segunda-feira, julho 26, 2010

Ainda sobre Hanami em Porto Alegre

Ainda sobre Hanami em Porto Alegre


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Quando estive escrevendo (e pesquisando) sobre Hanami outro dia, cheguei a um linque curioso, que fornecia um título chamado “Hanami à Belzontina”*. Pois esse blogue falava das belezas das flores e árvores nativas de Belo Horizonte, destacadamente os ipês, com flores de diversas colorações.


Eis aí uma maneira de pensar o “hanami” no Brasil. Para além da bela, exótica e rara cerejeira japonesa, olhar as plantas e flores que tornam nossas cidades mais belas e exuberantes.


Pois se alguém fizer pesquisa no Google sobre flores de Porto Alegre provavelmente também achará informações sobre ipês, também com flores de diversas colorações. E sobre jacarandás.


De minha parte não posso deixar de falar de uma plantinha ubíqua pelas nossas ruas, e que no verão deixa Porto Alegre um pouco mais cor-de-rosa, são as “extremosas” (“Lagerstroemia indica”). Dizem que a origem da tal plantinha é indiana, mas qualquer um que passeie por Porto Alegre é capaz de achar que ela é nativa daqui, tão espalhada e aparentemente bem adaptada que está.


Ipês, jacarandás e extremosas, eis flores para se observar quando a primavera e o verão chegarem.



26/07/2010.


*“Hanami à Belzontina” certamente é igual a “Hanami em Belzonte”, como talvez dissesse o mineirim. “Hanami em Belo Horizonte”, pois não?

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O estigma de ser uma dona de casa

O estigma de ser uma dona de casa

Katrin Bennhold
Estocolmo (Suécia)

Quando o jornalista sueco Peter Letmark tentou recentemente encontrar uma dona de casa para uma série sobre os pais do século 21 para o jornal “Dagens Nyheter”, ele fracassou.

“As donas de casa”, ele explicou, “são uma espécie quase extinta na Suécia. E as poucas que ainda existem realmente não ousam vir a público com isso”.

Na vizinha Noruega, a Associação das Donas de Casa mudou seu nome para Associação de Mulheres e Família à medida que seu número de membros despencou de 60 mil para 5 mil. “A referência a dona de casa era embaraçosa demais”, disse a economista feminista Charlotte Koren, do Instituto Norueguês de Pesquisa Social, uma ex-associada e mãe de dois.

Quando não é mais socialmente aceitável ser uma dona de casa, teria o feminismo errado seu alvo?

Nos anos 50, esperava-se que as mulheres permanecessem em casa e aquelas que queriam trabalhar eram frequentemente estigmatizadas. Hoje é praticamente o inverso, colocando as mulheres umas contra as outras segundo as divisões de convicção, classe econômica, necessidade e, frequentemente, etnia.

Por todo o mundo desenvolvido, as mulheres que permanecem em casa são cada vez mais vistas como antiquadas e um fardo econômico para a sociedade. Se seus maridos são ricos, elas frequentemente são repreendidas por serem preguiçosas; se são imigrantes, por impedirem as crianças de aprender a língua e os modos de seu país anfitrião.

Suas tarefas diárias de limpar, cozinhar ou criar seus filhos sempre foram ignoradas pela medição da atividade econômica nacional. (Se um homem se casa com sua empregada e para de pagar pelo seu trabalho, o PIB cai. Se uma mulher para de amamentar e compra alimentos prontos para seu bebê, o PIB sobe.) No debate sobre as mulheres alcançando os homens na educação e no mercado de trabalho em termos de crescente produtividade e crescimento econômico, as mães que permanecem em casa são cada vez menos valorizadas. Isso apesar do fato de, da Noruega aos Estados Unidos, os economistas colocarem o valor de seu trabalho não remunerado acima do valor do setor manufatureiro.

Nos países em que as mães ainda lutam para combinar carreira com família e deixam o trabalho menos por convicção e mais por necessidade, elas costumam ser duplamente punidas. Na Alemanha, a maior economia na Europa, a maioria das escolas ainda encerra as aulas antes do almoço, e creches em tempo integral para crianças com menos de 3 anos são escassas. Mas nesta geração de mães jovens, é mais provável encontrar mulheres dizendo que estão em licença maternidade prolongada ou entre empregos do que dizerem que são donas de casa.

Apenas entre os ricos é visto como um status de classe quando a mãe altamente educada leva as crianças para aula de chinês ou de violino.

“É difícil encontrar um equilíbrio entre a não romanceação e não estigmatização da dona de casa”, disse Nancy Folbre, uma professora de economia da Universidade de Massachusetts, em Amherst. “Apesar de muitas mulheres ainda permanecerem em casa, uma mudança cultural as colocou na defensiva.”

Tendo em mente que as mulheres atualmente trabalham tanto porque querem quanto porque a maioria das famílias precisa de duas rendas, ela disse, “é assim que as normas sociais funcionam: elas colocam pressão para as pessoas se adequarem”.

Na Suécia, o fim da dona de casa é impressionante. Os pais cumprem licença paternidade, os jardins de infância são altamente subsidiados e o modelo universal de arrimo de família é profundamente entrincheirado – do local de trabalho à cultura popular.

Antes o mercado chave para anunciantes no horário diurno da televisão, donas de casa felizes promovendo produtos de limpeza agora raramente aparecem nas propagandas de TV.

Elas são um “segmento inexistente”, disse Jonas Andersson, consultor de marca da The Brand Union, uma empresa de design de marca sueca. De vez em quando propagandas internacionais precisam ser dubladas para remover as menções ofensivas a “dona de casa”, ele disse. Andersson e seus colegas se concentram no que ele chama de segmento de “mulher com pouco tempo”.

“De chocolate a carros, você quer ter como alvo as mães que trabalham fora”, ele disse.

Os políticos nórdicos há muito se concentram nas mães que trabalham fora, dando a elas subsídios para asilos de idosos, creches e, mais recentemente, incentivos financeiros para que dividam a licença maternidade com os homens.

No geral, essas políticas aumentaram o crescimento econômico, aumentaram a arrecadação tributária e deram às mulheres que querem trabalhar mais independência financeira, mais benefícios sociais, mais realização pessoal –resumindo, o que muitas chamariam de mais liberdade.

Mas a engenharia social é uma ferramenta cega e alguns temem que a liberdade das mães que trabalham fora ocorreu à custa de transformar em pária uma minoria que deseja fazer as coisas de modo diferente.

Jorun Lindell, uma mãe de três e esposa de um empreendedor sueco, tentou ser dona de casa e não conseguiu fazer com que desse certo. “Ridicularizada”, ela disse, por sua convicção de que seus filhos deveriam ter sua mãe em casa, ela descobriu que não poderia colocá-los em uma creche pública algumas poucas horas por dia ou semana por ser reservada para famílias em que ambos os pais trabalham, estão à procura de trabalho ou estudando.

Ela acabou se matriculando em uma universidade sem qualquer interesse no curso, “desperdiçando recursos para obter algo pelo qual nossos impostos já pagam”, ela disse.

Não há forma fácil de consertar as consequências não intencionais de uma política bem intencionada.

Algumas medidas, como o auxílio que a Suécia e a Noruega pagam para os pais que ficam em casa e que optam por não utilizar o sistema de creches, frequentemente apenas reforçam o estigma associado às donas de casa: preocupações de que essa ajuda, popular entre as famílias operárias e imigrantes, atrapalha a mobilidade social ao manter os filhos dos pobres e estrangeiros de fora das creches socializadoras a transformou em controversa.

Uma forma mais barata e possivelmente mais eficaz poderia ser finalmente reconhecer formalmente a contribuição das donas de casa à economia, disse Hélène Périvier, uma economista do Institut d’Études Politiques, em Paris.

“Não se trata de ser remunerada”, disse Périvier, notando que o valor econômico que as donas de casa criam permanece dentro de seu lar, “mas sim de ser valorizada”.

Se há um momento para a inclusão do trabalho doméstico não remunerado nos números do PIB é agora, ela disse. As mães que trabalham fora também ganham com isso: elas ainda realizam grande parte do trabalho não remunerado em seus lares – mesmo na Suécia.



Tradução: George El Khouri Andolfato


Texto do International Herald Tribune, publicado no UOL.

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quinta-feira, julho 22, 2010

Rio Jordão está poluído demais para celebração de batismos

O rio Jordão está tão contaminado que seria perigoso celebrar batizados no local onde Jesus recebeu o primeiro Sacramento, segundo a tradição cristã, denunciou esta quarta-feira a associação Amigos da Terra/Oriente Médio.

"Pedimos às autoridades regionais que cessem os batismos no baixo Jordão até que a qualidade da água esteja ali conforme as normas exigidas para as atividades turísticas", afirmou em um comunicado a associação de defesa ambiental, que menciona a possibilidade de um risco sanitário.

Até agora, o ministério israelense de Meio Ambiente não comentou estas denúncias.

O local onde Jesus foi batizado por São João Batista, há dois mil anos, segundo a tradição cristã, é conhecido com o nome de Qasr al-Yehud, e fica em uma região controlada pelo exército israelense, que proíbe o acesso perto da cidade palestina de Jericó, na Cisjordânia.

Nos últimos anos, após pressões do ministério israelense do Turismo, o exército tem autorizado a visita de peregrinos, por meio de solicitações especiais.

Em maio, a Amigos da Terra já havia denunciado em um relatório que o Jordão "se reduziu a um simples riacho no sul do lago de Tiberíades, seco pela exagerada exploração das águas e devastado pela contaminação".

Segundo a organização, 98% de suas águas foram desviadas por Israel, Síria - que explora seu afluente, Yarmuk - e Jordânia.


Notícia do UOL.

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quarta-feira, julho 21, 2010

A Última Ceia, por Juan de Juanes




Via Art and the Bible.

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Nosso lugar no Google

Na semana passada fui conferir quando aparecia no Google – pesquisa em blogs o meu comentário a respeito do filme alemão Hanami – Cerejeiras em Flor.

Pela minha lembrança aparecia na 11ª página da pesquisa.

Hoje fui conferir, e refiz a pesquisa. Apareceu na 12ª página.

Normalmente eu paro de olhar resultados na décima página...

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Érika Mader - relembrando Apenas o Fim

Érika Mader - relembrando Apenas o Fim


Pois quando escrevi sobre o filme Apenas o Fim”, que foi estrelado por Érika Mader e Gregório Douvivier, eu me perguntei se Érika Mader seria a irmã mais nova da Malu Mader.


Pois bem, quinta-feira (15/07/2010) a coluna Outro Canal informou sobre a moça. Ela é sobrinha da atriz Malu Mader. E está trabalhando numa série chamada “Na Lama e na Fama”, no canal por assinatura Multishow.


Era isso.


17/07/2010.

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A Companhia Aérea Gol e a Copa do Mundo

BALANÇO

E, nos dias em que a seleção brasileira jogou na Copa, em junho, a Gol chegou a cancelar 300 dos 800 voos diários que mantém no Brasil. Algumas aeronaves chegaram a ficar completamente vazias, sem nenhum passageiro para embarcar.

Informação da coluna da Mônica Bérgamo, na Folha de São Paulo, de 16 de julho de 2010.


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sexta-feira, julho 16, 2010

Hanami em Porto Alegre

Hanami em Porto Alegre


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A primeira vez que ouvi falar em Hanami foi em um filme alemão muito tocante, que inclusive já comentei. Depois houve uma referência por parte da Regina Casé, no Fantástico, comentando o Hanami.


Se trata do período de florescimento das cerejeiras (“sakura”, em japonês). Segundo a Wikipédia, “hanami” significa literalmente “olhar as flores”. Na versão em inglês da Wikipédia o verbete se estende um pouco mais, informa, por exemplo, que a floração da cerejeira se dá em janeiro (ou seja, em pleno inverno. Eu imaginaria tal evento ocorrendo em plena primavera.), e que os japoneses se reúnem em Ueno Park, em Tóquio para apreciar as flores, fotografá-las e fazer piqueniques sob as cerejeiras. Esteticamente a coisa é muito bela. Flores em tons de rosa, com amigos e familiares reunidos. E dizem que isso é celebrado todo ano. E que esta celebração saúda também a efemeridade desta beleza. A floração das cerejeiras dura uma semana, no máximo, duas.


Tempos atrás eu havia sido informado que em Porto Alegre havia algumas cerejeiras. Pedi à pessoa que me falou delas que me mantivesse informado sobre o ocorrências da floração. Na semana passada esta informação chegou.


Há pelo menos três cerejeiras plantadas no canteiro central da Avenida Fernando Ferrari, bairro Anchieta, em Porto Alegre. E na semana passada elas estavam cobertas de flores. Belas flores em tons de rosa. Florescendo em pleno inverno, em Porto Alegre. Pude contemplá-las no sábado. Muitos brotos ainda não haviam aberto, e muitas abelhas circulavam entre as flores, sinal (e esperança) que a floração dure ainda mais uma semana. Pude contemplar com meus próprios olhos a manifestação de uma beleza efêmera. Isto me valeu.


Infelizmente as cerejeiras não estão em um parque, ou praça, lugares mais adequados à contemplação e à admiração. O canteiro central da Avenida Fernando Ferrari também não é um lugar adequado para se pensar em fazer um piquenique. Uma pena.


Acredito que a presença de uma associação cultural nipo-brasileira numa das ruas transversais da Avenida Fernando Ferrari seja uma explicação suficiente para a presença destas cerejeiras num canto de Porto Alegre.

E graças a estas prestimosas pessoas, eu pude contemplar a flor da cerejeira sem precisar viajar 20 mil quilômetros.


Não que viajar estes 20 mil quilômetros seja ruim. A questão é que não sei quando, ou se, poderei algum dia ir ao Japão, e de maneira mais precisa, ir ao Japão em janeiro, na época da floração das cerejeiras, para ver, e participar, do Hanami.


12/07/2010.

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terça-feira, julho 13, 2010

O Menino que Carregava Água na Peneira

Eu tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.

A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e sair
correndo com ele para mostrar aos irmãos.

A mãe disse que era o mesmo que
catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.

A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que o do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.

Com o tempo aquele menino
que era cismado e esquisito
porque gostava de carregar água na peneira,

com o tempo descobriu que escrever seria
o mesmo que carregar água na peneira.

No escrever o menino viu
que era capaz de ser
noviço, monge ou mendigo
ao mesmo tempo.

O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.

Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro
botando ponto final na frase.

Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.

O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!
A mãe reparava o menino com ternura.

A mãe falou:
Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os
vazios com as suas
peraltagens
e algumas pessoas
vão te amar por seus
despropósitos

Poema atribuído a Manoel de Barros, visto no blog do Luís Nassif.


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sexta-feira, julho 09, 2010

Fim do Veranico de Julho de 2010

Frio e chuva. Parece que terminou o veranico de julho.

Segundo o Emílio Pacheco, o veranico de julho acontece com frequência, mas só ele e os meteorologistas lembram...


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Se passam os dias – 09/07/2010

Se passam os dias – 09/07/2010


Vão se passando os dias sem muita movimentação neste blog.

Mas o tempo vai passando inexoravelmente...

Esta semana, por exemplo, comemoramos os 70 anos de idade de Ringo Starr. 70 anos!

Também foram 20 anos do passamento do roqueiro Cazuza. 20 anos! Esta expressividade toda é porque, para mim, parece que foi ontem a notícia da morte do cantor e compositor.

Outro dia, copiamos aqui matéria que lembrava os 50 anos do nascimento de Renato Russo, falecido em 1996.

E outro dia, vi uma manchete sobre os 50 anos do Bono Vox, líder do U2.

E hoje estão falando dos 30 anos da morte do poeta Vinícius de Moraes...

Quanta coisa, não?


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quarta-feira, julho 07, 2010

Pietá, de Vincent van Gogh




Via Art and the Bible.

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segunda-feira, julho 05, 2010

26 Graus em um inverno que ainda não disse a que veio

26 Graus em um inverno que ainda não disse a que veio


26 graus Celsius no ClicRBS, 28 graus Celsius no Weather Channel. Então estamos assim, numa segunda-feira que poderia tranquilamente ser chamada de outono, ou mesmo de primavera. Tivemos um final de semana com dois dias lindos e aprazíveis. Quem pôde ir para praças e parques aproveitou.


Até agora não houve nenhuma frente fria que assustasse nestas duas semanas de inverno, ou nos meses de outono. Sim, porque frio de assustar é quando a temperatura cai abaixo de 10 graus Celsius. Não estou certo que tenhamos tido muitos dias assim.


Além disso, este ano quase não ouvimos notícias sobre a gripe A (ou gripe suína), a peste que nos atormentou no inverno de 2009. Não sei se isto é efeito de massiva campanha de vacinação contra a tal gripe, ou se no ano passado os veículos da grande mídia estavam interessados na peste e neste ano não estão mais. Fato é que em 2010 a gripe A não assusta como antes.


Não sei porquê, mas quando penso no inverno de Porto Alegre, me lembro do outono da Nova Inglaterra tal qual retratado no filme Perfume de Mulher (aquele em que o Al Pacino faz um coronel da reserva cego, mas que fica sentindo os aromas dos perfumes das mulheres que passam por ele). Pois é, se não estou enganado, o filme se passa durante o outono na Nova Inglaterra. E o outono da Nova Inglaterra parece muito mais frio que o inverno de Porto Alegre. Complexidades do mundo...


Hoje é 5 de julho. O inverno de 2010 tem mais uns 75 dias para dizer a que veio...


05/07/2010.


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E por falar em Copa do Mundo...

E por falar em Copa do Mundo...


O Brasil foi desclassificado sexta-feira passada, ao ser derrotado pelos Países Baixos, por 2 a 1. Pelo que pude perceber choveram críticas pela grande mídia e pela Internet, contra a seleção brasileira e seu técnico, Dunga. Compreensível a choradeira. Quando Dunga divulgou a sua lista de convocados, as principais reclamações eram as ausências de Ronaldinho, atualmente no Milan, e de Neymar e Ganso, jovens atacantes do Santos. Difícil dizer se qualquer um desses em campo mudaria o resultado acontecido na sexta-feira. Eu duvido (embora isso também não queira dizer nada, pois sobre o que poderia ter acontecido se pode dizer qualquer coisa). Após o jogo contra os Países Baixos, eu continuo dizendo o que eu dizia no início da Copa do Mundo. A seleção brasileira sob o comando de Dunga é isso aí. É o que tem sido a seleção sob o comando de Dunga desde que ele assumiu. A seleção ganhou a Copa América, a Copa das Confederações, e chegou em primeiro lugar nas Eliminatórias, jogando daquele jeito, meio burocrático, com uma jogada bonita ou outra, mas estas jogadas bonitas são raras. E no primeiro tempo contra os Países Baixos, parecia que o Brasil ia vencer com facilidade o jogo. Um gol anulado com razão (mas passível de ser validado), um gol de Robinho, um pênalti não marcado em Kaká, um chute de Kaká para uma defesa salvadora do goleiro neerlandês... Fomos para o intervalo achando que, a se manterem as mesmas condições, estaríamos na semi-final. Infelizmente parece que o time entrou desconcentrado no segundo tempo. Junte-se a isso um raro lance de falha do goleiro Júlio César, e o destempero do Felipe Melo, e a seleção brasileira voltou para casa antes do que gostaríamos. E aí dê-lhe xingar Dunga, Felipe Melo e outros menos cotados. Faz parte. Em 1982 se reclamava do Telê, que “não tinha pontas”, por exemplo. Mas hoje muita gente fala com saudosismo do “futebol arte” daquele time, que acabou desclassificado pela Itália (que, por sinal, acabou campeã naquele ano depois de um início cambaleante). Bom, eu, como muita gente, desconfiava muito de uma seleção que começasse com Valdir Perez no gol. Acho que essa seleção de 2010 mostrou futebol superior, por exemplo, àquele time campeão de 1994. Infelizmente o time de 2010 perdeu nas quartas-de-final. Faz parte.


A Argentina levou quatro gols da Alemanha no mesmo dia, e também voltou para casa mais cedo que gostaria. Mas quem viu o jogo, pôde ver um jogo relativamente equilibrado até os 20 minutos do segundo tempo, quando a Alemanha fez o segundo gol. Aí sim a Argentina se desmanchou. Mas até então, bem poderia ter feito um gol e a partida poderia ser bem outra. Sim, a Alemanha era (é) um time mais organizado, com mais força defensiva, e jogo coletivo, mas em futebol isso não seria totalmente suficiente para uma vitória. Mas a Alemanha ganhou. Vai agora enfrentar a Espanha na semi-final. Uma reedição da final da Eurocopa de 2008. Vencida então pela Espanha.


Meu palpite sobre o final da Copa do Mundo seria uma final entre Países Baixos e Alemanha. E, nesse caso, acho que a Alemanha é favorita para ganhar seu quarto título. Mas futebol, como dizem alguns, “é uma caixinha de surpresas”. E minha simpatia está com o Uruguai, último sul americano remanescente, que irá enfrentar justamente os Países Baixos que desclassificou o Brasil.


A conferir. Semi-finais a partir de amanhã, e finalíssima no domingo.


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