quinta-feira, agosto 31, 2006

Um Dia em Que Aconteceu de Tudo no Clima de Porto Alegre

De madrugada, choveu. De manhã cedo choveu. No final da manhã havia sol. Às 14 h havia sol, e o relógio-termômetro da esquina da Sete de Setembro com a Caldas Júnior informava 18º C. No final da tarde tempo nublado. Parecia que ia chover. 22 h 30 min ainda não choveu, o Canal do Tempo informa 18º C. E umidade de 88%. Ou seja, a chuva ainda vem!

Um Dia Depois de Outro Dia: Morreu o Ator Glenn Ford

Segundo a Folha de São Paulo, ele tinha 90 anos, e tinha a saúde abalada depois de sofrer mais de um derrame na década de 1990. Glenn Ford atuou como ator e diretor em mais de 80 filmes, entre eles Gilda, e Cimarron.

Sul Para Cima

Seguindo o exemplo do senador Pedro Simon.
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Sorria - Fernando Gonsalez - Folha de São Paulo, 26/08/2006

Dia Agradável em Porto Alegre

Quinta-feira, 30 de agosto. Depois do frio de ontem à noite, hoje o dia é agradável. O relógio-termômetro da esquina da Sete de Setembro com a Caldas Júnior informava 19º C às 15 h.
Contudo a meteorologia promete chuva para os próximos dias.

Educação e Repressão

Uma vez, conversando com alguém, eu comentei que com educação e repressão seria possível alcançar níveis civilizatórios, digamos, suíços, mesmo para nós brasileiros. A pessoa com quem eu conversava ficou perplexa, se me lembro bem, devido a eu ter utilizado a palavra "repressão". Esta pessoa tinha formação pedagógica, e a pedagogia em que fora ensinada primava pela "liberdade", ou seja, neste caso, o contrário de repressão.
Mas repressão deve estar na base do processo civilizatório. Num exemplo gritante, uma pessoa deve reprimir o seu desejo de alívio imediato, para alcançar o banheiro mais próximo e poder liberar sua excreção, em lugar de liberar isto pela rua mesmo.
Todo este blá-blá-blá para comentar que ontem quando eu voltava da faculdade, vi uma mulher amassar um papel e jogá-lo na calçada, antes de embarcar no ônibus. Eu acharia muito normal, pois muita gente faz isto. O detalhe que me aborreceu foi que ela também era aluna da Ufrgs, ou, pelo menos, carregava uma bolsa da Ufrgs, e portava carteira para passe escolar do DCE da Ufrgs. E já parecia uma mulher mais madura, isto é, não era nenhuma pós-adolescente.
Talvez eu devesse tê-la chamado a atenção. Falar algo como "Que feio! Jogando lixo no chão. Uma aluna da Ufrgs!". Qual o que... Eu não disse nada. Não fiz nada.

Mais Um Que se Vai: Naguib Mahfuz

O escritor egípcio Naguib Mahfuz faleceu hoje, pela manhã, num hospital do Cairo. Tinha 95 anos de idade.
Em 1988 ele recebeu o Prêmio Nobel de Literatura. Foi o primeiro, e único escritor de língua árabe a ganhar o Prêmio.
Ele escreveu mais de 50 livros ao longo de sua vida. No Brasil, estão disponíveis, por exemplo, "Entre Dois Palácios", "O Beco do Pilão" e "Noites da Mil e Uma Noites".

terça-feira, agosto 29, 2006

Mais Frio Nesta Noite em Porto Alegre

Está bem mais frio.
O Canal do Tempo informa 9º C. Frio pra caramba, pensando que foi um dia bastante agradável.

Dia de Inverno em Porto Alegre

O rádio informava 10º C pela manhã.
No decorrer do dia, se ficássemos no sol a temperatura era agradável, se nos deslocássemos para alguma sombra ficava frio.
O Canal do Tempo informa 16º C às 17 h.
Céu de brigadeiro. Nenhuma nuvem.

Depois da TV Digital Vem Aí o Rádio Digital

A transmissão de rádio por meio digital está sendo testada, e aguarda regulamentação do Ministério das Comunicações. Mas o debate é mínimo, sendo otimista. Todas as dúvidas estão no ar: Qual o custo de uma nova forma de transmissão-recepção? Haverá limites para o número de estações, como há limitações nos "diais" de hoje em dia? Como será a licença para difusão de rádio?

Palavras Incômodas - Das Crônicas do Heuser

Palavras Incômodas



Por Paulo Heuser



Tenho consciência de que nossa língua está viva, palavras tornam-se obsoletas enquanto novas surgem. Trata-se de um sistema dinâmico. Certos neologismos me incomodam, no entanto. Incomoda também o uso impróprio de palavras pré-existentes.

Vamos tomar o exemplo da palavra massivo. Evidente anglicismo ( massive) derivado de um galicismo (massif), este para o inglês. A existência da palavra maciço, que traduz exatamente o que se pretende comunicar, torna o uso de massivo desnecessário e inconveniente. Sempre que a leio me vem à mente um prato de macarrão. Criaremos novas palavras quando não houver outras utilizáveis.

Imagino bem a origem desse barbarismo. Quando as consultorias internacionais de gestão invadiram o Brasil, a partir da década de 70, toneladas de materiais foram traduzidas às pressas, inclusive por especialistas em gestão com pouco conhecimento da língua portuguesa. Os estrangeirismos também emprestavam um ar de coisa culta à matéria. Um Case não é muito mais charmoso do que um estudo de caso? Aquele custa muito mais.

A partir da década de 80, fomos bombardeados com a palavra paradigma, antes confinada aos meios filosóficos e sociológicos. Não se trata de um neologismo. Está mais para a generalização apressada no uso de um termo de significado bastante complexo. Thomas Kuhn em A estrutura das revoluções científicas (1962) definiu paradigma como uma constelação de conceitos, valores, percepções e práticas, adotados por uma comunidade. Em última instância, define a maneira como uma sociedade se organiza e se relaciona com o mundo ao seu redor. A amplitude do termo nem sempre é assimilada por quem o utiliza.

O sofisma que daí surgiu apregoa a necessidade de maximização da receita com minimização do custo. Esqueceu de outras variáveis como a manutenção dos clientes.

Thomas Kuhn foi um físico. Percebeu que os grandes progressos da ciência davam-se nas transformações geradas pela quebra de paradigma em função de teorias como as de Copérnico, Einstein, Darwin, Planck, Freud e outros.

A expressão "quebra de paradigma" traduz a ruptura de um sistema aceito e institucionalizado para a adoção de um novo sistema, o novo paradigma. Geralmente fica oculta ou disfarçada a incompatibilidade entre o paradigma anterior e o atual. Trata-se de um arrasa-quarteirão. Muitos dos programas de demissões voluntárias não objetivam apenas a redução de custos. Fazem parte da quebra de paradigma, removendo os maiores obstáculos (pessoas) à implementação de uma nova ordem.

Alguns aspectos da quebra de paradigmas merecem maior consideração. Paradigmas são sistemas não-lineares (caóticos). Trocando em miúdos, ao alterarmos o valor de uma ou mais variáveis que os compõe – muitas neste caso -, o resultado pode ser difícil de se prever, por vezes surpreendente, em função da imprecisão dos nossos meios para medi-los. Os acionistas de uma grande montadora norte-americana já devem ter percebido o que é um sistema caótico.

Vale lembrar também que a reconstrução do apartamento 1014 do bloco B do quarteirão que foi arrasado não pode ser levada a cabo sem a reconstrução de todos que vêm abaixo. Não há volta. Não há arrependimento.

Isto pode parecer um discurso retrógrado à luz das teorias administrativas dos últimos 40 anos. Talvez seja, quem sabe? Como se criam valores, da noite para o dia? Como se constrói uma marca? O que sustenta uma marca? Qual é o valor da sua marca?

É obvio que a quebra de paradigmas se faz necessária ao desenvolvimento das ciências, inclusive administrativas. Temerária é a utilização da palavra ou, muito pior, a prática do método sem a percepção do seu amplo significado. Certo, sempre poderemos pedir emprego numa montadora japonesa.

Hoje percebi que outra palavra que me incomoda é a ética. Ouvindo a propaganda eleitoral obrigatória no rádio do carro, percebo que ética é a palavra da moda. Foi repetida à exaustão. Ética tem relação direta com a moral, o tempo e o espaço. Qual será a ética deles? Quando alguém defendeu a quebra dos paradigmas da ética, estremeci.

Pensando melhor, se a ética deles, que parece ser tão diferente da minha, for um sistema caótico, deveríamos tentar. Ou cura, ou mata.
E, metaforicamente falando, sempre poderemos pedir emprego numa montadora japonesa.


E-mail: prheuser@gmail.com

Origem: http://pauloheuser.blogspot.com

segunda-feira, agosto 28, 2006

Um Grito Preso na Garganta


Não é que eu seja um colorado tão fanático como pareceu após o Internacional ter conquistado o título de Campeão da Copa Libertadores da América 2006. Mas como torcedor do Inter me parecia que havia algo engasgado na garganta.
E nem era algo tão longínquo como a final perdida para o Nacional de Montevidéu, em 1980. Há muitas memórias lembrando o tal gol do Vitorino, que deu aquele título ao time uruguaio. Eu nem me lembrava mais disso. A minha lembrança mais forte era do goleirodo Nacional, o Rodolfo Rodriguez, onde os ataques do Inter paravam. Era uma parede imensa, a qual o time gaúcho não conseguiu vencer.
Creio que o problema realmente foi a conquista do mesmo título pelo Grêmio Porto-Alegrense, o nosso rival, em 1983. Aquele título encheu os gremistas de orgulho, e tornou muitos deles intragáveis.
Em 1975, eu me lembro que eu era um piá, que comemorou a vitória sobre o Fluminense de Rivelino e Companhia, com um gol soberbo do Paulo César Carpeggiani, junto com outros piás, muitos deles gremistas. Ia ser a primeira vez que um time gaúcho decidiria umtítulo brasileiro. Naquela ocasião contra o Cruzeiro de Belo Horizonte. O título foi conquistado. No ano seguinte, o título foi repetido. Em 1979, novo título de Campeão Brasileiro, desta vez invicto, e, após o Inter ter sido terceiro colocado no campeonato gaúcho daquele ano.
Em 1981, o Grêmio foi Campeão Brasileiro. Nada demais. Era o rival ganhando um título que ainda não havia ganho. O Grêmio foi finalista novamente em 1982, mas perdeu o título para o Flamengo. Este vice-campeonato foi o que permitiu ao Grêmio disputar a Libertadores de 1983, na qual se consagraria Campeão. No final desse ano de 1983 o Grêmio prevaleceu sobre o Hamburgo da Alemanha, e se tornou campeão mundial. A partir de então o rival passou a alternar momentos de píncaros de glória e momentos de profunda depressão. Foi campeão da primeira Copa do Brasil, em 1989. Esteve na segunda divisão em 1991, e voltou de lá por um golpe de mesa. Mas depois na década de 1990 ganhou vários títulos, inclusive a Libertadores novamente, em 1995, e foi vice-campeão em vários outros, em um período de bonança que durou até 2001, quando o Grêmio ganhou novamente a Copa do Brasil, e aí entrou em novo período depressivo, voltando à segunda divisão em 2005.
Enquanto isto, nós colorados, acumulávamos frustrações, como o vice-campeonato na Copa União, de 1987, o vice-campeonato brasileiro de 1988, quando chegamos à final após vencermos o Grêmio na semi-final. Em 1989, a desclassificação na Libertadores em plenoBeira-Rio, após termos vencido o Olímpia do Paraguai em Assunción no jogo de ida. Só para lembrar, o técnico nesta derrota no campeonato brasileiro, e nesta Libertadores era Abel Braga. Em 1992 ganhamos finalmente uma Copa do Brasil, em cima do Fluminense. Mas parecia pouco. Em 1999, o Inter parecia que chegaria novamente a ser campeão da Copa do Brasil. O time parecia bem armado, e ia decidir a passagem à final no Beira-Rio. E em pleno Beira-Rio, o Internacional, treinado por Paulo Autuori, levou uma goleada do Juventude de Caxias do Sul, que por sinal, acabou se tornando campeão naquele ano. E nossa frustração veio até o ano passado, onde a CBF determinou que uma série de jogos apitados por juízes querendo manipular resultados fossem realizadas novamente.Isto permitiu ao Corintians recuperar pontos que havia perdido, e fez o Internacional ficar em segundo lugar novamente.


Mas agora tudo isto está no passado. Até que haja novo campeão, em 2007, o Internacional é Campeão da América. Isto redime todas as frustrações acumuladas. Como já disse outro, uma série de piadinhas que os gremistas guardavam para flautear os colorados, quando das frustrações destes, perderam a validade. Os gremistas mesmos ficaram em estado de choque. Eu, pelo menos, tive um prazo de uma semana antes que chegasse a mim algum argumento sobre a superioridade do Grêmio, obviamente rememorando o título ganhopor eles em 1983. Além disso, coroa uma série de conquistas de categorias amadoras por parte de Inter. Por exemplo, campeão mundial sub-15, em 2000, campeão da Taça São Paulo de Juniores, de 1998, até campeão mundial de futebol de salão associado à Ulbra.Mas faltava um grande título profissional. E este veio agora. O grito preso na garganta pôde ser liberado. É gol!!! É Campeão!!! A felicidade. O choro da alegria. A vitória tudo redime!

Semana Inicia Fria em Porto Alegre

Apesar do dia ensolarado, pela manhã o rádio informava 10º C. À tarde tivemos nuvens "pesadas", informando que o frio ficaria por aí. À noite, a temperatura caiu para 11º C às 21 h.

Sem as Mãos - Fernando Gonsalez - Folha de São Paulo, 16/08/2006

domingo, agosto 27, 2006

O Clima em Porto Alegre

Tivemos um sábado com chuva, e temperatura amena.
No domingo está mais frio, mas parou de chover. O Canal do Tempo marca 13º C às 23 h 30 min.

Mostra no Bourbon Country Shopping - 2

Também no Bourbon Country Shopping, no mesmo primeiro andar há a mostra "De Peito Aberto", de apoio às mulheres que lutam contra o câncer de mama. Esta mostra vai até o próximo dia 30.

Mostra no Bourbon Country Shopping - 1

No primeiro andar do Bourbon Country Shopping há uma mostra comemorativa aos 100 anos do vôo do 14 Bis. A mostra conta com um réplica em miniatura do 14 Bis (foto) e cartazes relativos à vida de Santos Dumont.
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Se Passam os Dias

Sábado, 26 de agosto de 2006.
Hoje é o "McDia Feliz" promovido pela rede de lancheria "fast food" McDonalds. Ontem foi o dia do soldado. Anteontem se completaram 52 anos do suicídio de Getúlio Vargas.
Ontem a colunista da Folha de São Paulo, Bárbara Gancia, criticava o McDia Feliz, alegando que era incoerente para a rede McDonalds promover um dia em que a renda da venda de um de seus principais sanduíches seria distribuída para entidades de pesquisa e tratamento de crianças e adolescentes com câncer. Segundo ela, como comprovadamente o consumo contínuo de lanches desta rede provoca obesidade, e como os seus lanches em geral incentivam o consumo de carne animal, e os rebanhos bovinos são uma das causas do aquecimento da atmosfera por causa da flatulência dos animais, a promoção do McDia Feliz seria o equivalente a fabricantes de cigarro, promoverem um dia de consumo de cigarros em que a renda destes cigarros seria revertida para hospitais que tratem câncer de pulmão, ou a fabricantes de bebidas alcoólicas promovendo vendas de suas bebidas com renda gerada para hospitais que tratem câncer de fígado e cirrose. Será?
Há soldados brasileiros estacionados no Haiti, inclusive promovendo a reconstrução de infraestrutura física do país, com batalhões de engenharia. Logo no início da intervenção do exército brasileiro lá, sob a égide da ONU, o presidente Lula tratou de promover um amistoso da seleção brasileira por aquelas terras. Creio que deveríamos continuar a promover valores brasileiros por lá. Que tal um dia o governo brasileiro paga para a Ivete Sangalo ir cantar para os soldados estacionados no Haiti, e, de quebra, e se o governo haitiano concordar, promover um show (ou mais de um) também para os haitianos?
52 anos da morte do presidente Getúlio Vargas. O tempo passa rápido. Felizmente parece que não se presta tanta atenção aos golpistas como antigamente, nem há mais Guerra Fria. O presidente Lula gosta de se identificar como um novo "Pai dos Pobres". É de se pensar como ele reagiria aos golpistas de agosto de 1954.

sexta-feira, agosto 25, 2006

E o Dia Foi Próximo do Verão Neste Inverno de Clima Maluco em Porto Alegre

Às 15 h o relógio-termômetro da esquina da Sete de Setembro com a Caldas Júnior marcava 23º C, mas eu aposto que a temperatura estava mais alta que isto.
Dia de sol, céu de brigadeiro, nenhuma nuvem.
O Canal do Tempo marcava 31º C (31º C!!!) às 17 h 30 min.
Então esta é nossa cidade: em uma semana vamos de 3 a 30º C.

Lambido Pela Maya

Aconteceu hoje. Minha boxer favorita!
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quinta-feira, agosto 24, 2006

Dia de Primavera no Inverno de Porto Alegre

Na mesma semana em que quase congelamos, agora estamos tendo um dia primaveril. Às 14 h 30 min, o relógio-termômetro da esquina da Sete de Setembro marcava 21º C. Eu achava que a temperatura devia estar mais alta, pois não me parecia que era apenas 1º C a mais, com relação à terça-feira.
Mas há sol no céu, e não há nuvens.
O Canal do Tempo informa, às 17 h 30 min, 26º C. O mesmo Canal do Tempo prevê outros 26º C para amanhã, e chuva para sábado.
Agüentemos!

Rir é o melhor remédio - Fernando Gonsalez

Comemoração e Criatividade Heterodoxos

Outdoor na Avenida Siqueira Campos quase esquina com Rua General Bento Martins.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Lindo Dia no Inverno de Porto Alegre

Dia ensolarado.
Começou frio, mas foi esquentando ao longo da manhã. Às 3 da tarde, o relógio-termômetro da esquina da Sete de Setembro com a Caldas Júnior indicava 20º C.
Às 21 h 30 min, o Canal do Tempo informava 13º C em Porto Alegre. Ontem neste mesmo horário eram menos de 10º C.

Fofos

Foto do UOL Bichos (http://bichos.uol.com.br/album/zoozoom300_180806_album.jhtm). Muito fofos!
Foto: Oliver Berg/EFE
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América - Marco Aurélio - Zero Hora 17/08/2006

terça-feira, agosto 22, 2006

Tempo bom em Porto Alegre

Outro dia de sol. Embora frio.
O Canal do Tempo informava 17º C às 17 h 30 min.

Ranking de Futebol da ESPN - 2

O ranking de futebol da ESPN coloca o Barcelona da Espanha, em primeiro lugar, com 368,61 pontos, por ter sido campeão da liga espanhola e da copa dos campeões européia. O Internacional de Porto Alegre está em segundo lugar, com 330,48 pontos, pela conquista da Libertadores da América, e possivelmente também pelo vice-campeonato brasileiro de 2005. Em terceiro lugar está a Juventus italiana, com 311,10 pontos, que havia sido campeã da série A do campeonato italiano antes do escândalo de arbitragem que estourou naquele país.
O segundo time brasileiro na lista, 12º no ranking da ESPN, é o São Paulo Futebol Clube, com 255,57, e apontado como vice-campeão da Libertadores. Curiosamente nada é dito sobre campeonato mundial. O terceiro time brasileiro, 25º no ranking da ESPN, é o Coríntians, com 200,65 pontos, e campeão brasileiro do ano passado.

Ranking de Futebol da ESPN

segunda-feira, agosto 21, 2006

Brrrrrrr...Muito Frio em Porto Alegre

O Canal do Tempo indica 7º C às 21 h 30 min.

Ainda Relembrando Um Momento Glorioso

Piadas vencidas


Texto recebido por correio eletrônico, e, depois, constatado que havia sido publicado no jornal Zero Hora.

Piadas vencidas



RUBEM PENZ


Todos os brasileiros conhecem o traço gaúcho da bipolaridade. Somos sempre contra ou a favor. Estamos cá ou lá. Amigo ou inimigo. Colorado ou gremista. E, como o futebol permeia as relações numa esfera de paixão, vermelhos e tricolores provocam-se mutuamente do cafezinho matinal ao último chope noturno, quase todos os dias. Porém, até mesmo esta tradicional rivalidade precisa passar por reciclagens de vez em quando, sob pena de perder a graça. O meu Inter, ao conquistar a Copa Libertadores da América de 2006, prestou uma bela contribuição para este intento. A partir de agora, para os gremistas está desatualizada uma série de piadas prontas, às quais bastava trocar a data e o campeonato.

Por exemplo: comparar a equipe do Internacional com a cerveja Polar, que ninguém conhece porque vende só no Rio Grande do Sul - numa alusão às dezenas de campeonatos estaduais do colorado. Finalmente, desta piada expirou a validade. Ela já estava morna e sem gás. Outra piadinha que não faz mais sentido é a do comunicado da Operação Golfinho, usada para dizer que nós morremos outra vez na praia. (Aliás, aqui cabe um parêntese: o técnico Abel Braga, com este título sul-americano, quebrou a escrita de ser o mais famoso treinador de vice-campeões!)

Agora, a mais emblemática piada sobre o Inter morreu de morte matada - e com 30 anos de atraso. Ela dizia que precisávamos trocar o nome da equipe para Nacional, pois não havia nenhuma taça verdadeiramente internacional em nossa sala de troféus. Demos cabo desta gracinha num embate glorioso, uma vez que competíamos contra o São Paulo, tricampeão da Copa Libertadores da América e do Mundial de Clubes. Mais: detentor de ambos os títulos no momento. Ainda, de inhapa, também tricolor! Melhor do que isso, só se vencermos o Barcelona (do Ronaldinho Gaúcho) em dezembro no Japão.

Voltando ao tema, o título ora conquistado pelo colorado gaúcho é mais do que um divisor de águas em sua própria história. É a tardia equiparação ao rival porto-alegrense, orgulhoso que é de suas conquistas históricas, com toda a razão. Representa, também, o fim de um sem-número de humilhações impostas por tricolores aos jovens torcedores vermelhos, pois muitos não eram nascidos no período de feitos relevantes dos anos 70 e 80. Aos gremistas, depois de passada esta pequena trégua dos "merecidos parabéns", restará o apelo à criatividade no momento de passar uma nova flauta. As piadas que citei perderam o sentido e apodrecerão no esquecimento. Diferente da nossa lembrança impiedosa das passagens do rival pela segunda divisão nacional.

Colorados de todo o mundo, vamos aproveitar o momento! Poucas horas depois do feito, tudo virou História. Por obra e graça da Fada Madrinha, eu estava lá no Estádio Beira-Rio, testemunhando a glória do desporto nacional!

http://www.clicrbs.com.br/jornais/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1%C2%A7ion%3DHome&edition=6241&template=&start=1§ion=&source=a1264432.xml&channel=9&id=&titanterior=&content=&menu=23&themeid=§ionid=&suppid=&fromdate=&todate=&modovisual=



RUBEM PENZ - Músico, cronista e, obviamente, colorado

Brrrrr...Frio em Porto Alegre

Hoje, segunda-feira, amanhecemos com 5º C. Por volta de 9 h da manhã ainda estava em 7º C. Mas há sol.

Outra Vez: Bandeira de Campeão da América

domingo, agosto 20, 2006

Domingo Frio Mas Com Sol em Porto Alegre

Foi um domingo de inverno. Havia sol para lagartear, como ontem, mas o ar estava gelado, havia vento. A temperatura não deve ter ultrapassado os 15º C o dia todo. Agora à noite, segundo o Canal do Tempo, está em 10º C.

Cupins...

De Fernando Gonzales, na Folha de São Paulo: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/quadrin/f32008200604.htm
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O Sol Voltou a Porto Alegre

19 de agosto, sábado. É um dia de inverno. Está frio. Há um vento gelado. Mas tivemos um lindo dia de sol. Os portoalegrenses tiveram a chance de tirar o mofo e lagartear.

Internacional, Campeão da América - Capa da Folha de São Paulo, 17/08/2006

Como diz a propaganda do cartão de crédito, certas coisas não têm preço!

Foto: Fernando Donasci / Folha Imagem

sexta-feira, agosto 18, 2006

Dia de Inverno em Porto Alegre


Já são uns três dias sem sol, apenas nuvens, se alternando entre momentos com chuva e momentos sem chuva, quando há chuva, ela normalmente é fraca, embora às vezes um pouco mais forte. Hoje pela manhã, por exemplo, estava frio, cerca de 11º C, com uma garoa fininha mas contínua, e tocada a vento.
Ainda bem que o Internacional ganhou a Copa Libertadores. Se não tivesse ganho, o clima estaria por demais down.

Entre Maragatos e Chimangos


Das Crônicas do Heuser (http://pauloheuser.blogspot.com) :

Entre Maragatos e Chimangos



Por Paulo Heuser

Hoje pela manhã novamente notei a nossa extrema polarização, em qualquer assunto. Quem não estava vestido de vermelho, rindo solto, era considerado gremista, automaticamente. Não passa pela cabeça da maioria que alguém possa não gostar tanto assim de futebol. Não nos é dada esta opção. Temos de ser colorados ou gremistas. Alguns da Serra são verdes, mas isso não lhes retira a obrigação de optarem pelo verde-vermelho ou pelo verde-azul.

Entro no táxi. O motorista deita um olhar desconfiado pelo retrovisor e indaga sobre minhas preferências futebolísticas. Teria 50% de chance de acertar a resposta se a pergunta fosse outra. Seja o que for que eu responder à pergunta, a resposta será o contrário daquilo que o motorista quer ouvir.

Esta sina nos persegue País afora. Certa ocasião, eu estava hospedado em um hotel, no Rio de Janeiro, em meio a uma legião de turistas da terceira idade. Alguns estavam mais para a quarta. À noite, jantando sozinho no restaurante, constatei aterrorizado que um trio de músicos paraguaios tocava de mesa em mesa. Imaginei a nacionalidade em função da harpa paraguaia que um deles tocava.

Tentei fingir que examinava o interior do saleiro para escapar da performance personalizada. Falhou, estava defronte a três sorridentes paraguaios. Veio a questão inicial: de onde eu era? Seguiu-se a fatídica: colorado ou gremista? Quase lhes respondi que eu era um fanático torcedor do Lagoano Trescantense, o último hooligan do Planalto. Desisti, o mico apenas se estenderia. Chutei Grêmio, acreditando ter o hino mais curto. Lá veio o hino do Grêmio na harpa paraguaia. De inhapa, Carnavalito. Pago o mico, sem gorjeta, pois quem está comendo não pega em dinheiro (bem pensado, não), observei que intercalavam hinos de clubes com ora Carnavalito, ora Índia.

A polarização se faz sentir também na política. Se alguém não se declara fanático por um partido, certamente será considerado fanático por outro, sem nenhuma liberdade de escolha. A própria aparência física estigmatiza. Bigodes e barba remetem aos revolucionários de algum país latino-americano. Afinal, Guevara e Fidel Castro aderiram à barba. Dom Pedro II também. Plínio Salgado aderiu ao bigode. Barba aparada e uma leve calva denunciam os alkminianos. Está na cara. Aqui só há direita ou esquerda.

Entre maragatos e chimangos também não havia terceira opção. Eram uns ou outros. Soube do caso de um funcionário de uma empresa gaúcha, na filial de Salvador, que resolveu promover uma festa à gaúcha utilizando uma pilcha completa em cor alternativa. Talvez na tentativa de unir maragatos – lenço vermelho – com chimangos – lenço branco -, resolveu ir de lenço cor-de-rosa. Cor que não ficou restrita ao lenço, espraiada por toda a pilcha. Bem, nem toda, usou esporas douradas. Causou furor, principalmente quando os colegas da matriz viram as fotos naquele 20 de setembro do qual nunca se esquecerão.
A Sociologia explica as múltiplas faces que devemos assumir para viver em sociedade. Aqui bastam apenas duas. Estou pensando em raspar meia barba e meio bigode.

E-mail: prheuser@gmail.com

A Revolução Bolivariana no Brasil - da Agência Carta Maior





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CARTAS ALCALINAS (Flávio Aguiar)


A Revolução Bolivariana no Brasil


Venha pro sul você também! Revolução Bolivariana chega ao Brasil através do Rio Grande do Sul! Nem podia dar outra!


Flávio Aguiar

Data: 18/08/2006

Inacreditável! A manchete de um tradicionalmente conservador jornal gaúcho, de Porto Alegre, dizia, em letras garrafais: “A América é Vermelha!”. Consta que a direção do conhecido periódico gaúcho, em processo súbito de conversão, após fazer uma radical autocrítica, decidiu mudar o nome do jornal para Zero Granma, um jornal a serviço das causas populares.

É que a capital do século XXI, berço do Fórum Social Mundial, tornou-se desde ontem o berço também da Revolução Bolivariana no Brasil. Mas não podia dar outra: que outra equipe que venceu a Libertadores (vejam o nome da taça!) ostenta a palavra Internacional no nome, tem a camisa da cor que distingue todas as revoluções, da Farroupilha à Federalista, da de 23 à de 30, e outras secundárias, como a soviética, a russa e a chinesa, e ainda, de quebra, tem um zagueiro central chamado Bolívar? Hein? Que outro time? E mais: o quarto zagueiro de ontem tem o nome de Índio!
Expondo as raízes de nossa revolução com os pequenos produtores da agricultura familiar, lá está o incansável Elder Granja! Com a industriosa indústria nacional, Perdigão! E o imprevisível Tinga, cujo nome, em dialeto restinguês, que dizer, justamente, o Libertador!

O setor especulativo do capital deu-se mal, justamente quando o goleiro adversário, Rogério Ceni, especulou: pego ou não pego (a bola), eis a questão! Resultado: pegou-a sim, mas só depois da redonda beijar o véu da noiva, num petardo de Fernandón, el Magnífico! E depois Tinga, o soberbo, acabou de vez com o superávit primário a que almejava o Athletic Club, vulgarmente conhecido pelo codinome de São Paulo, ao fazer baixar os juros de uma vez por todas dentro do gol adversário. Mais uma vez as forças da reação morderam a grama de uma derrota histórica diante das invencíveis forças populares em ascensão.

As bolsas, ao que parece, assimilaram o golpe. Ao contrário do que forças obscuras previam, não houve uma fuga de empresários para o exterior. Ao contrário, acorreram todos e mais alguns ao território pátrio, desejosos de investir nos valores nacionais, quero dizer, Internacionais. Em Nova Iorque, o risco Brasil caiu de vez, depois de estar numa alta desenfreada desde que a seleção canariosa absorveu investimentos portentosos para perder tudo no mar de lama em que pareciam correr, ou melhor, se arrastar, aqueles nossos jogadores sem brio nem pundonor.

O presidente Hugo Chávez lançou uma proclamação dizendo que nada, nem o Barcelona, nem o Ronaldinho, seguram a revolução vermelha que empolga as Américas e o mundo desde o Palácio de Inverno em que se transformou o majestoso Beira-Rio. O adversário chegou orgulhoso ao sagrado solo riograndense, acoitado inclusive pela quinta-coluna local, reconhecendo-se através da senha e contra-senha “tricolor”, disposto a humilhar o povo ribeirinho com os milhões de seus contratos opíparos. Mas viram os ribeirinhos virarem um ribeirão, um riozão, um Guaibaço intransponível que inundou a área adversária com suas vagas arrasadoras, numa tsunami de futebol arte, futebol espetáculo, futebol eivado de insumos motivadores, que os fez ir catar milho em outra freguesia.

O povo ergueu a cabeça, disposto a fazer história! TODOS AO JAPÃO!TOYOTA O MUERTE,
VENCEREMOS!


http://agenciacartamaior.uol.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=12016&boletim_id=99&componente_id=1787

Novidades no Google Earth

"Olha como apareceu no meu Google Earth." foi a mensagem que recebi de alguém, que já havia recebido de outro alguém...
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Foto Tirada por Satélite

Imagem recebida via correio eletrônico.
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AQUELA ESTRELA BORDADA EM MEU PIJAMA


Do blog do poeta, jornalista e professor Fabrício Carpinejar:

AQUELA ESTRELA BORDADA EM MEU PIJAMA


Fabrício Carpinejar
Escritor, colorado, autor de "O Amor Esquece de Começar" (Bertrand Brasil, 2006)


Era o último jogo do Falcão pelo Inter e a rara chance de conseguir o título de campeão da América. A tristeza de perder o ídolo diminuía com a possibilidade de vencer a Libertadores contra o Nacional. Tinha oito anos e só pensava em ser jogador do Inter, só pensava em futebol. Escutei o jogo pelo rádio. Uruguai nunca me pareceu tão longe. Entendia o jogo quando apareciam os nomes de Benitez, Mauro Galvão, Batista, Jair e Mário Sérgio. Depois do zero a zero em Porto Alegre, restava vencer. Não suportei o nervosismo e apaguei o rádio aos 35m do segundo tempo. Adormeci com o coração entre a língua e os dentes. O coração mais dentes do que línguas.

Acordei de manhãzinha, às 5h, para ver qual tinha sido o resultado. Cheirei o jornal antes de ver a manchete. Vitorino de cabeça. Inter havia perdido de um zero. A cidade vazia, deserta, os cães latiam entre si. As estrelas não tinham sentido e já se despediam. Sempre que busco o jornal, imagino que virá a manchete, que Falcão ficaria para jogar o Mundial, que seria centroavante, que não haveria escola de manhã, que meu pai e meus irmãos gremistas teriam medo de conversar comigo, que mexeria com a colher o leite para o achocolatado subir do fundo.

Vinte e seis anos depois, duas libertadores do Grêmio, sou um menino de letras garrafais. Um menino de papel. Com os mesmos vincos de um travesseiro guardado. Com filhos colorados como eu, indecisos entre gritar e correr. Com minha mulher desesperadamente alegre, que me olha como se não fosse acreditar. Em 1980, nascia Bolívar, zagueiro do Inter, que completou aniversário justo ao enfrentar o time de São Paulo. Ele daria o presente para mim ou eu daria para ele? Quem torce mais: aquele que enxerga ou aquele que vira para não sofrer? Quem tem mais coragem? Era a última partida de Tinga com a camisa vermelha. Ele fez o gol ontem. De cabeça. O gol que Falcão também sonhava.

O pão velho volta a ser quente na boca. Aos 35 minutos do segundo tempo, desliguei novamente a tevê. Fui deitar, alheio às superstições. Hoje o jornal decidiu minha vida. Pela segunda vez. Como disse Abel, o técnico que já foi vice para vencer: "Não podemos mudar o início, mas podemos mudar o final". Sou o primeiro a acordar para nunca mais dormir.



http://www.carpinejar.blogger.com.br/2006_08_01_archive.html

Low Profile

Hoje não sei se estou zen ou down. É certo que estou com uma percepção diferente da realidade. É certo também que é resultado de assistir à final da Libertadores ontem.
Foram momentos de tensão, gritos, vibração, choro...
Hoje me sinto lento, lento... Mais lento que de costume.

Inter, Campeão da América - 2


Do saite da Loja Online do Internacional: http://www.lojadointer.com.br/

Inter, Campeão da América - 1


Do saite do Sport Club Internacional: www.internacional.com.br

Inter, Grande e Justo Campeão

Do blog do jornalista Juca Kfouri:
Inter, grande e justo campeão

O futebol é um jogo maravilhoso.

E crudelíssimo.

Com seis minutos de um jogo tenso como era óbvio que seria, o São Paulo preocupou o Beira-Rio tingido de vermelho.

Danilo exigiu uma grandiosa defesa de Clemer num chute de fora da área e Lugano perdeu um gol feito, embaixo da trave.

O Inter, que parecia outra vez muito nervoso como no jogo diante do Libertad, tratou logo de equilibrar a partida, com lances perigosos nas bolas cruzadas, porém menos agudos que os dos paulistas.

A torcida colorada ajudava com seu comovente estímulo, mas, também, atrapalhava com o fumacê de seus sinalizadores, que obrigou a paralisação do jogo.

E foi num momento de relativa calmaria que Rogério Ceni, o mito, falhou dramaticamente, ao soltar uma bola cruzada e fácil, molhada, é verdade, para Fernandão fazer 1 a 0 e o Gigante da Beira-Rio explodir como uma bomba atômica.

O goleiro essencial dos dois tris e da campanha tricolor até aqui, falhara, como um ser humano qualquer.

O título inédito era cada vez mais palpável.

E o tetra precisaria de, pelo menos, dois gols.

Daí em diante, o Inter tomou mais conta da partida.

Rafael Sóbis não dava sossego na frente e Bolivar brilhava atrás, mas ele, e mais três colorados, tomaram cartão amarelo do ótimo árbitro argentino Horácio Elizondo, que apitou a abertura e a final da Copa da Alemanha, situação preocupante para o time gaúcho no segundo tempo.

Principalmente porque, aos 5 minutos, em posição legal, Fabão, como Edcarlos no primeiro jogo, fez o time paulista renascer, ao empatar o jogo que era bem controlado pelo Inter no reinício.

Fazia 410 minutos que o Inter não tomava um gol em casa na Libertadores.

Um calafrio percorreu as arquibancadas do Beira-Rio, geladas pelo tempo frio em Porto Alegre e quentes pela temperatura do jogo.

Danilo deu lugar a Lenílson e Richarlyson a Thiago.

O São Paulo avisava: tudo ou nada.

Mas, aos 20 minutos, um sonho virou realidade e outro acabou.

Rogério fez milagre na cabeçada de Fernandão, mas a bola sobrou para Tinga, símbolo deste Inter forte, fazer 2 a 1, seu primeiro, e merecido, gol na Libertadores.

Primeiro, único e extraordinariamente fundamental.

Por excesso de Elizondo e bobeada de Tinga, que levantou a camisa para mostrar uma mensagem religiosa, o gaúcho, que já tinha cartão amarelo, acabou expulso, seu último ato com a camisa vermelha, pois vai para o futebol alemão encantar os europeus.

Sai Edcarlos, entra Alex Dias.

Quem acredita em São Paulo, acredita em milagres.

Abel Braga tira Alex, bota Michel, aos 34.

O São Paulo pressiona, cai de pé, mas cai, como tem sido habitual no confronto direto entre os dois times, os melhores do país, os melhores das Américas.

Porque, como no tênis, parece que o jogo tricolor não encaixa com o colorado.

Melhor para os gaúchos, que não têm nada com isso.

Sóbis sai, entra Ediglê.

Faltavam só oito minutos para a América ficar vermelha de norte a sul.

Aos 39, Júnior chuta, Clemer também falha, menos que Rogério, mas falha, e Lenílson empata.

O Inter não podia tomar mais um.

A prorrogação, 10 contra 11, e sem ataque, seria um inferno.

Que jogo!

Que times!

Ah, Dunga colorado, se a Seleção jogasse assim na Copa.

Tomara que jogue daqui em diante.

Bola para o mato, bola para o rio, que o São Paulo não dá trégua, como um torniquete.

Dramático, fabuloso, épico!

Porque Clemer faz defesa fabulosa na cabeçada de Alex Dias, aos 44.

Na verdade, ninguém merecia perder. E até houve empate.

Mas o Inter ganhou.

E com justiça.

Porque foi campeão no Morumbi.

Para fazer a festa na sua casa.

Que venha o Barcelona, do gremista Ronaldinho.

http://blogdojuca.blog.uol.com.br/index.html#2006_08-16_23_57_55-9991446-0

Mais Saudações Coloradas!

Saudações Coloradas!

quinta-feira, agosto 17, 2006

Bis: Bandeira de Campeão


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(Se você não entendeu o bis, veja o post: http://voltasnoporto.blogspot.com/2006/08/bandeira-de-campeo.html)

José Alfredo 4 x 3 José Simão


Que me desculpe o José Simão, mas hoje é dia de comemorar. O Sport Club Internacional, de Porto Alegre, é Campeão da América, em cima do São Paulo Futebol Clube, dele. Que, por sinal, é o atual Campeão Mundial Interclubes. Como ele disse na coluna dele, dia desses "Eu sou Tri!".
Mas hoje o Internacional de Porto Alegre é Campeão!
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Dá-lhe, Inter!

E o Internacional é Campeão da América


O técnico Abel Braga deixou de ser eterno vice.
E o título coroa a gestão do presidente Fernando Carvalho no Internacional. O título também é um prêmio para muitos dos jogadores do Inter, que foi tornado vice-campeão do Campeonato Brasileiro, no ano passado, num golpe de tapetão.

Internacional, Campeão da América!


Eu já falei neste blog? O Sport Club Internacional é Campeão da América!

Bandeira de Campeão!

29 Anos Sem o Rei


Hoje são 29 anos sem Elvis Presley.
Podemos prever muitas coisas para o ano que vem, quando esta efeméride contará com um número redondo, isto é, serão 30 anos sem o rei.
O saite oficial de Elvis possui uma "webcam" para a entrada da mansão onde Elvis viveu e morreu (http://www.elvis.com/graceland/vtour/gracecam.asp) .
Por volta de 11 h locais, 13 h, horário de Brasília, o saite registrava 84º F e dia de sol em Memphis, ou seja, quase 29º C.
É verão no hemisfério norte.

Morreu Stroessner


O ex-ditador paraguaio morreu hoje, aos 93 anos, em um hospital em Brasília.
Pouca gente deverá lamentar a morte do velho ditador, que transformou o Paraguai em sinônimo de corrupção e falsificação.
Um golpe cívico-militar o apeou do poder em 1989, após um "reinado" de 34 anos, e ele vivia exilado no Brasil desde então.

Hoje Sim. Tempo com Cara de Inverno em Porto Alegre


Frio e umidade.
Chuva, às vezes intensa, às vezes só garoa.
Temperatura de 13º C pela manhã.
Algum vento.
Clima ótimo para para inverno em Porto Alegre!


O Inter é Campeão da América!


A América é Vermelha!

Inter, Campeão da América


Campeão!
Campeão!
Campeão!

terça-feira, agosto 15, 2006

Cena Noturna: O Avanço dos Garis

Porto Alegre, 14 de agosto de 2006. 21 h 50 min. Chego ao ponto da minha lotação. A atmosfera está úmida, úmida, úmida!... As lentes de meus óculos embaçam em vista da umidade do ar e do pouco calor que disperso de minha breve caminhada. Ficarei no ponto da lotação por um longo período de tempo, uma vez que uma das lotações não aparece.
Na frente do paço municipal está "estacionada" uma pequena frota de carrinhos de recolhimento de lixo, daqueles que os varredores de rua usam. Na verdade é uma lixeira de bom tamanho com rodas, para facilitar a vida dos trabalhadores da limpeza pública. Estão lá parados sob a garoa...
De repente, vinda do lado da prefeitura, aparece uma pequena multidão. São os varredores se apropriando daqueles carrinhos. Devem ser uns trinta. Será que eles sabem qual carrinho é de quem? Ou será que eles os pegam aleatoriamente, à medida que se aproximam?
Logo eles se põem em marcha. Como eu disse, uns trinta garis marchando...marchando?... Não tenho certeza. Mas o pelotão logo se desalinhou. Alguns empurravam os carrinhos mais rápido, outros iam mais lentamente. E todos iam pela Sete de Setembro em direção à Praça da Alfândega. Não consegui distinguir as feições. Estava escuro. Mas todos tinham passos firmes. Provavelmente estavam encerrando a jornada daquele dia, ou daquela noite, tanto faz. Para onde iam? Não tenho certeza. Meu palpite: a sede do departamento de limpeza urbana na ponta do Gasômetro.

Tempo de Cara Feia em Porto Alegre

Muita umidade, e o dia todo o céu esteve nublado.
A temperatura diminuiu um pouco. Às 16 h 30 min o Canal do Tempo informava 15º C. Ontem, neste horário, a temperatura estava um pouco acima de 20º C.

Trégua Entre Israel e o Hezbollah?

Ontem iniciou um cessar-fogo acolhido por ambas as partes no conflito, que havia sido proposto pelo Conselho de Segurança da ONU.
E, no final, para que a tal guerra? Foram cerca de 500.000 deslocados no Líbano, talvez 300.000 deslocados em Israel, cerca de 1.000 mortos no Líbano, a maioria civis, e pouco mais de cem mortos em Israel, a maioria militares; bilhões de dólares de prejuízo com a destruição da infraestrutura libanesa, milhões de dólares de prejuízo com a destruição de prédios em Israel. De acordo com o que nos foi contado, este conflito de um mês de duração se deu porque Israel queria destruir o Hezbollah, depois que oito soldados israelense foram mortos, e dois seqüestrados pelo grupo libanês. Morreram dezenas de outros soldados israelenses, mas os dois originais não resgatados. O Hezbollah não foi destruído. Editorial do jornal Folha de São Paulo de hoje afirma que agora as demais forças políticas do Líbano devem se voltar contra o Hezbollah, haja visto que o rapto dos soldados foi o fato causador da guerra. Será? Comentaristas internacionais dizem que Israel já tinha um plano para destruir o Hezbollah, e que estava apenas esperando uma provocação para iniciar um ataque maciço ao sul do Líbano; e mais, que teria consultado o governo dos Estados Unidos, o qual aprovou a ação. Será? São perguntas que ficam.

segunda-feira, agosto 14, 2006

Umidade em Porto Alegre


Hoje o dia estava de cara feia. Às vezes chovia, às vezes parava de chover, mas continuava nublado e ameaçando uma próxima manga d'água. E não ficava frio. A temperatura deve ter ficado ao redor de 20º C o dia todo. Por volta de 10 h da manhã, por exemplo, o rádio informava 23º C. Agora à noite, o Canal do Tempo informa 20º C.

Então o PCC Seqüestrou um Jornalista...


O chamado PCC - Primeiro Comando da Capital, suposta organização criminosa agindo em São Paulo, seqüestrou um jornalista da TV Globo, e usou o seqüestro para fazer chantagem e exigir a exibição de um vídeo, que acabou sendo exibido em rede estadual, em São Paulo.
Depois do assassinato de Tim Lopes, agora os bandidos resolveram seqüestrar um jornalista para chantagear. Isto lembra casos de locais onde a violência criminosa começou a matar jornalistas para silenciá-los, como a Medellín de Pablo Escobar, na década de 1990, ou os cartéis de drogas que contrabandeiam sua mercadoria do norte do México para os Estados Unidos.
Tomara que não aconteça de novo.

Nobel de Economia


Do blog do jornalista Luís Nassif:


Os Nobel e o Brasil



Do leitor André Araújo

VEJA de hoje apresenta uma matéria sobre o não crescimento do Brasil em comparação com a China e a Índia, com um recheio de declarações de seis Prêmios Nobel de Economia.

Os Nobel foram escolhidos a dedo. Cinco americanos e um canadense. Nenhum europeu. Não pediram opinião a Joseph Stiglitz porque ele iria fulminar a política monetária, a causa principal da estagnação.

Os escolhidos por VEJA no geral tem escasso conhecimento sobre o Brasil e usaram os costumeiros chavões que servem para qualquer lugar abaixo do Equador.

Gary Becker, ultra monetarista de Chicago atribui a estagnação do Brasil ao capitalismo de compadrio. Curioso. Em comparação com a China e a Índia o capitalismo brasileiro é muito mais moderno. Compadrio mesmo existe na China e na Índia, o que não as impediu de crescer.

Robert Mundell por sua vez atribui o atraso brasileiro ao protecionismo sufocante. Mas como? A Índia é infinitamente mais protecionista que o Brasil. Banco estrangeiro lá não pode abrir agência.

Diz que o Brasil é um dos paises mais fechados do mundo. Aonde? Depois dos EUA o Brasil é o maior importador de jatinhos e de Ferraris do mundo, o País é o paraíso das lojas de grife, São Paulo é a única cidade do planeta onde há duas lojas Tiffanys, o que não se vê inclusive em New York, a importação de supérfluos e a conta capitais são inteiramente livres no Brasil de hoje, onde está o protecionismo?

Nenhum dos seis sábios fez qualquer crítica à política monetária. Muito menos ao fato do País não ter uma estratégia econômica de longo prazo, o que pressupõe a ação do Estado, como fazem a China e da Índia.

Os defeitos que eles viram no Brasil são os mesmos que vêem os defensores do Consenso de Washington, a turma da lição de casa.

A matéria é inteiramente ideológica, é a agenda dos sonhos de VEJA e dos interesses e pensamento econômico que a revista representa.

Há muitos anos há uma grande controvérsia sobre os Prêmios Nobel de Economia. Eles não fazem parte do legado original de Alfred Nobel. Foram instituídos na década de 60 pelo Banco da Suécia e seus críticos, inclusive da família Nobel, alegam, com razão, que um prêmio de Economia é essencialmente ideológico e no caso do Nobel de Economia é patente o viés conservador e a agenda do mercado financeiro internacional nos critérios de premiação, chegando ao vexame de se galardoar com o Nobel dois professores americanos (Merton e Scholles) que usaram o cacife para dirigir um fundo de hedge, o Long Term Capital Management, que quebrou com estrondo e só não afundou com Wall Street porque o Fed pilotou uma operação de salvamento às pressas.

Portanto, usar Prêmios Nobel como aval para política econômica é uma tolice sem nome e só engana os crédulos. Por definição um premiado com o Nobel é um teórico e não se conhece nenhum grande País que recorreu a esse academicismo premiado para dirigir sua economia real. Cuidado, portanto, com os conselhos de VEJA, é ideologia pura disfarçada de sabedoria.

http://luisnassifonline.blog.uol.com.br/#2006_08-14_09_39_20-10729773-0

sábado, agosto 12, 2006

Feliz Dia dos Pais


Feliz Dia dos Pais! 13 de agosto de 2006.

Pais e Filhos - Legião Urbana

Pais E Filhos



Legião Urbana

Composição: Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá

Disco: As Quatro Estações - 1989

Estátuas e cofres
E paredes pintadas
Ninguém sabe o que aconteceu
Ela se jogou da janela do quinto andar
Nada é fácil de entender

Dorme agora huhuhuhu
É só o vento lá fora
Quero colo
Vou fugir de casa
Posso dormir aqui
Com vocês?
Estou com medo tive um pesadelo
Só vou voltar depois das três
Meu filho vai ter
Nome de santo
Quero o nome mais bonito

(Refrão)
É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Por que se você parar, pra pensar.
Na verdade não há

Me diz por que que o céu é azul
Explica a grande fúria do mundo
São meus filhos que tomam conta de mim

Eu moro com a minha mãe
Mas meu pai vem me visitar
Eu moro na rua não tenho ninguém
Eu moro em qualquer lugar
Já morei em tanta casa que nem me lembro mais
Eu moro com os meus pais huhuhuhu

(Refrão)
É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Por que se você parar, pra pensar.
Na verdade não há

Sou uma gota d'água
Sou um grão de areia
Você me diz que seus pais não lhe entendem
Mas você não entende seus pais
Você culpa seus pais por tudo
E isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer?

http://legiao-urbana.letras.terra.com.br/letras/22488/

Uma Informação Sobre Blogs


Uma notícia na revista Carta Capital informa que o maior número de blogs está no Japão, isto é, foram abertos por japoneses. A mesma reportagem informa que os japoneses acessam muitos blogs, e atualizam muitos blogs via telefone celular. Que tal?
Aqui no Brasil, a jornalista Cora Ronai, que escreve no jornal O Globo, tem um blog (http://cora.blogspot.com/), o qual ela atualiza, pelo menos em parte, utilizando o celular, como ela mostrou uma vez durante uma entrevista no Programa do Jô.

Laerte - Folha de São Paulo, 12/08/2006

sexta-feira, agosto 11, 2006

Emanuel Neves


Não conheço muito o Emanuel Neves. Ouvi no Flickr (www.flickr.com), que ele é um poeta colorado. Os dois textos (É Hora de Ir Aonde Ninguém Foi, Súplica à América), de teor altamente poético e apaixonado colocados aqui são dele.
Pesquisando o nome dele no Google, foi possível dizer que ele é jornalista e colorado.

Súplica à América.



SÓ PARA COLORADOS !!!

Quando a bola chutada por Alex roçou a trave, eu viajei no tempo. Voltei a ser criança, deitado em meu quarto escuro. Minha janela se iluminava pelos fogos. Vi jogadores em branco e preto correndo para abraçar o gordo goleiro Almeida. Por um átimo, tive nítida a imagem do Sarriá colorado de 1989. Mas um urro de força sobre-humana me despertou do pesadelo. Como há 17 anos, meus olhos estavam mareados. A lembrança da vitória paraguaia começava a sumir da memória. Ao meu redor, vi braços apontando para as estrelas e escutei divinos e impublicáveis impropérios. Eu já não sentia mais a dor que carregava há quase duas décadas. Às margens do Guaíba, eu sentei. E chorei.

Enquanto as lágrimas pingavam no solo santo, fui arremessado na corrente do tempo novamente. Estava na arquibancada fria do Gigante, onde hoje se erguem os imponentes camarotes. Ouvia os mais velhos. Desconhecidos, em sua maioria. Entre cervejas e amendoins, narravam as façanhas do mágico time dos anos 70. Contavam da habilidade de Lula. Do cotovelo de Dom Elias. De Escurinho, o predestinado. De Minelli e seus triângulos. De Caçapava anulando Rivelino. Do mítico Manguita e de tantos outros. Mas todos, sem exceção, se empolgavam ao lembrar da maestria do camisa 5, deus de rara técnica. Havia os mais antigos ainda, que me descreviam o incrível Rolo Compressor, os Eucaliptos, Vicente Rao, Larry, Bodinho, Chinesinho, Odorico, Oreco, Nena, os Gre-Nais do passado, goleadas homéricas e uma infinidade de craques e seus feitos, que me pareciam saídos de um conto.

Porém, quando a bola rolava, eu tentava apoiar um time que não estava à altura daquelas histórias. Enquanto o rival empilhava títulos, eu colecionava frustrações. Tinha a certeza inabalável de que havia nascido na época errada. Sentia que perdera nossa época de ouro. Mesmo assim, meu coloradismo arraigado desde o berço só fazia crescer. Nem eu mesmo entendia porque continuava amando tanto aquele clube. Quando Oscar Ruiz apontou o centro do campo, na quinta-feira, eu compreendi. Eu vi a mística alvi-rubra aflorando. Eu vi a vida sendo escrita. Foi reservado para nós, para a nossa geração, levar o Internacional e sua senda de vitórias à plaga mais distante.

No momento de desbravar novas terras, a história e seus ciclos nos traz de novo um adversário de força incontestável. Como em 75, contra o Cruzeiro, de Nelinho, Raul e Piazza, uma máquina mineira de jogar bola. Hoje, a coisa parece ser ainda mais complicada.

Prepara-te, torcedor! Tu vais viver as duas semanas mais nervosas de tua vida. Vais sonhar com a vitória e ter pesadelos com a derrota. Quando acordar, sorrirás tranqüilo, ciente de que o verdadeiro sonho ainda está vivo. Os ponteiros de teu relógio não andarão e parecerão retroceder. As folhas de teu calendário teimarão em não cair. Serás fustigado por todos os lados, por quem teme a tua glória. Mas tenhas a certeza absoluta, irmão, de que não estarás sozinho.

Para onde tu olhares, verás uma camisa vermelha. Elas se multiplicarão como por obra e graça divina. Nas ruas da cidade. Por onde passares. Em tua mente. Em teu corpo. Use-a. Celebre-a. Ame com ela e a ela. Teus problemas ficam para depois. Teu trabalho fica para depois. Tuas contas ficam para depois. Tua saúde e teu futuro ficam para depois. Tua vida é teu clube e teu clube é tua vida. Respire Inter. Coma e beba Inter. Durma e acorde cada vez mais Inter. Serás colorado antes de seres filho. Serás colorado antes de seres pai, antes de seres marido e mulher. Serás colorado antes de seres humano. Tu és um seguidor. E nada vai te separar na hora mais importante da história de teu time. Da tua história. Da nossa história. Apoie, sempre e incondicionalmente. Cante a pleno pulmão e quando não o tiver mais. Não esmorecerás nunca! Tu nasceste da negação e és filho da persistência. A garra foi criada à imagem e semelhança da torcida colorada.

Em 16 de agosto, tu viverás um dia mágico. Verás uma procissão sem igual. De todos os pagos e rincões, as almas se abalarão até o Gigante. Tu jogarás junto.
Por ti e pela tua família. Pelos que estão vivos e pelos que ainda hão de nascer. Não te preocupes com os que já se foram. Pois eles estarão lá, contigo. O trabalho de um colorado começa nesta vida e continua na próxima. Dos círculos infernais por onde Dante passeou, ao sétimo céu, espíritos imortais estarão presentes e darão seu apoio. Históricos e anônimos. De boa ou má índole. Todos colorados em sua essência.

Tu não te preocuparás com o clima. Chuva ou sol. Calor ou frio. Mesmo que o céu mande pedras ou enxofre. Nada te impedirá. Tu estarás no Beira-Rio. Em pé nas arquibancadas, tu olharás para o gramado. Sentirás que o lema criado para a competição mais importante do século está defasado. Já é guerra há muito tempo. Tu não vês mais jogadores. Eles não usam mais uniformes. Vestem armaduras de um rubro sagrado. São templários de tua nação. Travam uma cruzada pacífica, de amor e vibração. Trazem consigo toda a história deste clube e dessa terra. Têm o peito de aço, tal qual Dario. E a humildade de Tesourinha, que jogava por tão somente dois litros de leite. São chimangos e maragatos. São Terra e Cambará. São lanceiros negros, brancos e vermelhos. São o mais fino exemplar da raça gaudéria. Fortes. Aguerridos. Bravos. Contam com toda a virtude derramada sobre o Pampa. Honram ao teu Internacional. Como tu sempre pediste. E te darão a Libertadores, ainda que tardia.

Que esta seja a aurora precursora de tua verdadeira época de glórias, meu Colorado. Que tu tenhas valor e constância. Que tua luta não seja ímpia, nem injusta. Que tuas façanhas sirvam de modelo, enfim, à toda a terra.

Salve, Bodinho, Dom Elias e também o Falcão. Salve, Tinga, Sóbis e Fernandão. Salve, Feijó, Ballvé, Carvalho e os Poppe Leão. Salve, Minelli, Ênio Andrade, Teté e o Abelão.
Salve, ramo de louros, invicto e tri-campeão. Salve, quinta estrela, roubada no Zveittão. Salve, sete Waldomiro, das vaias à redenção. Salve, Célio Silva chutando a bola e o chão. Salve, poeta Nelson Silva. Meu respeito e adoração.

Salve, ao teu Celeiros de Ases, nossa máxima exaltação. Salve, passado alvi-rubro, festa no meu coração. Salve, Rolo Compressor, toda a glória e tradição! Salve, Gol Iluminado, mar vermelho, êxtase e explosão. Salve, velho coreano. Que falta fazes, irmão! Salve, Dunga, Taffarel, Renteria e Perdigão. Por que não? Salve, Librelatto, és anjo rubro e branco junto ao Pai da criação. Salve, Gre-Nal do Século, exemplo de superação. Salve, Fabiano e a inesquecível humilhação. Salve, à Doze, à Fico, à Popular e à Nação! Salve, Salve, à torcida do povão. A maior e melhor desse rincão! Salve, o S, o C e o I, entrelaçados em força e paixão. Salve, Manto Sagrado, objeto de adoração. Salve, Gigante, minha vida e inspiração. Salve, Colorado, muito mais que a religião. Salve, enfim, à América, nossa guerra e obsessão!


E todos salvem a ti, Internacional. Que Deus te ilumine e os céus te guiem em tua maior batalha. Como o filho curvado frente ao pai, eu me ajoelho. Peço a benção e estendo a mão. A ti, rogo essa prece. Te saúdo em oração.

Toda a honra e toda a força, agora, a ti pertencem. Teu legado alvi-rubro será inexorável e eterno como o Tempo. Como o Vento. Defenderei teu nome, tuas cores e tua bandeira. Contra tudo e contra todos. Ontem, hoje e todo o sempre. Nesse mundo e nos outros.

Te dedico a vida e suplico a América.

Em nome de toda a família colorada.

E que assim seja.

Emanuel Neves

O Clima Louco de Porto Alegre


Ontem o dia foi ensolarado. Clima primaveril. À noite, uma lua linda e impressionante adornava o céu, cheia, iluminada!
E hoje de manhã começamos o dia com chuva!
A temperatura continua amena. O Canal do Tempo indica 20º C às 16 h.
Então ficamos assim esta semana: verão na segunda-feira, primavera na terça, chuva na quarta, sol de primavera na quinta, chuva na sexta pela manhã, e sabe lá o que mais teremos.

Se Lembra do Fim do Mundo? Ele Continua por Aí


Tufão mata mais de 100 na China, outro tanto de desaparecidos, e dezenas de milhares de deslocados, para fugir à fúria dos ventos e da chuva.
Incêndios estão há dias consumindo áreas de Portugal e da Espanha.
A onda de calor nos Estados Unidos já matou mais de cem pessoas também.
E estes todos são eventos que não são causados pelo homem, pelo menos não diretamente.
Da colaboração entre o Fim do Mundo e os seres humanos, temos a guerra de Israel no Líbano, o sufocamento que Israel impõe à Autoridade Palestina, a situação instável no Iraque, a situação instável no Afeganistão, a crise pouco comentada da região de Darfur no Sudão, e certamente eu não estou contando todas as situações aqui...

quinta-feira, agosto 10, 2006

Mais Um Dia de Primavera no Inverno de Porto Alegre


Após o calor do início da semana, e a chuva de ontem, hoje o dia está ensolarado. A temperatura é agradável, apesar de ter começado meio "fresquinho", digamos assim.
O Canal do Tempo informa 20º C às 17 h 15 min.

Terrorista Suicida Causa Morte de Cerca de 35 Pessoas em Najaf


A notícia é do UOL (http://noticias.uol.com.br/ultnot/2006/08/10/ult27u57211.jhtm), e é bastante infeliz. Najaf fica no sul do Iraque, e é considerada uma cidade sagrada pelos xiitas, lugar do túmulo do Imã Ali, um dos primeiros califas (sucessores de Maomé), e genro do Profeta.
Foram 35 mortos e dezenas de feridos, sem contar as ondas ódio e vingança que o atentado deverá disparar.
Imagine um terrorista se explodindo durante uma missa no santuário de Assis, na Itália...

Tempo Pra Tudo


Tempo Pra Tudo



Fernanda Porto

Performance:Fernanda Porto
Disco: Fernanda Porto - Trama - 2002
Composição: Indisponível

Tudo neste mundo tem seu tempo
Cada coisa tem sua ocasião
Há tempo de nascer e tempo de morrer
Tempo de plantar e tempo de arrancar

Tempo de matar e tempo de curar
Tempo de derrubar e tempo de construir
Há tempo de ficar triste e tempo de se alegrar
Tempo de chorar e tempo de dançar

Tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las
Tempo de abraçar e tempo de afastar
Tempo de procurar e tempo de perder
Tempo de economizar e tempo de desperdiçar
Tempo de ficar calado e tempo de falar
Tempo de ficar calado e tempo de falar

Tudo é ilusão
É tudo como correr atrás do tempo

Pessoas nascem, pessoas morrem
Mas o mundo continua sempre o mesmo
O sol continua a nascer e a se pôr
e volta a seu lugar para começar tudo outra vez
O vento sopra para o sul, depois para o norte
Dá voltas e mais voltas e acaba no mesmo lugar
Todos os rios correm para o mar, porém o mar não fica cheio
A água volta para onde nascem outra vez
O que foi feito antes será feito novamente
Não há nada de novo neste mundo

quarta-feira, agosto 09, 2006

São Paulo 1 x 2 Internacional


Faltam 90 minutos para o Inter ser campeão da América!
Tá quase! Tá quase!

Chove em Porto Alegre


9 de agosto de 2006. Mudou o tempo. Por volta de 20 h 30 min, começaram os relâmpagos e trovoadas. E logo em seguida começou a chover. Agora chove. O Google indica temperatura de 17º C.

Verão de Despedidas - Do Blog Bagdá em Chamas



Os moradores de Bagdá estão sendo sistematicamente postos para fora da cidade. Algumas famílias acordam e descobrem uma bala de metralhadora e uma carta em um envelope com as palavras deixe esta área ou... . Os culpados por esses ataques e ameaças são osseguidores de Sadr o exército Mehdy. É de conhecimento geral, embora ninguém ouse dizer isto em voz alta. No mês passado nós tivemos duas famílias diferentes hospedadas em nossa casa, após terem abandonado seus bairros devido às ameaças de morte e ataques. Não são apenas os sunitas também xiitas, árabes e curdos a maioria de áreas de classe média são alvo das milícias.

Outras áreas estão sendo tomadas por islamistas armados. Os americanos não têm controle nenhum nessas áreas. Ou talvez eles não querem simplesmente controlar porque quando há algum confronto entre a milícia de Sadr e outra milícia em algum bairro residencial, eles simplesmente cercam a área e vêem o que acontece.

Desde o início de julho, os homens de nossa área têm patrulhado as ruas. Alguns deles patrulham os telhados e outros sentam próximos de barricadas caseiras que foram erguidas nas avenidas para esta área. Não há maneira de confiar nos americanos ou no governo. Você só pode ter esperança de que sua família e seus amigos permanecerão vivos não a salvo, não seguros apenas vivos. Isto está de bom tamanho.

Para mim, junho marcou o primeiro mês em que eu não ousei sair de casa sem um véu ou um lenço sobre a cabeça. Normalmente eu não uso véu, mas não é mais possível dirigir em Bagdá sem um. Não é uma boa idéia. (Veja que quando eu digo dirigir eu realmente quero dizer sentar no banco de trás do carro - eu não dirijo há um longo tempo). Sair com a cabeça descoberta ou andar, seja de carro ou a pé, coloca seus membros da família em perigo junto com você. Você se arrisca a ouvir algo que não gostaria, e seu pai, ou irmão, ou primo, ou tio, não podem simplesmente deixar por isso mesmo. Eu já não dirijo por um longo tempo. Se você é uma mulher, você corre o risco de ser atacada.

Eu olho para minhas roupas mais velhas os jeans, as camisetas, as calças coloridas e é como estudar o guarda-roupas de um outro país, de uma outra vida. Havia um tempo, alguns anos atrás, quando você poderia, mais ou menos, vestir o que você quisesse, se você não fosse para um lugar público. Se você fosse para a casa de parentes ou amigos, você poderia usar calças e blusas, ou jeans, coisas que você não usaria no dia a dia. Eu não faço mais isso, pois sempre há o risco de o seu carro ser parado e checado por uma milícia ou outra.

Não há leis que digam que você tenha que usar um véu (ainda), mas há os homens vestidos de negro e de turbante, os extremistas e fanáticos que foram liberados pela ocupação, e em algum ponto, você não mais os desafia. Você não mais quer ser visto. Eu sintoque o véu, preto ou branco, voando ao acaso sobre a minha cabeça me torna invisível em certo grau quando eu saio porta a fora é mais fácil se misturar na massa se você está envolta em preto. Se você é uma mulher, você não quer atenção você não quer atenção da polícia iraquiana, você não quer isto das milícia de uniformes negros, você não quer isto dos soldados americanos. Você não quer ser notada ou vista.

Obviamente, eu não tenho nada contra o véu, tanto quanto ele seja usado por opção. Muitas de minhas parentes e amigas o usam. A maioria delas começou a usar depois da guerra. Isto começou como uma maneira de evitar problemas ou atenção indesejada, e agora elas continuam usando pois não faz sentido deixar de usá-lo. O que está acontecendo ao país?

Eu percebi o quão comum isto tinha se tornado no meio de julho quando M., uma amiga de infância, veio se despedir antes de deixar o país. Ela entrou em casa, e reclamou do calor e das ruas, seu irmão logo atrás dela. Isto me levou para o final da visita com uma peculiaridade que me tocou. Ela estava se aprontando para sair antes do pôr do sol, e pegou seu véu bege, dobrado ao seu lado. Enquanto ela me falava de um vizinho que fora baleado, ela abriu o véu com um gesto, ajeitou-o sobre sua cabeça como uma profissional, e o amarrou sob seu queixo com uma tarimbada habilidade. Tudo isso sem um espelho como se ela tivesse feito isso mais de uma centena de vezes... o que seria ótimo, se M. não fosse uma cristã.

Se M. pode usar um véu sem reclamar, eu também posso.

Eu disse adeus no último mês para mais gente do que eu posso contar. Algumas despedidas foram rápidas e furtivas do jeito que você diz à noite para um vizinho que sofreu uma ameaça de morte, e está partindo ao nascer da autora, silenciosamente.

Algumas despedidas foram longas e emotivas, com parentes e amigos que não agüentam mais viver em um país se partindo.

Muitas das despedidas foram feitas de maneira estóica quase casual - com um sorriso amarelo emoldurando os rostos e as palavras, te vejo em breve... Só para sair querendo morrer com o fardo da partida de mais um ser amado.

Durante estes tempos, eu me lembro de um discurso de Bush, em 2003: Um dos grandes objetivos, ele disse, era o retorno jubiloso dos exilados iraquianos para seu país após a queda de Saddam. Eu gostaria de ver alguns números dos iraquianos atualmente forado país que você está ocupando... Sem mencionar os deslocados internos, que abandonaram suas casas e cidades.

Às vezes eu me pergunto se nós jamais saberemos o número das centenas de milhares de iraquianos neste verão desolador. Eu me pergunto quantos deles realmente voltarão. Para onde eles irão? O que eles farão? É tempo de seguí-los? É tempo de lavar as mãos arespeito do país, e tentar encontrar uma vida estável em algum outro lugar?

Postado em 5 de agosto.

Nem Sempre Pilotos Israelenses Cumprem Suas Missões


Notícia na Folha de São Paulo informa que nem sempre os pilotos da força aérea israelense cumprem suas missões, isto é, eles nem sempre bombardeiam ou lançam mísseis contra alvos designados. Segundo a reportagem, dependendo da avaliação da situação, como, por exemplo, a existência de muitos civis em volta do alvo, ou mesmo no alvo, se este alvo for um prédio residencial, por exemplo, os pilotos têm autonomia para cancelar a missão. Assim voltam com seus aviões carregados de volta para a base. Já foram mais de 5.000 missões de bombardeio e lançamento de mísseis, desde julho.

Guerra! É a Guerra!


A Human Rights Watch, uma ONG, que como o nome diz, luta por direitos humanos, informou que chegou ao número de 28 mortos em Qana, com 13 desaparecidos. Mas reafirmou que ali Israel cometeu um crime de guerra. Também denunciou como crime de guerra, os lançamentos indiscriminados de mísseis e foguetes por parte do Hizbollah contra áreas civis em Israel. As agências noticiosas informam que até agora foram mais de 3.000 foguetes e mísseis lançados contra Israel.

Clima Estranho


9 de agosto de 2006. Calor (26º C marcava o relógio-termômetro da esquina da Sete de Setembro com a Caldas Júnior). Vento. E no final da tarde o tempo estava nublado, e havia um vento úmido, sinal de uma chegada próxima de chuva.
O Canal do Tempo informa 29º C, às 18 h 30 min.

Pepsi e Coca Têm Venda Suspensa na Índia


Segundo informação da Folha Online (http://www.folha.uol.com.br), foram encontrados traços de contaminação por pesticida em algumas amostras de refrigerantes, provavelmente causada pelo uso destes pesticidas próximo a fontes de recolhimento de água para envasar as bebidas. Por isto, os refrigerantes tiveram suas vendas temporariamente suspensas.
No mínimo, isto vai voltar distorcido em algum tempo, naqueles famosos correios dizendo que os fabricantes estão vendendo bebidas envenenadas.

Tempo bom em Porto Alegre


Hoje o dia foi de primavera em Porto Alegre. Não foi aquele absurdo de ontem, quando a temperatura chegou a 30º C em pleno agosto. Hoje a temperatura esteve girando ao redor dos 25º C. O Canal do Tempo, por exemplo, informa 24º C, às 17 h 30 min.
Os jornais informaram que ontem a temperatura chegou a 34º C em São Leopoldo e Campo Bom.

terça-feira, agosto 08, 2006

8 de Agosto de 1945

São 61 anos desde que Nagasaki recebeu um bombardeio atômico.Foto: Kyodo News/AP/UOL - Velas no Memorial da Paz em Nagasaki
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http://www1.folha.uol.com.br/folha/galeria/imagemdodia/

Eclesiastes Capítulo 3 Versos 1 a 8

Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derribar, e tempo de edificar;
tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar;
tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de deitar fora;
tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.

De Manhã...

segunda-feira, agosto 07, 2006

61 Anos


6 de agosto de 1945. Uma bomba sobre Hiroshima.

Dia de Verão no Inverno de Porto Alegre


O dia começou com neblina. E como diz o ditado, "cerração que baixa, é sol que racha" (é uma rima pobre, mas sempre citada). Ao final da tarde, o Canal do Tempo está informando 32º C em Porto Alegre. Temperatura digna de verão.
Os gaúchos que se güentem!

domingo, agosto 06, 2006

Gênios da Vida Real

O texto a seguir é um correio mandado por alguém para o editor do saite Digestivo Cultural

(http://www.digestivocultural.com/):


Gênios da vida real
Julio Daio Borges


Oi, Julio.

Escrevo para vc diretamente pq preferi não publicar meu comentário.

Li seu artigo sobre Glenn.

Sabe, eu fui menina-prodígio, e do tipo raro, porque dominava mais de uma linguagem criativa: cantava afinadíssima desde os três anos, decorando letras em duas línguas além do português: o italiano e o francês. Desenhava desde os dois anos figuras humanas com olhos e bocas. Aprendi a ler e a escrever sozinha dos três aos quatro anos e escrevia poemas aos seis.

Minha mãe e meu pai não sabiam o que fazer comigo, mas guardaram os registros: tenho fita gravada da minha voz, primeiros desenhos, poemas. Fiz um teste de QI aos cinco anos mas nunca me disseram o resultado exato, mas sei que foi bem acima da curva de Gauss. A pedagoga, segundo minha mãe, sugeriu que eu levasse uma vida tão normal quanto possível, estudando num colégio normal, etc, etc.

Contudo, quando a gente é mesmo muito diferente, não adianta: a gente sofre muito. Não tô fazendo apologia do sofrimento de artista não, é sério. Fiz tentativa de suicídio duas vezes. Fiz psicoterapia (o que me salvou e ainda me salva quando estou no limite) muito tempo. Tiro um transtorno bipolar grau 4 de letra.

Tô te confidenciando isso pq o artigo me tocou muito. Ninguém consegue ficar perto de gente anormal (acima da média do anormal, quero dizer, pq de perto...) muito tempo. É horrível. Na escola, na faculdade, vc tem sempre a sensação de estar absolutamente só, ser sempre o discordante, de não ter um grupo com o qual se identifique, e quando se tem um temperamento agressivo e se fala muito, como é o meu caso, consegue discutir e se dar muito mal na maioria das vezes, por mais bem intencionado que vc seja.

A maldiçao do prodígio, resumindo, é essa: ser um Edward Scissorhands.

Este é o principal motivo pelo qual eu sou abençoadamente casada até hoje com o mesmo cara – que eu conheci há 26 anos. Ele foi o único até hoje que topou encarar diariamente uma aberração. Só a morte nos separa, se depender de mim, claro.

Mais do que o parceiro do gênio, sofre o gênio, posso garantir. Que de gênio tem mais mesmo é o que idealizam dele, pq no fundo a maioria parece ser muito burra ou imatura (todo mundo se preocupa mais em desenvolver os potenciais do gênio do que o seu amor-próprio, ou auto-estima, e o resultado é que o gênio pode ficar infantilóide ou irresponsável) para lidar com suas emoções, e com a vida, de um modo geral. Gênios, meu caro, nunca estão em paz consigo, a morte está sempre presente, super concreta, eles brincam com ela desde a hora em que acordam pela manhã até a hora de dormir. Bom, comigo foi assim muito tempo. Não, às vezes ainda é assim. Também não sei se continuo sendo gênio, porque nunca mais fiz teste algum (e, em alguns casos, a prodigalidade é um surto que desaparece quando não estimulado.) Continuo cantando bem (mas não decoro mais letras como antes), e nas outras áreas, vc sabe alguma coisa. Não sei se o meu trabalho é genial, também não sei se quero saber. Houve algumas ocasiões em que me apareceram boas oportunidades para sair daqui dessa m... que é o Brasil e melhorar as condições para desenvolver potencial. Eu não quis, tive medo (era emocionalmente imatura?). E foi por isso que não segui adiante nas artes, nem na música. Optei por investir no meu emocional, o que significou para mim casamento, escrever livros, gravidez e, por conseqüência, uma filha. Até já plantei uma árvore, certa vez, mas ela morreu. Violetas deram mais certo, e agora tenho um bonsai – será que mini-árvore serve?

Bom, se eu sou mesmo um gênio, não sou máquina de produção. Uma coisa é certa, um gênio precisa, segundo Howard Gardner, de afeto e segurança emocional – muita paciência e – por quê não? – compaixão, por parte daqueles que se aproximam.

Na minha concepção de inteligência, também, não adianta nada brilhar sozinha, fazendo feliz o próprio ego. Por isso me dedico especialmente a gurizada e trabalho nas periferias. Depois que eu coloquei meus talentos não só a meu serviço, mas em benefício de outros, eu parei com a mórbida obsessão de lidar com os limites da morte.

Vê, tudo isso seu artigo suscitou. É um assunto que me incomoda ainda.

Mas vou dar uma resposta a pergunta que vc propõe: sobrevive ao gênio não o "outro gênio", mas a pessoa que, independente da inteligência, tiver capacidade de afeto genial.

Apesar de tudo, também não quero passar a impressão de que me odeio, ou de alguém que sofre dores metafísicas ou existenciais 24 horas. Gosto muito de me sentir lúcida. Ou de ter visões, dependendo do ponto de vista.

Beijo e obrigada por ler este desabafo (que muito poucos ouviram) até o fim.


De uma Leitora que preferiu ficar anônima, por e-mail.

Digestivo Cultural: http://www.digestivocultural.com

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