terça-feira, setembro 30, 2008

Como as religiões vêem os grandes temas nos EUA

Como as religiões vêem os grandes temas nos EUA

Cathy Lynn Grossman

Deus está nos punindo. Os anjos da guarda nos protegem. A Terra está em grave perigo.

Foi o que descobriu uma pesquisa recente da Universidade Baylor sobre as crenças e práticas religiosas dos norte-americanos. A pesquisa, que será divulgada hoje, foi baseada em entrevistas com 1.700 adultos, realizadas no outono de 2007.

Meio ambiente

Os evangélicos não se preocupam tanto com a mudança climática global. A maioria dos entrevistados na pesquisa sobre religião da Baylor concorda que "se não mudarmos as coisas de forma dramática", a mudança climática global será "um desastre" (67%); o carvão, petróleo e gás natural irão acabar (70%) e a maior parte das plantas e da vida animal será destruída (57%).

Mas os protestantes evangélicos têm bem menos tendência (55%) do que os outros grupos religiosos a se sentirem alarmados com a mudança climática global ou com a previsão de destruição da vida se o homem não mudar (49%).

Enquanto 56% dos adultos dos EUA dizem que o governo não está gastando o suficiente para ajudar e proteger o meio ambiente, o número de evangélicos que têm a mesma opinião é menor - 41%, segundo o sociólogo F. Carson Mencken, da Universidade Baylor.

De fato, os evangélicos são pelo menos duas vezes mais propensos a dizer que o governo já está gastando muito com o meio ambiente do que qualquer outro grande grupo religioso. Entre os que tendem a dizer que os gastos são muito pequenos estão os judeus, 81%, e as pessoas sem filiação religiosa, 79%.

"É o fim do mito do movimento ambientalista evangélico", diz Mencken. "Isso não quer dizer que os evangélicos são anti-ambientalistas, mas que seu apoio à causa ambiental não é tão forte quanto entre outras tradições religiosas."

O ambientalismo tem sido um tema controverso entre os evangélicos. Quando a Associação Nacional de Evangélicos lançou o "Chamado para a Ação" contra a mudança climática em 2006, alguns religiosos conservadores, liderados por James Dobson da organização Foco na Família, opuseram-se com veemência.

Gênero e política

As mulheres devem participar da política? O tema divide profundamente os americanos.

A pesquisa revelou que a sociedade americana está bastante dividida em relação aos papéis da mulher na sociedade, e isso pode influenciar as eleições de novembro.

Por exemplo, 33% dos americanos dizem que "a maioria dos homens estão mais preparados emocionalmente para a política dos que a maioria das mulheres". 44% dos protestantes evangélicos concordam com isso, mais do que outros cristãos e muito mais do que os judeus (29%), outras religiões (23%), e pessoas sem religião (14%).

Os dados da Baylor foram reunidos em 2007, quando a senadora Hillary Clinton lutava pela nomeação como candidata pelo partido Democrata, muito antes que a governadora do Alaska, Sarah Palin, fosse nomeada para a vice-presidência da candidatura republicana, chamando atenção para a questão da maternidade e de gênero. Palin é mãe de cinco filhos, incluindo uma criança com síndrome de Down.

Os dois candidatos republicanos são protestantes evangélicos (John McCain é batista e Palin não tem uma denominação específica). O candidato do Partido Democrata, Barack Obama, é protestante (Igreja Unida de Cristo), e seu vice, o senador Joe Biden, é católico apostólico romano.

A pesquisa também revelou:

- que 41% disseram que as crianças em idade pré-escolar sofrem se suas mães trabalham fora (54% dos evangélicos defendem isso, quase o dobro dos outros grupos).

- que 31% disseram que "é o desejo de Deus que as mulheres tomem contas de seus filhos" (48% de evangélicos).

Essas visões podem definir os votos? "As pessoas podem sustentar esses valores sociais, mas nem sempre isso se traduz nas urnas", diz Lauren Winner, professora-assistente de espiritualidade cristã na Universidade Duke. "Apesar de a visão conservadora em relação aos gêneros ser uma peça fundamental da visão de mundo evangélica, ela não é o principal fator para as pessoas - como é o aborto.

"As pessoas podem relevar a contravenção de Palin em relação aos papéis tradicionais - uma mãe que pode ir para a Casa Branca - agarrando-se à sua posição clara contra o aborto".


A tragédia e o mal

Deus causa ou permite "que grandes tragédias aconteçam, como um aviso aos pecadores", dizem 20% dos adultos dos Estados Unidos.

Enquanto 43% dizem que o maior mal é causado pelo diabo, 47% discordam - num empate estatístico.

Mas a maioria (68%) não diria que a natureza humana é essencialmente má.
Então onde é que o mal reside - no diabo ou na espécie humana? A pesquisa Baylor, que permite respostas sobrepostas, descobriu que 36% concordam com ambas as definições.

"Aqueles que acreditam que Deus causa ou permite que coisas ruins aconteçam não disseram que as tragédias são culpa de Deus", diz o sociólogo de Baylor Christopher Bader.

Segundo Bader, as pessoas disseram que "as tragédias são nossa culpa. Nós pecamos enquanto nação, e Deus não impediu que coisas terríveis acontecessem."

Entre as perguntas que o reverendo Rick Warren fez para ambos os candidatos à presidência em seu Fórum Civil sobre a Presidência em Saddleback, estava: "O mal existe?". Ambos os candidatos disseram que sim.

O senador Barack Obama disse que é "tarefa de Deus eliminar o mal do mundo", mas que "nós podemos ser soldados nesse processo."

O senador John McCain disse que "o mal deve ser derrotado", e relacionou-o totalmente com o "desafio transcendente do século 21 - o extremismo radical islâmico."

Fonte: Pesquisa Baylor de Religião, Instituto de Estudos da Religião, Universidade Baylor. Baseado em pesquisa com 1.700 adultos no outono de 2007; a margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos.

Tradução: Eloise De Vylder

Texto do USA Today, no UOL.

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2 Comments:

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