Christiane F., drogada e prostituída...Continua Viva...Ainda

Vi a notícia no Terra ( http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI828617-EI315,00.html ). Christiane F., autora de um livro que fez sucesso no início dos anos 1980, aqui no Brasil, em que contava seu mergulho no mundo das drogas ilícitas e a degradação de si mesma, continua viva, embora numa situação limítrofe. Pela notícia agora podemos saber que o nome completo dela é Christiane Vera Felscherinow, e que ele continua em sua luta contra o vício da heroína, embora em meu entender esta seja uma guerra perdida. Christiane é portadora de hepatite C, tem problemas circulatórios e necessita ser submetida regularmente a sessões de hemodiálise.

O livro que ela escreveu relatando seus problemas durante a adolescência se chamava "Eu, Christiane F., 13 Anos, Drogada e Prostituída...", se não me engano. Como foi dito acima, o livro se tornou um best-seller no final da década de 1970, e início dos anos 1980. Deu origem a um filme alemão de mesmo nome, que também foi sucesso de bilheteria.

Eu devo ter lido o livro lá por 1981, e, se a memória não me trai, vi o filme em 1984, ou 1985, no cinema Avenida que ficava na esquina da avenida João Pessoa, com a Venâncio Aires.

Ambos contam a mesma história, com o livro se aprofundando nos detalhes como seria de se esperar. De como uma menina adolescente sofre o impacto da separação dos pais e da desagregação de sua família na Berlim Ocidental do início dos anos 1970. E de como, em resposta a isso, ela vai se envolvendo com drogas ilícitas cada vez mais pesadas, chegando finalmente ao vício da heroína. Heroína é uma droga que causa dependência psicológica e física, transformando o usuário em autêntico escravo. Disso resulta a entrada de Christiane no mundo da prostituição em tão tenra idade. Tanto Christiane, quanto seu namorado, chamado Detlef (como também outros viciados) se prostituíam próximos a uma estação do metrô de Berlim chamada Zoo. Provavelmente a mesma "Zoo Station" que ficaria famosa em uma das faixas do disco Zooropa do U2.

Tanto o filme, como o livro, narram uma desintoxicação que Christiane e Detlef tentam juntos, e que aparentemente conseguem. Uma possível redenção. Mas o final do livro deixa entreaberto o risco da recaída.

Quem acompanhou a história, ouviu notícias aqui e ali, o famoso diz-que-me-diz, que ela teria voltado ao vício da heroína, quando teria cerca de 20 anos de idade, o que deve ter acontecido pelo início dos anos 1980 (recapitulando, o livro foi escrito originalmente em 1975. O filme veio um pouco mais tarde mas baseava-se na história do livro, e não a atualizava). E depois desse diz-que-me-diz, eu nunca mais havia ouvido falar em Christiane F. até esta notícia no Terra.

Atualmente ela tem um filho de 9 anos e vive com tios em Berlim. Continua viciada, com a saúde fraca, e com os rendimentos cada vez menores dos royalties das obras baseadas em sua vida.

Segundo a notícia, Detlef constituiu família à parte de Christiane, e declarou-se livre da heroína. Atualmente ele também vive em Berlim.

Quem tem um pouco mais, ou um pouco menos de 40 anos, há de se lembrar disso.