terça-feira, agosto 19, 2008

Dorival Caymmi (1914 - 2008)

“Peguei um Ita no norte,

E fui pro Rio morar,

Adeus, meu pai, minha mãe,

Adeus, Belém do Pará.”

Não me lembro se durante a minha infância algum disco de Dorival Caymmi entrou lá em casa. Mas lembro de um disco que marcou época, e este disco se chamava “Gal canta Caymmi”. Foi um disco que se escutou bastante por lá. Vinil em 33 1/3 rotações por minuto.

Além da música cujos versos abrem este “post”, também é memorável aquela em que o compositor baiano diz que “o mar quando quebra na praia, é bonito, é bonito... o mar tanta gente perdeu seu marido e os filhos nas ondas do mar...” E esta me parece que me vem à memória no vozeirão de Caymmi.

E, claro, há o chiste. O estereótipo da preguiça baiana, segundo a qual, na Bahia as coisas aconteciam em três ritmos: lento, muito lento, e Dorival Caymmi. Como todo estereótipo, se pega alguns exemplos, aos quais se atribui o caráter paradigmático, e o exemplo de alguns se torna toda uma coletividade. Mas eu já tive a oportunidade de comentar com alguns chefes que eu trabalhava em ritmo Dorival Caymmi, a menos que me ameaçassem com uma faca no peito, em função de prazos.

É mais um brasileiro ilustre que se vai.

“Adeus, Belém do Pará, ...”


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