Diz o chiste que os alunos do curso de História da universidade Federal do Rio Grande do Sul, a UFRGS, são todos comunistas e maconheiros. Por galhofa me incluo entre eles, embora não tenha certeza se sou comunista, e, com toda certeza, não sou usuário de cannabis sativa.
Mas hoje, tive uma aula, que me pareceu, que em determinado momento o chiste se transformaria em paradigma, pelo menos, com relação ao comunismo. Lá pelas tantas a discussão derivou para duas questões, ou três. As questões eram, se existe a realidade, se o marxismo é iluminista, e possui uma verdade positiva, e se o pós-modernismo, ou pós-estruturalismo é paralisante, alienante e fragmentário.
Tudo isso a partir de um texto sobre Didática, um artigo em revista especializada de educação, que os estadunidenses chamariam de
paper, em que o autor afirma que a Didática precisa ir além do paradigma tecnicista (o paradigma tecnicista diz que a Didática é uma ferramenta, uma técnica [como não?], em que o professor aprende melhores maneiras de ministrar o ensino), e além do paradigma crítico (o paradigma crítico, gerado a partir de uma base conceitual marxista [e aqui ele cita o filósofo francês Louis Althusser], diz que o professor deve ser uma espécie de instrumento para libertar o aluno da opressão gerada pela economia capitalista, onde existe a exploração do homem pelo homem). Além do tecnicismo, e além do criticismo, o professor deve buscar um paradigma hipercrítico, em que mesmo o paradigma crítico pode ser criticado, ou seja, é necessário um constante questionamento sobre as razões da nossa maneira de pensar, e de transmitir nosso pensamento (conhecimento).
Como já foi dito acima, a conversa foi para esta discussão sobre se há realidade verdadeira, ou se a realidade é fragmentária, e existe a partir da nossa percepção de partes desta realidade. E os marxistas, cheios de fé, afirmavam que, por ser fragmentário, o pós-modernismo desviava forças e dividia na luta contra a opressão, contra a exploração do homem pelo homem.
É inacreditável! Me senti como um conservador puro e duro no meio daquela turma. Um reacionário mesmo. Uma parte da turma ainda quer lutar contra a opressão. Um deles disse que acreditava que Deus não existia (talvez, a palavra dele fosse que
deus não existia), o que me aborreceu ainda mais, pois possivelmente para me libertar da opressão, ou talvez libertar outros do meu modo de vida opressor, eu fosse um dos primeiros a ser designado para o paredão, ou para um campo de reeducação.
Tive vontade de dizer que os regimes que foram chamados de socialistas, ou de comunistas, no decorrer da história humana não acabaram, por exemplo, com a opressão feminina. E que em Cuba hoje, homossexuais ainda são perseguidos. Inacreditável!
P.S. Para esclarecimento e tentar estabelecer alguma clareza conceitual, este blogueiro tem a informar que ele é teísta, ou seja, ele acredita que exista um Deus, que esse Deus tenha uma espécie de personalidade (mas o que é personalidade, afinal? Esta é uma questão que vai ficar para um outro dia), Ele se deu a conhecer, e, de alguma maneira, pode ser Conhecido.
Com base no parágrafo anterior, este blogueiro também acredita que exista uma realidade real, ou, usando palavras do artigo, uma verdade verdadeiramente verdadeira, embora tenha sérias dúvidas sobre apossibilidade de nós, seres humanos, conseguirmos captar esta realidade real existente.
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