quinta-feira, novembro 25, 2010

A solidão no Facebook

Solidão no Facebook

As redes sociais mascaram a ausência de comunicação entre as pessoas, diz o sociólogo francês Dominique Wolton

MARCOS FLAMÍNIO PERES
DE SÃO PAULO

Agora que o Facebook virou filme e as redes sociais parecem ter liberado o homem para toda forma possível de comunicação, vem um intelectual francês dizer que vivemos sob a ameaça da "solidão interativa".
Dominique Wolton, 63, que esteve no Brasil há duas semanas, bate ainda mais pesado. Para ele, a internet não serve para a constituição da democracia: "Só funciona para formar comunidades" -em que todos partilham interesses comuns-, "e não sociedades" -onde é preciso conviver com as diferenças.
Sociólogo da comunicação e diretor do Centro Nacional de Pesquisa Científica (Paris), ele defende na entrevista abaixo que, depois do ambiente, a "comunicação será a grande questão do século 21". Em tempo: "A Rede Social", de David Fincher, estreia nos cinemas brasileiros no início de dezembro.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/ep.gif


Folha - Como vê a internet?
Dominique Wolton -
Faço parte de uma minoria que não é fascinada por ela. Claro, é formidável para a comunicação entre pessoas e grupos que se interessam pela mesma coisa e, do ponto de vista pessoal, é melhor do que o rádio, a TV ou o jornal.
Mas, do ponto de vista da coesão social, é uma forma de comunicação muito frágil. A grandeza da imprensa, do rádio e da TV é justamente a de fazer a ligação entre meios sociais que são fundamentalmente diferentes. Nesse sentido, a internet não é uma mídia, mas um sistema de comunicação comunitário.

Mas e as redes sociais?
Elas retomam uma questão social muita antiga, que é a de procurar pessoas, amigos, amor. São um progresso técnico, sem dúvida, mas a comunicação humana não é algo tão simples.
Porque em algum momento será preciso que as pessoas se encontrem fisicamente -e aí reside toda a grandeza e dificuldade da comunicação para o ser humano.

Então a solidão é um risco nessas redes?
Sem dúvida: a "solidão interativa". Podemos passar horas, dias na internet e sermos incapazes de ter uma verdadeira relação humana com quer que seja.

Isso tem a ver com o conceito que criou -o de "sociedade individualista de massa"?
Sim, porque na comunicação ocidental procuramos duas coisas inteiramente contraditórias: a liberdade individual -modelo herdado do século 18- e a igualdade por meio da inserção na sociedade de massa -que é o modelo do socialismo.
Usamos a internet porque ela é a liberdade individual. Na internet, todo mundo tem o direito de dar sua opinião, mas emitir uma opinião não significa comunicar-se.
Porque, se a expressão é uma fase da comunicação, a outra é o retorno por parte de um receptor e a negociação que implica -e isso toma tempo!
Há um fascínio pela rapidez da internet e por sua falta de controle.
Mas essa falta de controle é demagógica, porque a democracia não é a ausência de leis, mas a existência de leis utilizadas por todos.

A internet foi decisiva para a eleição de Barack Obama?
Acho que se projetou um sonho que não correspondeu à realidade. Obama sempre foi ligado às questões sociais e sabia de sua importância. O que fez foi usar a internet para multiplicar a eficácia dessas relações. Usou a internet de modo bastante clássico.

O Google está nos tornando estúpidos?
Ele está se tornando a primeira indústria do conhecimento, concentrando de forma gigantesca a informação e o saber -o que é um perigo.
Se um grupo de mídia quisesse concentrar toda a distribuição de informação, alguém diria: "Atenção, monopólio!". Mas não se faz isso em relação à internet, tamanho é o fascínio pela técnica na sociedade atual.

O papel está condenado?
Ao contrário! Porque internet é rapidez, livros e jornais são lentidão e legitimidade -informação organizada. A abundância de informações não suprime a questão prévia de que educação é formação.

Texto e entrevista da Folha de São Paulo, de 8 de novembro de 2010.

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terça-feira, outubro 26, 2010

Adão Iturrusgarai e a Internet

quinta-feira, outubro 21, 2010

Israel e Google publicarão na internet manuscritos do mar Morto com textos bíblicos

O departamento israelense de Antiguidades e o gigante americano da internet Google anunciaram nesta terça-feira o lançamento de um projeto para divulgar, na internet, os manuscritos do mar Morto, que contêm alguns dos mais antigos textos bíblicos.

Este plano, com um custo de US$ 3,5 milhões (2,5 milhões de euros), tem por objetivo disponibilizar gratuitamente esses documentos, que possuem cerca de 2.000 anos.

"É a descoberta mais importante do século 20 e vamos compartilhá-la com a tecnologia mais avançada do século 21", afirmou a responsável pelo projeto do departamento israelense de Antiguidades, Pnina Shor, em uma coletiva de imprensa em Jerusalém.

A administração israelense captará imagens em alta definição utilizando uma tecnologia multiespectral desenvolvida pela Nasa, a agência espacial americana.

As imagens serão, posteriormente, publicadas na internet pelo Google em uma base de dados e traduções dos textos colocadas à disposição.

"Todos os que possuem uma conexão à internet poderão acessar algumas das obras mais importantes da humanidade", disse o diretor do centro de pesquisa e desenvolvimento do Google em Israel, Yossi Mattias.

Shor afirmou que as primeiras imagens estarão disponíveis nos próximos meses e o projeto terminará em cinco anos.

Acredita-se que os 900 manuscritos encontrados entre 1947 e 1956 nas grutas de Qumran, no Mar Morto, constituem uma das descobertas arqueológicas mais importantes de todos os tempos. No material encontrado, há pergaminhos e papiros com textos religiosos em hebraico, aramaico e grego, assim como o Antigo Testamento mais velho que se conhece.


Notícia da Folha.com .

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quinta-feira, setembro 23, 2010

Tipos do Twitter




Joy of Tech, de Nitrozac & Snaggy, no caderno Tec (informática), da Folha de São Paulo.


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sexta-feira, agosto 20, 2010

Infográfico: A História da Internet






Visto no Gizmodo Brasil.

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terça-feira, novembro 17, 2009

TV deixa de ser item mais importante entre os jovens

TV deixa de ser item mais importante entre os jovens

A TV, o eletrodoméstico de maior penetração no país, já não é considerado o item mais importante do dia a dia para a população jovem (de até 34 anos), segundo resultado de pesquisa feita pelo Ibope sobre hábitos de consumo de meios de comunicação.
Para a faixa etária de dez a 17 anos,o computador com acesso a internet é o aparelho mais relevante (com 82% no ranking de prioridade), seguido pela TV (65%) e telefone celular (60%). Dos 18 aos 24 nos, o líder do ranking passa a ser o telefone celular (78%), com computador ligado à rede (72%) e TV (69%) em sequência, o que tem pequenas diferenças em relação ao próximo grupo, dos 25 aos 34: celular (81%), TV (73%) e computador (65%). Na média geral da população, a TV fica na liderança da pesquisa, com77% de preferência.
Para Dora Câmara, diretora comercial do Ibope, os resultados também são explicados por um processo de convergência: quanto mais jovem a população, maior é a capacidade de acomodar os meios de comunicação de forma simultânea.
"Metade dos jovens de 12 a 19 anos costuma acessar a internet enquanto veem TV ou ouvem rádio", diz.
Apesar disso, 82% dos 800 entrevistados preferem consumir um meio de cada vez. Dora brinca que, apesar da evolução dos meios, "o homem ainda é versão 1.0", o que de certa forma explica essa preferência. "Estamos cada vez mais midiáticos, mas isso não significa que abandonaremos os meios mais antigos. Apenas incorporamos os novos em nossa rotina", diz Dora.


Trecho da coluna Toda Mídia, na Folha de São Paulo, de 26 de outubro de 2009.


As emissoras de TV deveriam ficar preocupadas.


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quarta-feira, outubro 28, 2009

Status no Facebook: 'descansando em paz'



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O Facebook agora permite que usuários transformem em memoriais as páginas de amigos que já morreram.

Para isso, é necessário enviar um atestado de óbito. Informações de contato da pessoa morta são removidas, e apenas amigos confirmados podem ver e localizar a sua conta, que fica com o login desativado. Acho que é uma boa analogia digital ao que inevitavelmente ocorrerá a todos os usuários do Facebook. [FB via BB]

Visto no Gizmodo Brasil.

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segunda-feira, setembro 21, 2009

O mercado da desconfiança

O mercado da desconfiança

Consumidores que baixam arquivos legalmente na internet têm que abdicar da própria privacidade e são maltratados por empresas que parecem acreditar que a honestidade não compensa, diz antropólogo



HERMANO VIANNA
ESPECIAL PARA A FOLHA


Governos de vários países estão criando leis para que suas alfândegas possam apreender computadores com softwares, músicas e filmes "piratas". Estou tranquilo: não há nada não autorizado em meus "hard disks". Mesmo canções: escuto aquelas que seus autores disponibilizaram livremente na rede. Ou pago por imagens, sons, textos, códigos quando avalio que o preço é justo. Caso contrário, parto para outra: há uma abundância de material interessante para se baixar legalmente e de graça por aí.
O problema é que, cada vez mais, tenho me sentido punido -ou tratado como otário- justamente ao agir dentro da lei, e mesmo depois de pagar para ter acesso a determinados bens protegidos por leis que dizem defender criadores/autores/ artistas.
Para entender o patético do meu empenho na honestidade, vale a pena narrar um episódio recente, cheio de lições morais bem contemporâneas.

Indignação
Vladimir Jankélévitch foi filósofo e também pianista. Numa de suas melhores entrevistas, as respostas eram dadas tanto pela fala quanto por interpretações de obras de seus compositores favoritos: Debussy, Fauré, Ravel. Tenho uma transcrição de suas palavras, interrompidas por trechos de partituras, publicada em livro nos anos 80 ["Vladimir Jankélévitch", em francês, ed. La Manufacture, 1986].
Meu exemplar está com páginas soltas de tanto que foi relido. Volto sempre a momentos como aquele em que Jankélévitch declara que gosta mais da luminosidade de Tolstói do que dos subsolos de Dostoiévski: "Estar em plena luz, na evidência, na presença total, quando as coisas estão imóveis no ar do meio-dia, é lá que o mistério é mais perturbador".
Ou a resposta sobre a nostalgia: "O tempo revela o charme das coisas sem charme. É por isso que o tempo é poeta. Só os poetas e pintores são capazes de conhecer de imediato o charme do presente. [...] Utrillo [1883-1955] pintava um poste ou um muro num subúrbio sórdido... e isso fazia sonhar. O que os poetas e pintores sabem traduzir no presente, o tempo o traduz para nós que não somos nem pintores nem poetas. É o tempo que é poeta para nós".
Queria comprar uma nova edição do livro. Procurei nas lojas da internet: acho que está esgotado. Lembrei que a entrevista tinha sido gravada originalmente para o rádio. Conseguir uma cópia do arquivo sonoro seria fenomenal. A conversa começa com Jankélévitch afirmando que seu meio de expressão é o oral ("meu negócio não é a escritura"). O áudio apresentaria também seu piano. Fui então parar no site do Instituto do Audiovisual (INA) francês, que anda digitalizando e vendendo o acervo das TVs e rádios públicas como a France Culture. Só havia trechos da entrevista que procurava. Descobri que o que foi publicado no meu livro era um remix de várias entrevistas.
Como resultado da busca, encontrei o vídeo da edição de "Apostrophes", com Jankélévitch (não) respondendo à pergunta "para que servem os filósofos?". Resolvi baixar para ver o programa completo. Custava 5 (R$ 13). Caro para algo que, se não me engano, foi pago pelo dinheiro público francês há décadas. Mas sei que o trabalho de digitalização e disponibilização desse tipo de acervo não é barato, nem simples.
Resolvi colaborar. Fiz meu cadastro e a compra. Sempre receamos passar dados para novos sites, que não sabemos se são realmente seguros. É questão de confiança: esperamos que seus administradores vão ter cuidado com as informações. Mas mesmo tendo fornecido até o número do cartão de crédito, logo descobrimos que o INA não confia no comprador.
Não tinha sido informado (ok, não li com atenção os termos de uso) de que precisaria baixar outro programa para ver o vídeo já pago. Resultado: novo cadastro em outro site desconhecido e a obrigação de instalar um programa no qual também precisamos confiar (temos mesmo a certeza de que o programa não vai transmitir informações de nosso computador para sua empresa?). E, depois disso tudo, antes de ver o vídeo ainda somos obrigados a ultrapassar uma mensagem policial nos ameaçando com o aviso de que o arquivo contém uma marca d'água digital que nos identificaria caso seja utilizado ilegalmente. Somos tratados todos como potenciais bandidos, como piratas de vídeos filosóficos.

Negócio furado
Não vi a entrevista, indignado. A mesma indignação moral que me causou outra compra também motivada por Jankélévitch. Na entrevista-remix de meu livro despedaçado, ele conta que chora ouvindo música, e que as lágrimas sempre acompanham qualquer audição de "L'Enfant et les Sortilèges" [A Criança e os Sortilégios], de Ravel.
Outro dia, numa das poucas lojas de discos que nos restam, deparei com uma nova gravação dessa obra, com a Filarmônica de Berlim conduzida por Simon Rattle. Comprei, apesar do preço extorsivo (três vezes mais do que no exterior). Estou virando quase uma central de filantropia para modelos de negócios artísticos decadentes.
Na capa, dizia ser um OpenDisc: "Insira este CD no seu computador para acessar o EMI Classics Club. Acesse material bônus, sessões de escuta exclusivas e mais". Claro: o acesso não é imediato, apesar do preço que pago pelo CD físico. É preciso fazer o cadastro, é preciso concordar com a política de privacidade e termos de uso sinistros. O "disc" não tem nada de "open". Como ninguém lê esses contratos, vou transcrever aqui algumas passagens. Tudo começa aparentemente "do bem": "O OpenDisc respeita sua privacidade. Para atendê-lo(a), precisamos coletar algumas informações pessoais. Nós nos preocupamos em proteger essas informações.
Veja abaixo nossos compromissos em seu favor". Para ver os compromissos -"em nosso favor"-, precisamos clicar em vários links. Com que finalidade as informações são coletadas? "Essas informações são essenciais para nós, bem como para o artista e para a gravadora, para que forneçamos para você serviços com qualidade e que o conheçamos melhor." E ainda: "Ocasionalmente, usaremos suas informações pessoais para convidá-lo(a) a participar de pesquisas e concursos para medir a sua satisfação".
Papo furado. Quem disse que eu quero ser conhecido melhor ou convidado para qualquer coisa? CEP e data de nascimento não são necessários para o serviço de ver vídeos e ouvir música. Eles me obrigam a me tornar conhecido, arquivando meus dados. É o preço que pago para ter acesso ao material que me foi propagandeado como "bônus" ou "aberto".
A política de privacidade, que na realidade impõe a abdicação da minha privacidade, diz também que minhas informações não serão fornecidas para terceiros, mas podem ser enviadas às subsidiárias da gravadora em todo o mundo. Eu tenho que confiar nessas subsidiárias todas, que nem sei quais são. E a recíproca não é exatamente verdadeira. Sou tratado com extrema desconfiança: tanto que não posso reproduzir, "em qualquer meio", o conteúdo a que tiver acesso.
Desisti de ter acesso. Como desconfiam de mim, vou desconfiar também. Não sou ingrato. Pelo contrário: tenho enorme gratidão pelos momentos de intensa alegria e iluminação cultural que me foram proporcionados pelo trabalho das grandes gravadoras. Acho que as gravadoras também deveriam me agradecer: fui consumidor ideal, comprei milhares de discos (e comprei o mesmo disco várias vezes: em vinil, em CD...), ajudei a divulgar a carreira de muitos artistas etc. Mas tudo tem limite.

A falta e o vício
É pena ver uma história de criação tão rica terminando de modo tão mesquinho, com o público sendo tratado tão mal, até por políticas de privacidade tapeadoras. Quem paga é feito de bobo. Essas políticas parecem querer nos ensinar que a honestidade "não compensa".
Será muito difícil perceber que tudo isso é suicídio comercial, é perda de credibilidade total? Volto à filosofia moral de Vladimir Jankélévitch. No seu livro "O Mal", ele identifica uma gradação da malvadeza. A falta é um acidente, uma negligência: pode acontecer com todo mundo. Já o vício "é o movimento da falta, continuado e tornado crônico" -o vício está para a falta assim como a paixão para a emoção momentânea. Mas ainda pode ter cura.
Já a "méchanceté" (maldade, ruindade...) é o baixo absoluto, o zênite do mal, uma "qualificação do caráter", algo que toma conta da totalidade da pessoa. Aí não tem mais jeito... Diante da cultura digital, muitas empresas já cometeram muitas faltas, se tornaram viciadas nessas faltas e por isso estão se transformando em marcas ("brands", encarnações etc.) da maldade, afastando mesmo quem se empenha em seguir todas as regras.
Ler Jankélévitch deveria ser obrigatório para seus diretores e advogados. Começando com os livros "A Má Consciência" e "A Mentira" até chegar, quem sabe, no "Tratado das Virtudes", que está completando 60 anos de sua primeira publicação.


HERMANO VIANNA é antropólogo e pesquisador musical, autor de "O Mistério do Samba" (ed. Jorge Zahar), entre outros livros.

Texto publicado no caderno Mais! da Folha de São Paulo, de 6 de setembro de 2009.

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sexta-feira, fevereiro 27, 2009

O caos informativo em perspectiva

O caos informativo em perspectiva

Carlos Castilhos

A questão do caos informativo mereceu comentários de vários leitores do post anterior. Como se trata de um tema complexo vale a pena aprofundar a troca de idéias, porque ele já está afetando a nossa forma de perceber o noticiário da imprensa, como mostrou o caso Paula.

A palavra caos ganhou uma conotação negativa ao longo dos últimos anos ao ser associada a confusão, desorientação e desordem num contexto onde a ordem e a disciplina eram conceitos acima de qualquer dúvida.


Mas no ambiente atual, marcado pela transição da era analógica para a digital (não apenas na TV), a expressão está associada cada vez mais à idéia de complexidade e ausência de consenso. É justamente esta percepção que um número crescente de consumidores de informações começa a ter ao ler o noticiário sobre a crise econômica, por exemplo.


A cada dia surgem versões novas e geralmente contraditórias. Notícias otimistas se alternam com as pessimistas. O que parecia certo num momento deixa de sê-lo no seguinte, devido ao surgimento de um dado mais recente. Este fenômeno não é novo. O inédito é a sua intensidade e complexidade. Daí a nossa sensação de perplexidade e desorientação.


Tudo isto acontece porque a internet e a digitalização eletrônica geraram uma avalancha de informações depois que ficou muito fácil e barato publicar dados, notícias e fatos na Web. Os dados desta avalancha impressionam:


a) Estima-se que, só em 2008, foram publicados na Web documentos que dariam para encher 70 mil novas Bibliotecas do Congresso norte-americano, a maior do mundo, com um acervo (em 2002) de 17 milhões de livros;

b) Outra estimativa, garante que no ano passado, o total de documentos novos digitalizados na Web dividido pelos 6,76 bilhões de habitantes do planeta (em março de 2009) daria para cada ser humano uma pilha de livros de 32 metros de altura (um edifício de nove andares)[1]


Estes números impactam não apenas pelo seu significado atual mas principalmente porque eles tendem a crescer, na medida em que a internet está em ampliação contínua. Com base nisso fica fácil perceber que a complexidade informativa tende também a aumentar.


A base deste aumento de complexidade está num raciocínio matemático simples: quanto mais pessoas ingressarem na rede produzindo informações, mais complexa ela se torna. Uma rede de cinco pessoas tem 10 conexões informativas possíveis. Uma rede de 10 pessoas, passa a ter 45 conexões. E se o conjunto subir para 15 membros, eles passam a ter 105 conexões possíveis, como vocês podem ver no gráfico.[2]

A complexidade da rede aumenta de forma muito mais rápida que o número de participantes. Se levarmos em conta que estas conexões são basicamente informações sendo passadas de uma pessoa para outra, dá para ter uma idéia aproximada do que é este tal de caos informativo, já que cada pessoa tem uma percepção diferente porque sua forma de captar a realidade depende de fatores como perfil psicológico, experiência de vida, estado emocional no momento da ação, interesses em jogo, grau de educação etc.


O gráfico com 15 pessoas em rede já é complexo. Imagine-se se formos tentar desenhar um com quase um bilhão de internautas, o número aproximado de pessoas com acesso à internet em todo mundo, hoje. Neste contexto, a palavra caos ganha outra percepção. Não se trata mais de desordem, mas de uma situação complexa diante da qual não adianta fechar os olhos e tentar esquecê-la. É o nosso desafio atual tentar descobrir como conviver com ela.


[1] Estimativas calculadas com base nos dados publicados em 2003, pelo estudo How Much Information, da Escola de Sistemas e Gerência da Informação, da Universidade da Califórnia (Berkeley).

[2] Imagem reproduzida do livro Here Comes Everybody, de Clay Shirky, página 27 .


Texto original do Observatório da Imprensa.

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terça-feira, julho 08, 2008

Em defesa da Internet brasileira


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terça-feira, maio 06, 2008

Vencido pela Internet

Quem conhece a Internet, “A Grande Rede”, sabe que ela é um manancial infinito de informações de todo tipo, inclusive aquelas que talvez não devessem estar tão acessíveis (como a técnica para produzir bombas, por exemplo). Tudo está lá, informação em escala astronômica, muito além da dimensão humana.

Apesar disso, eu costumava achar que eu tinha uma boa relação com A Rede, procurando os assuntos que me interessavam e acessando-os mais ou menos regularmente.

Nos últimos anos, tem-se falado numa “Web 2.0”, que seria a introdução de uma série de ferramentas para que os seres humanos pudessem interagir mais com A Rede. Algumas dessas ferramentas seriam as redes sociais, da qual a mais famosa e utilizada no Brasil é o Orkut, mas também o MySpace, ou o Facebook. Outra seriam os saites para compartilhamento de vídeo como o You Tube, ou o Daily Motion. Haveria ainda os saites para compartilhamento de fotografias, como o Flickr. E talvez, a ferramente primordial, o blog, ou blogue aportuguesado, que vem de “weblog”, ou seja, registro na Internet, que começou a se popularizar como diário de adolescentes de qualquer idade nA Rede, mas que logo foi adaptado para publicação de todo tipo de conteúdo, inclusive este “meta-conteúdo” que você está lendo aqui.

Para acompanhar a produção de tanta gente publicando tantos conteúdos diferentes, surgiram os “feeds” e o “rss”, mecanismos para que o leitor interessado possa acompanhar quando alguém publicou conteúdo novo em um blogue, ou resolveu compartilhar uma nova foto nA Rede. Estes feeds / rss's são acompanhados por softwares especializados que informam quando um novo conteúdo está disponível. Eu, por exemplo, utilizo o Google Reader, disponibilizado pelo Google, que me permite ler meus “feeds” em qualquer computador ligado à Internet.

Eu devo assinar o conteúdo de uns 50 blogs. Apenas isso me tornou um homem vencido pela Internet. Já não consigo acompanhar a publicação dos blogs que assino, nem consigo ver muitos dos imeils que chegam à minha caixa postal eletrônica. A avalanche de informações que eu mesmo tentei me impor para acompanhar me soterrou.


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quinta-feira, junho 07, 2007

Mistério

"A Internet é, certamente, uma expressão do mistério da criação"


IRMÃ JUDITH ZOEBELEIN
webmaster do Vaticano

No caderno de Informática da Folha de São Paulo, de 28 de fevereiro de 2007 (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/informat/fr2802200702.htm)

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sábado, maio 26, 2007

Em Questão...

Recebi pelo correio eletrônico, um linque que está reproduzido abaixo. Que devo pensar?

Blogueiros arriscam emprego, diz estudo, Felipe Zmoginski, do Plantão INFO - SÃO PAULO - Uma pesquisa da inglesa YouGov aponta que escrever blogs freqüentemente oferece riscos para os trabalhadores. [...]

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segunda-feira, maio 21, 2007

Relacionamentos em Tempos de Internet

A Internet tem umas coisas estranhas.
Eu não tenho certeza como cheguei ao blog "La Vieja Bruja" ou "Boa Noite pro Porco", do Marcelo Duarte. Acho que foi via alguma pesquisa no Google. E sempre achei os textos dele extremamente perspicazes. Assim fiquei um tanto quanto triste quando ele decidiu parar de escrever e fez uma despedida mais ou menos formal em 22 de março passado.
Na semana passada, a Regina Ramão resolveu também parar com o blog dela, o Brisa do Sul. Mais uma pessoa que parou. E curiosamente quando ela mais incrementava o blog. Recentemente ela havia começado com "podcasts", no que foi a "Rádio Brisa do Sul". Também parou. Mais uma perda...
E agora, a Mary, cujo nome nem sei se é este mesmo, perdeu o pai. E eu fiquei chateado com isso. Sei quase nada sobre a Mary, a não ser o que ela revela pelo blog dela, A Feminista. Já brinquei que ler aquele blog é como assistir um BBB, só que com mais conteúdo. O blog dela não parou. Mas que é um choque ler sobre a morte do pai do blogueiro, isto é. Mary escreve de algum lugar do interior do estado de São Paulo, é professora de uma universidade privada. E agora é órfã de pai.
São os tempos de nossa vida na Rede.

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domingo, fevereiro 04, 2007

Flickr em Manutenção

Esta noite, de 3 para 4 de fevereiro de 2007, tentei acessar o saite de compartilhamento de fotos Flickr (http://www.flickr.com). Mas não foi possível. O Flickr estava em manutenção. Adorei a original mensagem exposta aos visitantes. Veja abaixo.

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