sexta-feira, dezembro 18, 2009

Lombardi

Lombardi


“Pô! Mas o Lombardi marcou minha infância!” Estas foram palavras de meu filho, quando surgiu a notícia do falecimento do auxiliar de trabalho do apresentador Sílvio Santos.


“Não só da tua, meu filho!” É. Eu poderia ter dito isso.


Desde minhas mais tenras lembranças da infância, vendo televisão, me lembro de minha mãe assistindo o programa do Sílvio Santos, e aquela voz de bastidores no apoio.


“É com você, Lombardi!” dizia Sílvio Santos. “É isso aí, Sílvio...”, e continuava esclarecendo algum ponto da fala do apresentador, ou tecendo loas à algum produto do grupo Sílvio Santos. No início, na maior parte das vezes, o produto louvado era o carnê no Baú.


Depois Sílvio Santos se tornou dono de sua própria rede de TV. E em lugar de “É isso aí, Sílvio...”, veio o “Pois não, patrão!”, e aos poucos parece que a Tele-sena passou a ter mais abrangência que o carnê do Baú, como produto a ser referendado.


E por mais de trinta anos, para mim, e para boa parte do Brasil, aquela voz de bastidores ficou inextricavelmente ligada a Sílvio Santos. No princípio, uma voz sem rosto. Apenas uma voz.


Nos últimos dez ou quinze anos começaram a aparecer algumas fotos daquele locutor, do qual só se conhecia a voz. Hoje uma pesquisa no Google mostra algumas imagens identificando o apoiador do Sílvio Santos desde sempre (claro que uma pesquisa no Google do Brasil trará também referências ao ator Rodrigo Lombardi, à atriz Bruna Lombardi, e ao autor de novelas Carlos Lombardi. Se a pesquisa for na versão original do Google [a dos Estados Unidos] aparecerá um certo Vince Lombardi, técnico daquele futebol deles, jogado com as mãos. Tudo isso resultante de migrantes italianos, afinal não podemos esquecer que há uma região na Itália chamada Lombardia, onde os “bárbaros” lombardos se estabeleceram no século VI).


Lombardi faleceu no último dia 2, de enfarte.


Mais uma memória afetiva que se vai.



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