Este blog não é um necrológio...
Este blog não é um necrológio...
...Apesar de ficar parecendo, eu reconheço. Reconheço porque, como dono do blog, não pude deixar de perceber que enfileirei quatro “posts” sobre mortes.
Para reafirmar que este blog não é um necrológio, vou tentar explicar os motivos destes “posts” enfileirados relacionados à morte.
O primeiro, sobre um clérigo muçulmano sunita, é sobre a presença de importantes lideranças muçulmanas que não são intolerantes. Segundo a notícia, este homem declarara que determinada veste imposta às mulheres muçulmanas era uma tradição, não uma regra doutrinária; o terrorismo é contra o islamismo; a excisão do clitóris de meninas não era coisa aprovada por ele; e ele também foi capaz de apertar a mão de um dirigente do estado de Israel. Era uma notícia sobre a morte do imame, mas o importante eram suas posições equilibradas a respeito da ética muçulmana.
O segundo “post”, sobre a morte de “seu” Alfredo, é sobre morte, mas, na verdade, foi uma expressão do meu sentimento de luto quando soube da notícia.
O terceiro, sobre a morte de ator Peter Graves, é relacionado com as memórias da minha infância. Como eu disse, muitas vezes vi episódios da série Missão Impossível. Minha irmã era uma fã, e eu via junto com ela.
Por fim, quando comento sobre o assassinato do cartunista Glauco, estou expressando minha perplexidade pela violência que pode irromper no nossa dia a dia, e brutalmente ceifar uma vida, assim, de repente.
Depois de refletir sobre tudo isso, não estou certo que eu tenha convencido a mim mesmo que este blog não é um necrológio. Mas há coisas subjacentes ao necrológio: ética da religião, luto, memória, violência. Todos estes “posts” são manifestação de certa perplexidade diante da fragilidade da vida.
16/03/2010
2 Comments:
Um post sério, mas não pude deixar de dar um sorrizinho, quando li a veemência na repetição da frase, abaixo do título. Sem ler a postagem, imaginei que fosse por causa do background do blogue (rs*). Mas entendo que sinta a vida frágil diante de tantas mortes consecutivas. Outro dia estava em um velório e vi os trabalhadores do cemitério lidando com outros túmulos; eles presenciam mortes - aqui no Rio, toda hora - mortes importantes ou não e no que eles levariam para as suas casas, as histórias do dia de trabalho para a família, em qual seria o último pensamento do dia antes de dormir... sei lá, pelo menos no dia a dia, lidamos mais com a vida do que com a morte! Tudo é questão de sentí-la perto ou não.
Ah! Lembrei de uma frase do Jimi Hendrix "Quem morre, está feito para o resto da vida"
Tá certo. Ao contrário dos funcionários do cemitério não estamos o tempo todo lidando com a morte.
E parece que, de fato, quem morre, está feito para o resto da vida...
:)
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