segunda-feira, junho 01, 2009

O Mata-Bancário Feroz

O Mata-Bancário Feroz


O mata-bancário esteve especialmente feroz nesta segunda-feira, que faz frio digno do inverno austral que vem chegando logo ali.

O mata-bancário, como bem definiu outro blogueiro de Porto Alegre, é aquele vento que vem do Guaíba e flagela quem anda pelas imediações da esquina da Rua Sete de Setembro com a Caldas Júnior. Quem anda pela Caldas Júnior tem a impressão que um forte vento corre no sentido norte-sul, e quem anda pela Sete de Setembro pensa que o vento forte vem no sentido oeste-leste. Ambas as ruas, a Caldas Júnior e a Sete, dão a impressão de um forte “vento encanado”, como muitos de nós costumamos dizer.

E mata-bancário pelo óbvio, que na esquina da Caldas Júnior com a Sete ficam a maior agência da Caixa Econômica Federal em Porto Alegre, e a agência matriz e a sede da administração do Banrisul, o Banco do Estado do Rio Grande do Sul, um dos poucos bancos estaduais sobreviventes da privatização promovida pelo governo FHC nos anos 1990. Qualquer funcionário de uma destas instituições que tentar se dirigir ao seu local de trabalho vindo pela Rua Sete de Setembro enfrentará a resistência do vento. E hoje parecia que o vento não queria que a indiada fosse trabalhar.

Eram rajadas que faziam qualquer um que se aventurasse a andar contra o vento se curvar para se proteger, e também para poder avançar. Pela manhã fiquei feliz de não ter vindo de chapéu. Desconfio que eram grandes as chances do vendaval arrancá-lo de minha cabeça e me fazer pagar o mico de correr atrás do chapéu pela Praça da Alfândega.

Se pela manhã, o vento fustigava quem tentasse ir trabalhar, após o intervalo do almoço, parecia que ele queria nos impedir de retornar ao trabalho.

O relógio-termômetro ali da esquina marcava zero graus Celsius. Não sei se estava encarangado pelo vento que vinha do Guaíba, ou se havia um mal funcionamento impedindo a relógio de marcar oito graus Celsius, esta sim, uma temperatura compatível com o nosso final de outono.

Mas quem poderia definir a relação que o relógio-termômetro mantinha com o vento que o atormentava, e do qual não poderia se proteger?


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