13 de Maio
Não sei como era anos atrás. Pela minha memória (que pode estar selecionando fatos e lembranças), o racismo só passou a se tornar incômodo a partir dos anos FHC, lá por 1994. Parece que foi só a partir daí que se começou a ver claramente a nódoa que o racismo gerou no país, e a se pensar em ações afirmativas para etnias prejudicadas, e, obviamente, as reações reafirmando que no nosso país não há racismo.
Pode não haver racismo ostensivo, de proibição aberta de freqüentar lugares, de espaços separados em transporte público, e coisas assim. Mas há muito tempo, a revista Veja fez uma pesquisa informal e mandou três repórteres num restaurante, um branco, um negro, e um asiático. O negro foi o que foi pior atendido. Quando ele foi embora, um dos outros, não me lembro qual, ouviu o comentário entre alguns dos garçons - "o negrão foi embora". Vez por outra, na mesma Veja, o jornalista Roberto Pompeu de Toledo, na última página, comentava e se perguntava porque no Brasil, nos restaurantes mais sofisticados, não se via, não só clientes negros, mas também garçons negros. Também há poucos generais negros, e poucos embaixadores brasileiros negros, se é que há algum. E estes dias, no blog do professor Luiz Felipe de Alencastro, o Seqüências Parisienses, ele questionava a quase ausência de bispos negros no clero católico brasileiro.
119 anos da Lei Áurea.
Marcadores: 13 de maio, discriminação, Efemérides, escravidão, preconceito, racismo
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