terça-feira, julho 07, 2009

Dawkins, deslumbrado pela beleza do Pantanal, admite que se não acreditasse em Darwin, acreditaria em Deus

Beleza do Pantanal quase 'converteu' maior ateu da Flip

''Se não conhecesse Darwin, me ajoelharia e diria ‘isso é obra de Deus’.''
Richard Dawkins, autor de 'Deus, um delírio', debate nesta quinta (2).

Shin Oliva Suzuki Do G1, em Paraty

Quando se discute religião nos dias de hoje, um nome obrigatório na conversa é do biólogo e ferrenho darwinista Richard Dawkins – justamente porque o britânico advoga um mundo sem fé religiosa, um mundo que não precise da crença em Deus. Antes de participar da mesa programada para as 19h desta quinta, na Festa Literária Internacional de Paraty, ele concedeu uma entrevista coletiva em que reafirmou seus pontos defendidos no best-seller “Deus, um delírio”.

Dawkins tem dedicado boa parte da carreira para levar aos olhos do público a importância de “A origem das espécies”, a obra definitiva de Charles Darwin que completa em 2009 150 anos de sua primeira publicação. “É o livro mais importante da história porque consegue resolver o maior mistério da vida humana, porque somos o que somos”, afirma o biólogo britânico. “É um livro que não é devidamente reconhecido por causa da ignorância e porque a religião quer prover explicações prontas para mentes mais ingênuas”.

Principalmente nos anos sob a presidência americana de George W. Bush, em que os grupos religiosos ganharam bastante espaço, Dawkins se envolveu em inúmeras polêmicas e debates com membros das mais variadas igrejas. Até hoje recebe ameaças – algumas de morte – na correspondência.

“Não acho que todas as pessoas que são religiosas são más. Acho que muitas de suas ações são motivadas pelo desejo de fazer o bem. Mas a religião é justificativa para fazer coisas terríveis como os terroristas suicidas ou assassinatos”, disse Dawkins, que também lembrou sua participação nas ações publicitárias nos ônibus de Londres pelo ateísmo, que tinham a inscrição “Deus provavelmente não existe. Agora pare de se preocupar e vá curtir sua vida”.

Ele sustenta que a falta de informação é um dos motivos para que as pessoas recorram a fé religiosa. “Eu acabei de voltar do Pantanal e fiquei deslumbrado com tanta beleza. Se não conhecesse Darwin, eu me ajoelharia e diria ‘isso é obra de Deus’.”

O biólogo também disse que é favorável a um termo mais “amigável” que defina um ateu, em razão dos preconceitos existentes, como o “bright” (brilhante, em tradução literal, ou inteligente) que está sendo defendido por correntes do ateísmo.

Notícia do G1.

Comentário: Embora a notícia não diga exatamente isso, parece que o atual ateu-mor é dado a teofanias. Eu não esperava isso dele. Estou até meio decepcionado. Também é curioso que a notícia fale em “A Origem das Espécies”, Dawkins chame o livro de “o mais importante da história” e nada seja dito sobre “A Origem do Homem”, outro livro de Darwin. Algum problema com este, ou ele (A Origem do Homem) só é menos famoso, e por isso esquecido?

Este blogueiro admite que está ficando cada dia mais um conservador reacionário e ranzinza. Não leu os livros de Dawkins, mas gosta de reclamar deles. Primeiro Dawkins escreve um livro para ofender os crentes de qualquer religião: “Deus, um delírio” (pode até não o caso, mas o título é francamente ofensivo). Mas aí resolve escrever um outro livro “A Grande História da Evolução”, que também não li, mas estou certo que se trata de uma historinha para dar um certo sentido a uma coisa que, em seu cerne, não possui sentido (se aqui chegamos como “pura evolução” da matéria, para que inventar um sentido para isso?).


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segunda-feira, junho 22, 2009

Evolução humana "chegou ao fim", afirma biólogo darwinista

Evolução humana "chegou ao fim", afirma biólogo darwinista

John Cornwell

Quando "A Origem das Espécies" de Darwin foi publicado em 1859, não demorou para que teólogos sensíveis, como o cardeal John Henry Newman, aceitassem a evolução como parte da providência divina. Mas até hoje o mundo cristão continua dividido entre os criacionistas que leem o Gênesis literalmente, e os que o veem de forma não literal, como um mito ou um poema. Enquanto os criacionistas leem a Bíblia como um texto cosmológico, outros tratam a evolução como uma teoria para tudo.

O darwinista Steve Jones, eminente biólogo e escritor talentoso, é professor de genética e chefe do departamento de biologia do University College, em Londres. Conversei com ele recentemente em sua sala no Laboratório Galton, atrás da estação Euston, para falar sobre o darwinismo.

Para celebrar o bicentenário de Darwin, Jones publicou um novo livro, "Darwin's Island" ["A Ilha de Darwin"], que examina as pesquisas pouco conhecidas de Darwin sobre a flora e a fauna britânicas. Jones declarou recentemente, de forma provocativa, que a evolução humana "chegou ao fim". E agora, nessa entrevista, volta a afirmá-lo.

"É sério isso?", perguntei.

"Veja, no mundo desenvolvido, os homens em média têm filhos mais cedo do que antigamente. Isso significa que há menos chance de que o esperma sofra mutações que poderiam levar a uma mudança evolucionária".

Não me convenci. Afinal, há apenas 50 anos, a média de expectativa de vida era bem menor, então é claro que em média os homens tinham filhos mais cedo. Mas acho que o que John quer dizer é que o homem de hoje tem um período de procriação curto, que vai apenas do final dos 20 anos até antes dos 40. No passado, entretanto, a maioria dos homens (principalmente os mais bem sucedidos) teriam filhos ininterruptamente, desde a adolescência até os 50 ou 60 anos. Então, apesar de ter aumentado a média de idade com a qual o homem tem o seu primeiro filho, a média da faixa etária em que eles têm filhos é menor.

Ele acrescenta: "a evolução também requer que populações isoladas possam acumular adaptações, como nas ilhas Galápagos. O mundo moderno, com suas viagens de avião, remédios e proteção contra as intempéries, faz com que seja muito pouco provável encontrar mutações significativas prosperando num habitat isolado".

"A força motriz da evolução humana é o homem", continua Jones. "Os óvulos das mulheres são produzidos antes do nascimento, e na vida adulta o número de divisões celulares que podem desencadear uma mutação bem sucedida está em torno de 20, desde o óvulo que lhe deu origem até o óvulo que produzirá seus filhos. Mas o esperma de um pai de 28 anos de idade passa por 300 divisões celulares desde o esperma que lhe deu origem até o esperma que ele passa adiante. Em um homem de 50 anos, são 2 mil divisões celulares. Assim, são os pais mais velhos que levam a evolução humana adiante através das mutações genéticas. Mas nos países desenvolvidos, a maioria dos homens não se reproduz mais a partir dos trinta e poucos anos."

E quanto às mutações resultantes de testes nucleares e Chernobyl?

"Claro, o DNA pode ser afetado por influências do ambiente. Mas apenas 0,2% da exposição à radiação é produzida pelo homem; a maior parte vem do radônio no solo e nas rochas".

Jones, entretanto, concorda que ainda é possível uma espécie de microevolução - por exemplo, na disseminação de genes resistentes ao HIV/Aids. "Eventualmente os sobreviventes passarão seus genes resistentes para a próxima geração, criando uma população em geral resistente. Mas isso não assinala uma mudança significativa na espécie humana".

E quanto à ideia de que os humanos podem se tornar mais ou menos inteligentes?

"Foi Francis Galton, um dos primeiros geneticistas", disse Jones, "que veio com a ideia de que os seres humanos estavam destinados a emburrecer porque as pessoas inteligentes têm menos filhos, enquanto as burras e irresponsáveis se reproduzem com mais rapidez". Contra Galton, Jones cita o "efeito Flynn" - o aumento do QI médio no mundo desenvolvido durante os últimos 50 anos, que recebe esse nome por causa do cientista político James R. Flynn.

Flynn argumentou que esse "efeito" não demonstra um aumento genético na inteligência - mas que se deve a um desvio nos testes de QI, que privilegiam o um tipo de raciocínio abstrato que melhorou durante o século 20 por causa da educação e da tecnologia. Antigamente, as pessoas tinham o mesmo poder cerebral, mas menos experiência com o raciocínio abstrato.

Jones também não se impressiona com a possibilidade de a engenharia genética deixar uma marca na evolução humana. Ele admite que poderão haver algumas melhorias superficiais na capacidade humana, com drogas como a ritalina para a concentração, ou provigil para combater a fatiga. Mas segundo ele essas são mudanças superficiais e não-genéticas.

Jones também insiste que os habitats isolados não continuarão suficientemente isolados para permitir mutações. Ele chama isso de "a grande coalescência global", a forma pela qual os seres humanos escaparam das "leis impiedosas de vida e morte" da evolução. E continua: "diferenças herdadas na capacidade de superar resfriados, fome, deficiência de vitaminas ou doenças não movem mais a máquina da evolução. As pessoas morrem por causa disso, mas quando estão velhas e a evolução não as percebe mais".

Então essas melhoras não indicam um avanço evolucionário?

"Darwin argumentava que a evolução não tem uma tendência inerente para melhorar ou piorar as coisas. De fato, é mais provável ter alguma surpresa ruim virando a esquina. Um dia poderemos simplesmente falhar em nossa luta pela sobrevivência".

Jones explica que uma das grandes divisões na compreensão da evolução é entre as noções de propósito e não-propósito. Um exemplo do problema, continua, é encontrado na ideia de uma asa ou um olho pela metade - normalmente discutida pelos defensores do "desenho inteligente" [ou criacionistas]. Segundo eles, como alguma coisa pela metade não tem nenhuma vantagem evolutiva, ela deve de certa forma ter sua função final codificada dentro de si antes de começar sua jornada. A resposta de Jones para essas anomalias admite o mistério da falta de fósseis que evidenciem transições graduais, por exemplo, de uma situação sem asas, para meia asa (sem nenhuma vantagem evolucionária), para uma asa totalmente operacional.

Essa aparente falha na teoria evolucionária encorajou a hipótese do "desenho inteligente" de propensões inerentes para um desenho mais complexo. "Há muitas pessoas que estão felizes em acreditar em parte da história da evolução", diz Jones, "mas argumentam que Deus fornece um ímpeto de propósito por trás de tudo".

"Eu não consigo entender a ideia de que tudo tem um 'significado' na evolução", diz Jones. Ainda assim é difícil, senão impossível, acredito, até mesmo para os biólogos mais reducionistas escreverem de forma acessível sobre evolução sem usarem em certo grau o discurso do propósito antropomórfico - até mesmo em termos que parecem neutros como "vantagens", ou "sobrevivência do mais forte", "adaptação".

Enquanto cientista altamente literário, Jones se diz consciente, e talvez até culpado, da justaposição entre a metáfora e a ciência. O próprio Darwin, ele admite, era dado a metáforas imaginativas; seu companheiro constante no Beagle foi uma cópia de "Paraíso Perdido"
[obra poética do escritor John Milton], e um dos aspectos mais excepcionais de "A Origem das Espécies" é sua capacidade de misturar metáfora e ciência, criando um efeito belíssimo.

Além do simples deleite com a descrição natural, o entusiasmo de Jones com os estudos de Darwin sobre os crustáceos e outras minúcias britânicas parte de sua especialização acadêmica, a genética.

"O DNA, assim como os corpos que ele constrói", diz Jones, com os olhos iluminados, "é baseado numa série de variações numa estrutura. Conforme um óvulo amadurece, órgãos complexos - olhos, ouvidos, mãos e cérebros - são formados a partir de elementos que só poderão ser distinguidos no embrião". Em momentos como esse, trazendo a biologia do desenvolvimento para a vida, a conversa com Jones se parece mais com as passagens líricas de seus livros - hinos à beleza, sutileza, e o potencial das criações vivas em seu progresso "da fertilização ao túmulo".

A ligação entre a seleção natural e o DNA estava esperando para acontecer; nesse sentido Jones e seus colegas biólogos são os herdeiros diretos de Darwin. "A seleção natural", diz Jones, "deixa suas pegadas na dupla hélice de muitas formas. Grandes trechos de DNA homogêneo de ambos os lados dos genes europeus para cabelo loiro e digestão de leite mostram que as variações benéficas arrastaram junto suas vizinhas à medida que passaram pela população durante os últimos milhares de anos".

Darwin aparentemente queria acrescentar um capítulo sobre seres humanos em seu trabalho sobre a origem dos animais de fazenda. Esse capítulo está sendo escrito agora com a ajuda dos geneticistas modernos. Muitas das mudanças físicas na linha humana desde que ela surgiu lembram as que aconteceram nos animais domésticos, admite Jones.

E quanto à inteligência humana, que nos permite dar continuidade à visão de Darwin no campo da genética, Jones diz: "nossos cérebros, sozinhos, não diminuíram".

John Cornwell é diretor do Projeto de Ciência e Dimensão Humana no Jesus College, Cambridge

Tradução: Eloise De Vylder

Texto da Prospect Magazine, no UOL.


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terça-feira, novembro 04, 2008

Religiosos mostram Bíblia como história natural no Museu da Criação no Kentucky

Atraente, local recebeu quase 600 mil visitantes, dizem fundadores.
Criacionistas dizem não negar ciência, mas divergir na interpretação.

Daniel Buarque Do G1, no Kentucky


Crianças e dinossauros brincam juntos em um bosque, tiranossauros se alimentam de frutas, e as teorias evolucionistas que dizem que o universo foi criado há milhões de anos são enfaticamente rejeitadas em um museu do norte do estado norte-americano do Kentucky.

Assista ao lado imagens do museu

Contrariamente às exibições de história natural espalhadas pelas maiores cidades do mundo, o Creation Museum (Museu da Criação) nega a principal corrente científica defendida por acadêmicos e apresenta as origens da vida de acordo com um livro: A Bíblia.

Como o nome já deixa perceber, o local defende o criacionismo, teoria cristã segundo a qual o livro do Genesis explica de forma literal o surgimento do universo, e que nega qualquer tese que fale em evolução. A instituição que criou o local, o grupo Answers in Genesis (Repostas no Genesis ou AIG), defende a religião como base da história do mundo desde o "princípio".

O G1 visitou o Museu da Criação na tarde desta quinta-feira (30), depois de duas horas de viagem desde Columbus, em Ohio. Localizado numa região de tríplice fronteira entre Kentucky, Indiana e Ohio, o museu tinha muitos visitantes, apesar de ser um dia de semana e de o prédio ficar afastado de centros urbanos (a cidade mais próxima, Cincinnati, fica a 30 minutos de viagem de carro). A apresentação é impressionante, atraente, e explica bem a primeira parte da Bíblia, atraindo crianças e adultos.

Usando vídeos cheios de efeitos especiais, apresentações quase interativas, robôs animados, estátuas que parecem pessoas, um planetário e explicações muito bem detalhadas, o museu tenta rechaçar críticas de que é radical e "não-científico". "Queremos mostrar uma caminhada história de acordo com a Bília", explicou o co-fundador do museu, Mark Looy, que conversou com o G1 durate a visita.

Sucesso

Fundado há pouco mais de um ano, em maio de 2007, o museu foi um sucesso surpreendente até mesmo para seus criadores. "Esperávamos receber no máximo 250 mil pessoas no primeiro ano, mas tivemos mais de 440 mil visitantes até o aniversário e quase 600 mil até hoje", disse Looy. "Excedemos todas as expectativas, e até evolucionistas elogiam nosso trabalho", completou.

"Deus destruiu o mundo", dizia uma criança de cinco ou seis anos enquanto assistia a um vídeo sobre o dilúvio. Dezenas delas se divertiam com os vídeos e com os robôs de dinossauros na tarde em que o G1 esteve no museu.

Parecendo um parque de diversões da Flórida, com 6.500 metros quadrados de área, o museu traz uma longa apresentação do surgimento do mundo, dos animais, dos seres humanos. Conta a história de Adão e Eva, do fruto proibido, de Matusalém e da arca de Noé – esta última, do grande dilúvio, é usada para explicar a extinção dos dinossauros e a existência de fósseis.

Fatos e interpretações

A principal tese usada pelo museu é de que criacionistas e evolucionistas partem das mesmas evidências para interpretar o passado, mas que chegam a conclusões diferentes. "Raramente discordamos dos evolucionistas em relação às evidências, a separação está na interpretação. Queremos mostrar que a evidência científica leva ao criacionismo", disse Looy.

"Do ponto de vista científico, o que o museu mostra é simplesmente ridículo", rebateu, enfático, Steven Newton, um dos diretores do National Center for Science Education (Centro Nacional para Educação em Ciência – NCSE) , uma das instituições que mais fazem oposição ao trabalho do AIG. "Essas pessoas acreditam que a terra tem apenas 6.000 anos de idade, o que não faz nenhum sentido e pode ser provado como equivocado", disse ao G1.

Questionado sobre a crítica científica, o co-fundador do museu disse não ligar. "Muitos nos ridicularizam, mas isso não incomoda. Essas pessoas têm uma visão diferente, e não acreditam no que defendemos", disse, lembrando que no passado ele próprio era uma dessas pessoas críticas do criacionismo.

Educação

O principal trabalho do NCSE em oposição ao grupo que fundou ao museu diz respeito a educação de crianças, tentando evitar o fortalecimento do ensino do criacionismo nas escolas. "Estes grupos estão cada vez mais fortes e querem que o ensino religioso entre nas escolas como se tivesse alguma base científica", disse Newton. "Queremos que a religião fique de fora do ensino de ciência, pois isso atrapalha e confunde os estudantes, o que é ruim para o país como um todo."

As escolas públicas norte-americanas não podem atualmente ensinar o criacionismo como uma teoria, mas o debate em estados mais conservadores como o Texas e a Louisiana debatem a possibilidade de permitir que a tese religiosa seja apresentada junto com os estudos.

Segundo Looy, o grupo que ele representa de fato produz material didático para ensino do criacionismo nas escolas, negando teorias evolucionistas. "Mas apenas em instituições privadas", disse. Segundo ele, o AIG não defende o ensino forçado do criacionismo nas escolas públicas, apenas pede a liberdade para que os professores também possam apresentar o criacionismo às crianças.

"Isso é um objetivo político disfarçado", respondeu Newton. "Nenhum desses grupos admite defender o ensino do criacionismo, mas eles fazem campanha tentando se passar por grupos sem interesses, como se estivessem defendendo a liberdade", completou. científico.

Política

Durante as entrevistas dos representantes dos dois grupos ao G1, eles negaram defender um ou outro candidato à Presidência nas eleições da próxima terça-feira (4). Por serem grupos sem objetivos lucrativos, eles recebem doações e não podem se envolver em disputas políticas.

"Podemos defender a proibição do aborto, e incentivar as pessoas a votarem em quem seja contra o aborto, mas não podemos citar nomes", disse Looy em relação ao grupo que criou o museu, indiretamente indicando favorecer John McCain.

Texto do G1.


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terça-feira, outubro 07, 2008

Cientista desafia darwinistas com prêmio multimilionário

Um criacionista turco chamado Adnan Oktar lançou um desafio aos darwinistas ao oferecer um prêmio de 10 bilhões de liras turcas (7,3 bilhões de dólares) ao cientista que lhe apresentar um fóssil que comprove o processo evolutivo.

Oktar, de 52 anos, é um dos mais ferozes críticos da teoria da evolução de Charles Darwin, a qual ele qualifica como "ditadura darwinista", segundo o jornal The Independent.

Contra todas as evidências científicas, Oktar afirma que não existem fósseis que possam provar as teorias de Darwin.

O criacionista ficou famoso há 10 anos quando distribuiu gratuitamente no mundo inteiro o seu luxuoso livro 'Atlas da Criação', uma edição de 800 páginas no qual ele afirma que durante milhões de anos as formas dos seres vivos não evoluíram.

Segundo a agência EFE, o biólogo britânico Richard Darwins qualificou o livro como 'ridículo' e seu conteúdo como 'inane'. Em resposta, Oktar disse que o biólogo não havia lhe apresentado nenhum fóssil que apoiasse as teorias darwinistas.

Kevin Padian, da Universidade da Califórnia, disse que Oktar "não tem nem idéia de tudo o que já é conhecido sobre a evolução. Se ele visse um fóssil de um caranguejo, diria que é um normal. A extinção não parece preocupar-lhe."


Redação Terra

Texto visto no Terra.

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quinta-feira, outubro 02, 2008

Darwinismo (e Criacionismo) na Turquia

O debate muçulmano do criacionismo: enfrentando Darwin na Turquia
Os cristãos fundamentalistas americanos não são os únicos liderando uma cruzada contra Darwin. O criacionismo e o "design inteligente" também estão se tornando cada vez mais populares entre os muçulmanos da Turquia

Daniel Steinvorth
Em Istambul (Turquia)


O homem que deseja salvar o mundo se chama Harun Yahya e lembra um ator da época do cinema mudo. Ele veste um terno de seda branca, abotoaduras douradas e exibe uma barba bem aparada no queixo. "Em 20 anos", ele diz em tom sério, "a humanidade entrará em uma era dourada".

Yahya diz que descobriu essa notícia maravilhosa na Bíblia e no Alcorão. Ele argumenta que é um "fato científico" que Jesus e o Mahdi, o messias muçulmano, voltarão à humanidade para resolver todos os conflitos globais. Antes, entretanto, ele diz que esses dois emissários celestiais terão que lidar com outro desafio: eles terão que erradicar a heresia do naturalista britânico Charles Darwin, que postula que toda a vida se originou de um processo de seleção natural.

Na visão de Yahya, o darwinismo está na raiz de todos os males do mundo. Visando ajudar a livrar o mundo desta teoria, ele bancou a impressão de milhares de cópias de "O Atlas da Criação" e as enviou para várias partes do mundo. Este tomo de formato grande e 800 páginas visa provar que nunca houve uma evolução natural das espécies. Em vez disso, ele argumenta que todas as formas de vida da Terra permaneceram inalteradas por milhões de anos. Ilustrações coloridas de fósseis foram incluídas para documentar a falta das chamadas formas transitórias.

Yahya, 52 anos, um ex-estudante de arquitetura, é sem dúvida o mais expressivo seguidor do criacionismo em seu país. Ele alega já ter vendido 8 milhões de cópias de seus vários livros. No ano passado, milhares de cópias de "O Atlas da Criação" foram entregues - de forma não solicitada - para escolas de toda a Europa. A identidade da pessoa ou instituição que pagou a conta dessa iniciativa permanece desconhecida.

Além de Yahya, que atualmente está sendo processado "por ganho pessoal ilegal", há outros opositores veementes da evolução na Turquia. Um deles é Kerim Balci, um jornalista que trabalha para o jornal "Zaman" pró-governo. Sua mensagem: "Deus não é aquele que está morto; é o darwinismo".

Uma pesquisa realizada em 2006 mostrou quão impopular permanece a teoria da evolução no mais moderno de todos os países islâmicos. Foi perguntado às populações de 34 países sobre sua postura em relação à teoria da evolução, e o menor percentual de defensores foi encontrado na Turquia. Apenas um quarto dos turcos sente que a teoria de Darwin é correta. Apenas ligeiramente à frente deles - em 33º lugar - estavam os americanos.

Para Ibrahim Betil, um ativista comunitário turco envolvido em programas escolares, estes números contrastam enormemente das políticas educacionais oficiais do país. Diferentemente do que está acontecendo em várias áreas nos Estados Unidos, todas as tentativas de introduzir o criacionismo nas aulas de biologia na Turquia foram bloqueadas. Apenas a teoria da evolução é ensinada "em todas as escolas, em todas as salas de aula, mesmo nas províncias mais remotas".

Mas isso poderá mudar em breve. Como colocou recentemente o ministro da Educação ortodoxo da Turquia, Hüseyin Çelik, o darwinismo não é nada mais do que "uma arma dos materialistas e dos infiéis". Çelik é um grande admirador da teoria do "design inteligente" - uma versão moderna da teoria do criacionismo, que alega reconhecer a mão de uma espécie de projetista por trás de todas as leis naturais do mundo.

Tradução: George El Khouri Andolfato

Texto da Der Spiegel, no UOL.


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terça-feira, setembro 30, 2008

Royal Society demite diretor "criacionista"

Royal Society demite diretor "criacionista"

DA REDAÇÃO

O biólogo e pastor da Igreja Anglicana Michael Riess foi demitido anteontem do cargo de diretor de Educação da Royal Society devido à polêmica que causaram suas afirmações sobre como lidar com o criacionismo nas escolas.
Citando que 1 em cada 10 crianças britânicas crê no criacionismo, Reiss disse na Universidade de Liverpool, no último dia 11, que seria melhor discutir o tema nas aulas de ciências, ao invés de simplesmente corrigir as crianças .
A Royal Society afirmou que Reiss foi mal interpretado e prejudicou a reputação da instituição.
"Clamar pela renúncia com base nisso [como fizeram por carta três sócios da Royal Society ganhadores do Prêmio Nobel] chega próximo de uma caça às bruxas", disse o cientista e ativista ateu Richard Dawkins, em carta à revista "New Scientist", antes da demissão de Reiss.

Da Folha de São Paulo, de 18 de setembro de 2008.

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terça-feira, setembro 23, 2008

Criacionismo

ROYAL SOCIETY QUER DISCUTIR CRIACIONISMO
A Royal Society, do Reino Unido, maior sociedade científica européia, defendeu que o criacionismo seja incluído nas aulas de ciências para reduzir a confusão entre os alunos. Citando que 1 em cada 10 crianças britânicas crê no criacionismo, o diretor de Educação da entidade afirmou que o movimento ajudaria a mostrar que o literalismo bíblico não está apoiado em evidências.

Notícia da Folha de São Paulo, de 12 de setembro de 2008.

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terça-feira, março 25, 2008

Cosmólogo recebe prêmio defendendo existência de Deus

Cosmólogo recebe prêmio defendendo existência de Deus

Um padre e cosmólogo polonês que sustenta a possibilidade de comprovar matematicamente a existência de Deus é o vencedor do mais polpudo prêmio acadêmico do mundo.

O professor Michael Heller, 72, de formação religiosa, com estudos em filosofia e doutorado em cosmologia, receberá em maio, em Londres, o prêmio Templeton, outorgado pela fundação homônima de estudos religiosos sediada em Nova York. O valor da premiação é de 820 mil libras esterlinas (cerca de R$ 2,87 milhões).

Os trabalhos mais recentes de Heller abordam a questão da origem do universo debruçando-se sobre aspectos avançados da teoria geral da relatividade, de mecânica quântica e de geometria não-comutativa.

"Vários processos no universo podem ser caracterizados como uma sucessão de estados, de maneira que o estado anterior é a causa do estado que o sucede", explicou o próprio Heller em um comunicado divulgado por ocasião do anúncio do prêmio.

"Ao questionar (a causalidade primeira) não estamos apenas falando de uma causa como qualquer outra. Estamos nos perguntando sobre a raiz de todas as possíveis causas", disse.

Ele rejeitou a idéia de que religião e ciência são contraditórias. "A ciência nos dá o Conhecimento, e a religião nos dá o Sentido. Ambos são pré-requisitos para uma existência decente".

"Invariavelmente eu me pergunto como pessoas educadas podem ser tão cegas para não ver que a ciência não faz nada além de explorar a criação de Deus."

Críticas

Alguns céticos atacam a Fundação Templeton por sua inclinação a favor de ideologias conservadoras da religião.

Um dos principais críticos à instituição é o biólogo evolucionista Richard Dawkings, que já descreveu o prêmio Templeton como "uma soma de dinheiro muito grande que se concede normalmente a um cientista disposto a falar coisas boas da religião".

Para os jurados, Heller mereceu o prêmio por desenvolver "conceitos precisos e notavelmente originais sobre a origem e as causas do universo, muitas vezes sob intensa repressão governamental".

A biografia do filósofo e cosmólogo polonês diz que ele foi perseguido sob a era soviética, cuja ideologia comunista abertamente atéia ia contra o perfil católico conservador dominante no país.

Heller conhecia o Papa João Paulo 2º, nascido polonês sob o nome de Karol Wojtyla, que personificou a reação da Igreja Católica contra o avanço do comunismo nos países do Leste Europeu.

"Apesar da opressão das autoridades comunistas polonesas a intelectuais e padres, a Igreja, impulsionada pelo Concílio Vaticano 2º, garantiu a Heller uma esfera de proteção que o permitiu alcançar grandes avanços em seus estudos", diz sua biografia.

Heller disse que usará o dinheiro do prêmio Templeton para financiar futuras pesquisas.



Texto da BBC Brasil.


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terça-feira, janeiro 22, 2008

Criacionismo Reloaded

Pobre ministra Marina Silva. Resolveu professar suas idéias sobre a Criação, e relacioná-las com a sua visão ecológica, bem como afirmar que a digamos, hipótese criacionista, também devesse ser ensinada aos alunos do ensino geral, para que vários adeptos da ortodoxia científica lhe caíssem sobre a cabeça.
Primeiramente eu vi o assunto no blog do jornalista Marcelo Leite, divulogador de ciências da Folha de São Paulo. Lá o jornalista basicamente diz que a ministra pode professar a sua fé, mas não expor como se verdade científica fosse, suas idéias sobre criação. Não sei se a ministra disse que a hipótese criacionista era uma verdade científica. Mas também nsão sei porque chamam verdade científica uma hipótese inventada para tornar o universo mais natural. Agora dizemos que Deus não age no universo, e divinizamos a natureza, por vezes dizendo que "ela é sábia", ou que "ela criou" tais e tais mecanismos nos seres vivos.
Devo ter visto o assunto em algum outro veículo que já não me lembro mais.
E agora, a Folha de São Paulo, em seu editorial deste domingo, 20 de janeiro de 2008 (para assinantes), censurando novamente a ministra por suas crenças e idéias.
Cuidado! A verdade precisa ser preservada!

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quinta-feira, julho 05, 2007

Percepções Naturais

Chamamos de naturais aos números inteiros e positivos, pois normalmente são os que usamos para contar quantidades.
Os teólogos e filósofos do Ocidente Medieval chamavam de natural aquilo que eles achavam que seria o que aconteceria, se os homens não interviessem em determinado evento.
Para um salmista, na Bíblia era natural que o Sol é que se movesse em torno da Terra, e não o contrário, pois a ele, parecia que o Sol "se levantava" no oriente, e "se punha" no ocidente fazia "seu caminho no céu".
Nossa percepção da realidade tem aumentado a cada dia, há séculos. Não é por isso que eu deva dizer que os homens do passado estavam errados. Eles apenas tinham uma percepção menos acurada da realidade.

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Percepções Infantis

"(...) Por exemplo, a percepção de que os objetos caem no chão, adquirida na mais tenra idade, pode dificultar a aceitação de que a Terra é esférica. Como as pessoas situadas no lado oposto não despencam? (...)
Em sua ingenuidade, as crianças tendem a achar que tudo foi criado para atender a determinada finalidade, propensão chamada de teleologia promíscua. Para quem tem 4 anos, as borboletas foram feitas para voar, as flores para embelezar, os cachorros para guardar a casa e os golfinhos para fazer acrobacias. No futuro, esta característica poderá sse tornar incompatível com a idéia de que a vida surgiu por acaso e que chegou até nós através da seleção natural.(...)

Trechos do texto "A percepção das crianças", publicado na revista CartaCapital, nº 450, de 27 de junho de 2007, pelo Dr. Dráuzio Varella. O texto fala da compreensão do mundo, por parte das crianças, a partir de um artigo publicado na revista Science, pelos pesquisadores Paulo Bloom e Deena Weisberg, do Departamento de Psicologia da Universidade de Yale. E a frase inicial do texto é "A dificuldade para aceitar fatos científicos é universal na espécie humana".
O Dr. Dráuzio Varella acredita, e é um dos grandes divulgadores da evolução e da seleção natural entre os brasileiros. Vez por outra, em seus textos, ou em seus vídeos, o ouvimos falar em "grandes primatas, entre os quais os seres humanos" ou coisa parecida.
Eu creio que Deus, de alguma maneira, criou o Universo, a Terra e o homem. Possivelmente nesta ordem. Alguém pode questionar que esta é a ordem em que o universo "evoluiu", vamos dizer. Eu certamente não poderia contestar.
A questão aqui é que o Dr. Varella afirma que essa característica infantil é a causa para a dificuldade de aceitar fatos científicos. Fico me perguntando a quais fatos científicos ele se refere? A própria evolução?
Por outro lado, alguns cientistas têm a tendência a serem teleológicos eles mesmos, ao traçarem caminhos da evolução, tipo, os braços da baleia se tornaram nadadeiras para tornar melhor a adaptação à vida na água. os braços do morcego se tornaram asas para ele poder voar, e por aí vai.
E, de qualquer maneira, já que o Dr. Varella falou em "teleologia promíscua" nas crianças, e eu comentei uma certa teleologia funcional na evolução das espécies, poderíamos perguntar, por que, afinal, as crianças tendem a achar que cada coisa foi criada para atender determinada finalidade?

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