segunda-feira, julho 13, 2009

A Dona da História

A Dona da História

Neste final de semana (11/07/2009), tive a oportunidade de assistir o filme “A Dona da História”, produção brasileira de 2004, na televisão. Eu raramente paro em frente à TV para assistir algum filme, preferindo ou ir ao cinema, ou alugá-lo, mas resolvi abrir uma conveniente exceção, pois lembrava de querer ver o filme desde o seu lançamento nos cinemas, acredito que em 2004, época de sua produção. Acho que na época do lançamento no cinema, me atraíram as presenças das atrizes Débora Falabella e Marieta Severo, e a recriação de cenas do movimento estudantil no Rio de Janeiro, em 1968.

Verdade é que o filme passou no cinema, foi lançado em vídeo, e em ambas as situações não o assisti.

Nesta noite de sábado, passou na TV, e diante da TV fiquei.

O filme conta a história de Carolina. Mostra sua juventude, segundo a recriação de época, em 1968, e sua vida puco mais de 30 anos depois, vendendo o razoavelmente amplo apartamento em que havia criado os filhos. Um dos comentários que vi sobre o filme seria um certo anacronismo, pois as idas e voltas no tempo seriam neste intervalo de 30 anos. De 1968, iríamos para 1998. Ou de 2004, iríamos para 1974. Mas... são liberdades narrativas de uma obra de ficção!... O tempo presente do filme tem a facilidade da filmagem sem necessidade de recriação de época em 2004. E possivelmente, como disse este mesmo comentário, 1968 fosse um tempo narrativo mais interessante do que 1974 para a obra.

Voltando à história, após 30, ou 30 e poucos, anos de casamento Carolina e Luís resolvem vender o apartamento em que viveram toda sua vida de casados, e realizar a tão sonhada e a tanto tempo adiada viagem internacional. Talvez Cuba, talvez Paris.

Verdade é que esse “ninho vazio” dispara uma crise em Carolina. Após 30 anos vivendo com aquele que havia sido o amor de sua juventude, com o qual havia casado e tido filhos, ela decide que precisa viver novas experiências. Acha que não mais ama seu marido, e quer separação.

E durante esta crise, a Carolina de 50 anos encontra a Carolina de 18. E o espectador encontra a moça numa passeata, onde ela encontra Luís, que se tornaria seu grande amor, marido e pai de seus filhos.

Como a Carolina de 50 anos está em crise com sua vida, cabe à Carolina de 18 tomar decisões diferentes das que havia tomado e que haviam resultado naquela vida de 2004. E, obviamente cada decisão tomada por Carolina aos 18 muda a vida de Carolina aos 50.

E acho que mais do que isso não dá para contar, sem estragar o prazer de quem ainda não viu o filme.

Mas é um filme leve, curto (90 minutos aproximadamente) que me deu prazer de assistir, e me fez refletir um pouco sobre a vida. E é bom ver gente falando português brasileiro na tela, sem ser na novela (embora o filme lembre um pouco novela, seja pelos atores e diretor funcionários da TV Globo, seja pela produção ser da própria Globo Filmes).

E há ainda uma bela trilha sonora, com destaque para “Chovendo na Roseira”, bela canção de Tom Jobim. A letra não chega a ser um fenômeno de criatividade, mas junto com a música gera um prazer estético sublime. E no filme é interpretada pela Sandy (ela mesma, a irmã do Júnior, filha do Xororó).

Marieta Severo, Débora Falabella, música de Tom Jobim, Rio de Janeiro (“O Rio de Janeiro [ainda] continua lindo”). O que mais se pode querer de um filme?


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