos países. É no Peru que tais diferenças entre as zonas urbanas e rurais são mais agudas.
Tradução: Claudia Dall'Antonia
Texto do El País, publicado no UOL.
Marcadores: América Latina, educação
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