Conhecimento, por Isaac Asimov
Isaac Asimov, escritor (1920-1992).
O fonte é uma revista de palavras cruzadas. Não sei se é a mais confiável, mas, enfim...
26/10/2005. Meu filho insiste para que eu ponha as dezenas de fotos que tiro de Porto Alegre, em um blog. Também achei que tinha que escrever algo de vez em quando, como muita gente já faz. Então, aqui estou.
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Wagner Bezerra
Em tempos dos tão bem-vindos Bolsa Família, Vale-gás, Cheque-cidadão, Restaurante-popular e tantas outras políticas redistributivas e compensatórias implementadas pelo governo federal, além dos estaduais e municipais, quero dar a minha singela contribuição para melhorar a vida do povo, combatendo diretamente uma das mazelas que afetam a vida de todos nós: o lixo televisivo. O propósito é auxiliar o esforço governamental para ampliar a chamada rede de proteção social e incluir no seleto público das TVs por assinatura o contingente de muito mais de cem milhões de pessoas que, entra ano sai ano, permanece alijado e distante de uma programação de TV diversificada e de qualidade.
A sugestão é criar o Bolsa TV, ou o Cheque TV a Cabo, ou quem sabe o Vale TV de Qualidade, ou ainda o Pró-Espectador, visando amparar mais 90% dos telespectadores que sobrevivem acorrentados pela TV aberta, condenados a conviver, principalmente nos finais de semana, com inomináveis programas e apresentadores que, acintosamente, perpetuam-se "no ar". Isto sem citar os pastores pidões e os filmes, na sua grande maioria, de qualidade duvidosa e que não se deixam ausentar nos domingos cada vez maiores.
Entretenimento de qualidade gratuito
Creio que chegou o momento de olharmos por esta gente excluída da possibilidade de usufruir a programação variada que, salvo cada vez mais raras exceções, é oferecida somente pela TV por assinatura. Famílias que nunca provaram do seleto cardápio de programas de receitas do Canal GNT; jamais sacudiram os esqueletos assistindo ao TVZ do Canal Multishow; nem escolheram o filme predileto nas tardes de domingo dentre as sempre quase e boas opções das redes Telecine, TNT e Universal, sem contar os oferecidos pelos HBO, ou ainda os pay-per-view. Excluídos que sequer cogitaram mergulhar pelos brasis afora adentrando novos caminhos descortinados nos documentários da rede STV, nem tampouco se atualizaram sobre a língua no Programa de Palavra.
Vamos, senhor presidente, resgatar os/as chefes de família que ainda não temperaram suas opiniões políticas após sorver as brilhantes entrevistas do William Waack com pensadores e cientistas de todos os matizes no Globo News Painel, da Globosat. Nem brindaram à cultura assistindo os saraus conduzidos pelo Chico Pinheiro com os baluartes da música brasileira.
Esta idéia me ocorreu assistindo o programa Você é o que você come, exibido pelo Canal GNT, o qual aborda a questão da nutrição de forma didática e com uma boa pitada de humor. Pensei no quanto avançaremos em direção à prática da tão pouco exercida cidadania no dia em que todos tiverem acesso à informação e entretenimento de qualidade gratuitamente na TV. Neste caso, quando assistia ao referido programa, pude refletir sobre recente pesquisa do IBGE que constatou que grande parte da população brasileira sofre de obesidade principalmente pela ausência de uma educação alimentar adequada e vítima da desinformação.
Pluralidade e diversidade
Este estado de coisas me faz pensar sobre o quanto são penalizadas as famílias que não pertencem às classes sociais favorecidas, que não têm acesso a bens culturais e de informação tão valiosos, especialmente se comparadas àquelas, mais abastadas, onde a TV por assinatura se tornou artigo de primeira necessidade.
Proponho ainda que, neste período de férias, por alguns instantes deixe de lado vossos relevantes afazeres, num dia qualquer da semana, e preste atenção nas crianças que fazem parte do seu círculo de relações, no momento exato em que estiverem assistindo TV. Neste caso, descartemos qualquer juízo de valor quanto ao conteúdo do programa a que estiverem assistindo, em si. Peço apenas que tente perceber o grau de concentração e a expressão do semblante de cada uma delas e o tempo que elas permanecem imóveis, sem desgrudar os olhos do aparelho, apreendendo e aprendendo tudo o que é oferecido pela telinha.
Quando será que as populações interioranas, ribeirinhas, dos sertões, do norte, nordeste, centro-oeste e todas as demais famílias de baixa renda conhecerão e consumirão, nas tardes de domingo, com direito a escolher o que assistir na pluralidade e diversidade contidas nas opções de educação, informação, formação e entretenimento oferecidos pelos canais infantis disponíveis pelas TV por assinatura? Dentre eles, o Canal Futura, TV Ra-Tim-bum, Canais Disney, Discovery Kids, Cartoon Network, Nickelodeon, Jetix, Bumerang, Cultura e TVE (estes, disponíveis na TV aberta) e tantos outros disponíveis apenas para poucos? Seria justo manter a imensa maioria das crianças do Brasil condenada a assistir tão-somente à decaída programação da TV aberta?
Aceitemos ou não, TV é educação
Decerto que não pretendo menosprezar a importância e dimensão social do programa Bolsa Família ao fazer esta analogia com as idéias aqui ventiladas, nem afirmar que a implantação de um Bolsa TV será a solução para demandas recorrentes, como a inclusão da educomunicação, ou educação para os meios, nos currículos escolares da educação infantil pública. Ou ainda, o avanço do marco regulatório brasileiro no setor das telecomunicações, no que tange à regulamentação do conteúdo da programação, tampouco tornar efetivo, num passe de mágica, o Conselho de Comunicação Social na defesa dos interesses públicos contra os abusos das emissoras.
A desejável efetivação do Bolsa TV também não poderá, de uma hora para outra, fazer sentar à mesa de negociações os programadores, concessionários, autores de conteúdo, roteiristas e diretores para, juntos, trabalharem na construção de um novo paradigma comum a todas as emissoras que atenda tanto aos interesses comerciais das emissoras e patrocinadores quanto ao caráter educativo da programação televisiva. Uma ação que, sem sombra de dúvida, poderá ajudar o Brasil a superar o analfabetismo e se equiparar aos países em desenvolvimento, na questão da educação de qualidade.
No entanto, que possuir um Vale TV de Qualidade, numa tarde de domingo, ajudaria muito, isso ajudaria. Não é mais aceitável dizer que o povo é quem quer e gosta de ver e consumir lixo na TV. Logo, a TV não pode ser lugar de lixo. Antes de tudo, como indica a Constituição, a TV é um lugar narrativo predisposto à educação e aos educadores. Aceitemos ou não, TV é 100% educação.
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'Sou gremista, secador do Inter. Tem um detalhe que não pode passar em branco: o desequilíbrio técnico que existe entre Barcelona e Inter é exatamente igual ao que existia entre Inter e Grêmio na final do Gauchão deste ano. O Grêmio acabou conquistando um dos títulos mais improváveis de sua história. Tenho medo do jogo de domingo... Diego Engel.'
Da coluna do Hiltor Mombach, no jornal Correio do Povo, de 17 de dezembro de 2006.
Para assinantes: http://www.correiodopovo.com.br
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Júnior Macêdo, Fortaleza-CE – Analista de Sistemas, lendo meu artigo como se fosse crítica à mídia em geral e não apenas aos grandes jornais do Rio e de São Paulo, como fizeram outros leitores, fez uma revelação importante:
"O senhor Milton Neves, da Record, chegou a dizer que se o Barcelona jogasse 10% do que sabe e o Inter jogasse 300% do que podia mesmo assim o Barcelona seria campeão".
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INTER, CAMPEÃO MUNDIAL
Cobertura da conquista foi uma vergonha
Deonísio da Silva
Com exceção de alguns colunistas, a imprensa do eixo Rio-São Paulo ignorou nada menos do que o Campeonato Mundial de Clubes, disputado no Japão, e só tomou conhecimento apenas um dia depois da vitória do Internacional de sobre o Barcelona.
A final foi disputada na manhã de domingo (17/12) e ainda antes das 8h (horário de Brasília) milhões de brasileiros estavam de olhos grudados na televisão. E outros tantos milhões nas TVs do mundo inteiro, vez que o Barcelona é tido hoje como o maior time do planeta.
Desta vez foi Galvão Bueno quem redimiu os colegas, transmitindo o jogo com o seu costumeiro otimismo, deixando claro que, mais do que um time, o Internacional representava o Brasil.
Quem, porém, quis saber pelos jornais algo sobre a semana que antecedeu a grande decisão, teve que recorrer ao diário gaúcho Zero Hora. Era natural que o jornal fosse o mais interessado na cobertura: o Internacional, que se credenciara a disputar a partida por ter vencido a Copa Libertadores de América, é de Porto Alegre. Mas absolutamente estranho é que os grandes jornais ditos nacionais tenham se omitido tanto. Soou como torcida contra: não podendo alterar a realidade, altera-se a versão, fazendo-se de conta que não havia o que estava acontecendo.
Circulação patinando
Não foi a primeira vez e provavelmente não terá sido a última que o absenteísmo diante das coisas do Brasil meridional tenha contaminado de tal forma os grandes matutinos, todos sediados nas duas maiores metrópoles brasileiras.
Enquanto os dois times eram matéria de primeira página em importantes jornais europeus, aqui parecia proibido tocar no assunto. E quando passavam de raspão pelo tema era para elucubrar (o Aurélio não tem este verbo) de quanto seria a goleada que o Internacional levaria do Barcelona...
Na verdade, não é apenas o Brasil meridional que padece de tal procedimento de exclusão. Todas as regiões brasileiras são de algum modo tratadas com desdém por nossos grandes jornais. Alguns de seus editores sofrem de um estranho paroquialismo.
Os prejuízos de tal atitude são óbvios, a começar pela patinação nas tiragens. Sendo o que é para os brasileiros o futebol, a seção a ele dedicada é provavelmente a mais procurada. Mas quem procurou, não achou, e isso durante toda a semana. Como vender jornal sem vender informação alguma?
Ira torcedora
Respeitadas as proporções, disputou-se no Japão uma pequena Copa do Mundo, com representantes de todos os continentes, tanto que o madrilhenho El País falou em "mundialito" e outros jornais de língua espanhola trataram o evento do mesmo modo.
Mas no Brasil, não fosse Zero Hora, com acesso facilitado na internet, os brasileiros teriam ficado sem notícias a semana toda, com exceção de poucas linhas sobre o jogador Alexandre Pato, de quem até agora se disse muito pouco. O menino surgiu como um novo fenômeno, comparado a revelações como Ronaldo e Ronaldinho, mas dele pouco se sabe.
Os ou editores mudam, ou os editores são mudados, pois é de se supor que os donos queiram vender jornais e que leitores e assinantes queiram informações, notícias, análises, fotos etc.
Não há um Boris Casoy para exclamar exasperado que o que houve foi "uma vergonha". Mas foi uma vergonha. É preciso que a imprensa não perca de vista o interesse público, que nem sempre coincide com o de seus diretores de redação, redatores-chefes, editores de seções etc.
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O Profeta e o Harmônio
Por Paulo Heuser
Gênesis, Êxodo, Levítico, ..., Jó, Salmos, ..., Ageu, Zacarias e Malaquias. Ufa! Lembro da ordem de quase todos os 36 livros do Velho Testamento, até hoje. Sempre me esqueço do Sofonias. Por vezes, me lembro do Obadias, mas do Sofonias, nunca. O ato de decorar a ordem dos livros do Velho Testamento da Bíblia não foi exatamente um ato de extrema religiosidade. Deveu-se, na verdade, à peraltice praticada enquanto cursava o Ensino Confirmatório, na Igreja Luterana. Em um mês de junho, enquanto aguardávamos a chegada do pastor, estouramos alguns rojões defronte à igreja, comemorando inconscientemente a efeméride do apóstolo João, este do Novo Testamento. Não chegamos a conhecer a ira do Senhor, mas a ira do pastor caiu impiedosamente sobre nós. O castigo imposto foi decorar a ordem de todos os livros do velho testamento, incluindo o sempre esquecido Sofonias.
O pastor era um sujeito que realmente impressionava. Ninguém dormia durante suas preleções, nem após. Severo, com grossas sobrancelhas, óculos de lentes grossas, voz firme e retumbante, realizava sermões que davam o sentido exato à palavra.
No local do curso, havia um instrumento musical curiosíssimo, chamado harmônio. Para quem nunca viu, ou seja, todo mundo, um harmônio é um instrumento semelhante ao órgão de tubos, só que não há tubos. Agora ficou claro, não é? No harmônio há teclado, como em um piano ou órgão, que aciona um sistema de palhetas e fole, produzindo o som. Para ajudar, há diversas chaves com legendas em alemão gótico. Na base há um grupo de pedais, sendo que um destes faz a função de bomba de ar.
O harmônio exercia uma atração irresistível sobre os alunos. Por quê? Creio que era porque não saía som algum dali. Enquanto o temido pastor não chegava, ficávamos tentando tirar qualquer som que fosse. Nada, o máximo que saía era um pfffffff... Até o dia em que alguém resolveu pedalar enquanto tentava. Eis que o harmônio criou vida, emitindo uma série de notas musicais. Um som alto e rico. Alto demais para aquele momento em que o pastor começava a se dirigir à casa paroquial, local do curso. Por alguma razão que até hoje desconheço, aquela estranha máquina continuava tocando sozinha, sempre a mesma nota, quando abandonada, lembrando uma solitária oitava trombeta do Apocalipse. O segredo da nossa salvação, de mais algum castigo, estava naquelas chaves com inscrições em gótico. A salvação chegou no momento exato. Alguém foi até o harmônio e mexeu em todas as chaves do painel, conseguindo transformar o terrível toar em um novo pfffffff..., logo desvanecido. No momento exato em que o pastor adentrou o local.
Há um profeta do Velho Testamento que está na moda. É um dos denominados Pequenos Profetas, vizinho de Bíblia de Miquéias e Habacuque. Vira e mexe, recebo alguma coisa pelo e-mail, referente ao profeta Naum, enviado por Deus (o profeta, não o e-mail) para prever a destruição de Nínive, capital da Assíria. Estranho apenas é o fato de que o nome de Naum esteja sendo invocado pelos jovens, em textos que aparentemente nada têm a ver com o Velho Testamento.
Ontem ainda, vi um texto contendo a frase: " Eu tbm naum sabia q tinha aquela enquete pra votar..." (Sic). Fará parte de uma nova profecia, escrita em alguma flor perdida e extremamente inculta do Lácio?
E-mail: prheuser@gmail.com
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